Um boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde mostra que os casos de sífilis seguem avançando no Acre. Considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano, pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária).
Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada ou para a criança durante a gestação ou parto (sífilis congênita).
Os dados obtidos sobre casos notificados durante todo o ano de 2023, no Estado, apontam que 1.654 pessoas adquiriam a infecção. Além disso, 546 gestantes receberam o diagnóstico. 82 casos de sífilis congênita foram registrados. Três bebês morreram em decorrência do quadro.
Em formas mais graves da doença, como no caso da sífilis terciária, se não houver o tratamento adequado pode causar complicações graves como lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
“Diante dos desafios e avanços apresentados, o Boletim Epidemiológico de Sífilis 2024 reafirma o compromisso do Ministério da Saúde com o controle da sífilis e a eliminação da transmissão vertical da doença. A disseminação de informações atualizadas e baseadas em evidências é fundamental para orientar gestores e profissionais de saúde na implementação de ações mais eficazes e na busca por uma saúde pública mais equitativa”, diz um trecho do boletim.
“O aumento das infecções por sífilis pode ser atribuído a múltiplos fatores, incluindo a falta de conscientização sobre a doença, as desigualdades no acesso aos serviços de saúde, as dificuldades no diagnóstico e no tratamento precoce, além do estigma persistente em torno das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), o que muitas vezes desencoraja as pessoas a procurar assistência médica (WHO, 2024)”, acrescenta.
Uma pessoa pode ter sífilis e não saber, isso porque a doença pode aparecer e desaparecer, mas continuar latente no organismo. Por isso é importante se proteger, fazer o teste e, se a infecção for detectada, tratar da maneira correta.
O teste rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. Esta é a principal forma de diagnóstico da sífilis. O TR de sífilis é distribuído pelo Departamento das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais/Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde (DIAHV/SVS/MS) como parte da estratégia para ampliar a cobertura diagnóstica da doença.
Nos casos de TR positivos (reagentes), uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para realização de um teste laboratorial (não treponêmico) para confirmação do diagnóstico. Deve-se avaliar a história clínico-epidemiológica da mãe, o exame físico da criança e os resultados dos testes, incluindo os exames radiológicos e laboratoriais, para se chegar a um diagnóstico seguro e correto de sífilis congênita.
O tratamento de escolha é a penicilina benzatina (benzetacil), que poderá ser aplicada na unidade básica de saúde mais próxima de sua residência. Esta é, até o momento, a principal e mais eficaz forma de combater a bactéria causadora da doença. Quando a sífilis é detectada na gestante, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, com a penicilina benzatina. Este é o único medicamento capaz de prevenir a transmissão vertical, ou seja, de passar a doença para o bebê.
O uso correto e regular da camisinha feminina e/ou masculina é a medida mais importante de prevenção da sífilis, por se tratar de uma Infecção Sexualmente Transmissível. A testagem e acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal contribui para o controle da sífilis congênita.
O tratamento mais indicado para a sífilis é o uso de antibióticos, principalmente aqueles à base de penicilina. Uma única injeção já é suficiente para evitar que a infecção evolua nos estágios iniciais ou que a mãe transmita a bactéria para o bebê. Depois, o paciente pode receber novas doses para impedir a reincidência da doença.
Apesar de ser uma infecção simples de ser tratada, a sífilis é uma doença grave. Por isso, o melhor mesmo é evitar a contaminação, por meio do uso de preservativos durante as relações sexuais. Além disso, é fundamental procurar um médico assim que surgirem os primeiros sintomas para fazer um tratamento adequado.
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