Em plena crise geral de segurança e saúde, Sebastião coloca quase R$ 8 mi em Agência de Negócios

Qual deve ser a prioridade de um governo quando a saúde é alvo diário de críticas e a segurança tem os piores índices dos últimos anos? Gastar R$ 7,9 milhões em uma agência de negócios que já consumiu outros R$ 113 mi e cujos resultados ainda não existem em termos de desenvolvimento ou mesmo em crescimento econômico.

A reclamação foi do deputado federal Major Rocha (PSDB) após ler a publicação da Ata da Assembleia Geral Extraordinária da Agência de Negócios do Acre (Anac), realizada em 06 de setembro último e publicada no Diário Oficial do Estado do Acre (DOE) desta terça-feira (19).

Consta no documento trazido à público, o acionista Estado do Acre subscreveu o aumento de capital com o aporte em dinheiro no valor de R$ 7.903.813,00. Com isso, o capital social da Anac passou de R$ 113.155.633 para R$ 121.059.446,00. “Ou seja, cada acreano é sócio de várias empresas e nem sabia disso”, ironizou o deputado.

Rocha destacou não ser contra a realização de investimentos e apoios para o setor produtivo, “mas em uma hora de aperto financeiro e com outros problemas emergenciais dar dinheiro para empresário, é um tapa na cara da população”.

*Muito investimento para pouco retorno*

Os investimentos públicos por conta da Anac não têm representado ganhos para o Estado, pois como a própria ata revela o complexo industrial florestal de Cruzeiro do Sul “se encontram sem utilização por parte da ANAC ou coligadas”.

Por outro lado, complexo Industrial Florestal de Xapuri, cujo investimento total supera a casa das dezenas de milhões e já foi fechado, abandonado, saqueado e revitalizado, hoje rende cerca de R$ 20 mil ao mês em aluguel pago aos cofres públicos pela empresa locatária e cujo valor foi mantido na renovação do contrato por quatro anos.

“Quando instalaram a fábrica de tacos em Xapuri muitos profissionais alertaram sobre ser a região mais desflorestada do Estado, mas não deram bola, endividaram o Acre e nos deixaram com o prejuízo”, destacou Rocha. 

*Juruá Peixes também patina*

Mas a atuação em projetos falidos da Anac não fica apenas na porção Leste do Acre, mas tem também os seus “micos” – nome dado a investimento sem retorno – no Vale do Juruá, porção mais à Oeste do Estado.

No Juruá foram investidos milhões na Juruá Peixes S.A. cuja parte do complexo de piscicultura está alugado por módicos R$ 6,5 ao mês para um Laboratório de Alevinagem, equipado com os classificadores de alevinos, 29 tanques pequenos de alevinos e um tanque pulmão tipo P3. Estes tanques totalizam 3,6 hectares de lâmina d’agua.

Mas a questão ainda é mais complicada, pois os demais tanques estão sob um contrato de parceria rural entre a Juruá Peixes S.A. e a Cooperativa dos Piscicultores do Vale do Jurá (Cooperpeixe Juruá), a qual não chegou a fazer o uso do investimento posto à disposição da cooperativa.

“O Governo petista do Acre parece ter uma ‘zica’ danada, pois onde eles põem a mão, trava ou dá errado. É na Peixes da Amazônia, com falta de produto e enrolada com o Ministério da Agricultura e, como descobrimos agora com a publicação da Ata de reunião da Anac, a piscicultura também está travada no Juruá”, destacou Rocha.

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Publicado por
Alexandre Lima