Em protesto contra demissões, vigilantes servem macarrão na capital

Sindicato diz que 86 trabalhadores foram demitidos em 2 meses.
‘Miojo representa o que estamos podendo comprar’, afirma vigilantes.

G1/Acre

Com cartazes, manifestantes se dirigiram pelo Centro da capital até a Casa Rosada (Foto: Aline Nascimento/G1)

Em protesto contra demissões no setor, vigilantes serviram, debaixo de chuva, macarrão instantâneo em frente à Casa Rosada, no Centro de Rio Branco, capital acreana. Segundo o Sindicato dos Vigilantes, em apenas dois meses, 86 trabalhadores que prestaram serviço ao governo foram desligados dos cargos, por suposta falta de pagamento dos contratos. A categoria reclama do atraso de até quatro meses nos salários.

Para o vigilante Fabiano Martins, de 33 anos, o macarrão instantâneo representa a única coisa que os trabalhadores têm condições de adquirir. “O Miojo representa o que o vigilante está podendo comprar. Podíamos comprar outras coisas se o salário não estivesse atrasado e não tivessem ocorridos as demissões. Mas, no momento, é só um simples Miojo”, reclama.

Para Edmilson Soares, presidente do Sindicato dos Vigilantes, a preocupação se agrava porque existe uma previsão de que mais 400 trabalhadores sejam demitidos. “Durante dois meses, foram demitidos 86 pais de famílias que estão desempregados. Foram demitidos por falta de pagamento do governo em relação aos contratos. Tem empresa que o governo está devendo mais de R$ 8 milhões só de contrato. Esses trabalhadores eram da saúde, trabalhavam nas UPAs e nos hospitais. A previsão total é que 486 vigilantes sejam demitidos no estado”, afirma.

A manifestação teve o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Sindicato dos Urbanistas e dos Correios. A estimativa da organização é que o movimento contou com cerca de 300 pessoas.

A presidente da CUT, Rosana Nascimento, afirma que o movimento é legítimo e que é motivo da unificação de todos para a defesa do direito dos trabalhadores. “A CUT acompanha toda pauta de direito do trabalhador, independente do partido político ou do sindicato. É um problema social trabalhadores ficarem quatro meses sem receber e 400 serem demitidos. Portanto, é uma causa única para as centrais e o movimento sindical”, diz.

Representantes dos vigilantes e das centrais foram recebidos por assessores do governo do estado, que devem se pronunciar somente após as negociações.

Vigilantes distribuíram Miojo durante protesto em Rio Branco (Foto: Aline Nascimento/G1)

saiba mais

Comentários

Compartilhar
Publicado por
Alexandre Lima