Em meio à pandemia de Covid-19, Energisa segue rotina de cortes no Acre

Quanto aos cortes, a empresa não deixa claro se fará a suspensão. Apenas diz que “a Energisa reconhece que o serviço de fornecimento de energia se torna ainda mais essencial neste momento e está tomando todas as medidas necessárias para assegurar a sua continuidade

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Sem uma lei ou decreto, específicos, para suspender o corte de energia e água no Acre, os colaboradores da Energisa seguem com a agenda de cortes em todo o Acre, mesmo em tempo de pandemia causada pelo coronavírus (COVID-19).

Imagens gravadas por um internauta mostram a ação dos técnicos da concessionária na realização dos cortes na capital Rio Branco.

Esta semana, o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) apresentou um projeto de lei que visa sustar os cortes de água e energia elétrica em todo território acreano por 90 dias. A matéria deve ser apreciada na próxima semana.

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A reportagem entrou em contato com a Energisa. A empresa disse, por meio de sua assessoria, que tem acompanhado com preocupação a pandemia de COVID-19 e tem adotado todas as medidas de contenção para preservar colaboradores e clientes.

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Disse, ainda, que foi criado um Comitê que acompanha a pandemia. Quanto aos cortes, a empresa não deixa claro se fará a suspensão. Apenas diz que “a Energisa reconhece que o serviço de fornecimento de energia se torna ainda mais essencial neste momento e está tomando todas as medidas necessárias para assegurar a sua continuidade e também proteger a saúde dos seus colaboradores e clientes”.

Veja a nota

A Energisa está sensível ao avanço da pandemia do Covid-19 e atenta aos principais temas levantados pela sociedade e diferentes setores da economia.

Todo o setor de energia está unido em diálogo aberto com o Ministério de Minas e Energia e a Aneel, agentes federais que regulamentam o setor de energia elétrica, para agir de forma estruturada, buscando o melhor para o país e garantindo que soluções para o segmento sejam pensadas em âmbito nacional, abordando todas as suas variáveis e implicações.

Sendo assim, o Ministério de Minas e Energia instalou um Comitê Setorial de Crise para resguardar a saúde de servidores e, também, garantir o funcionamento dos serviços de energia.

O Comitê irá articular, definir, coordenar, monitorar, orientar e supervisionar medidas a serem adotadas pelos órgãos e agentes vinculados à pasta dentre eles as Empresas Concessionárias de Distribuição de Energia Elétrica, no período da pandemia do Covid-19.

A Energisa reconhece que o serviço de fornecimento de energia se torna ainda mais essencial neste momento e está tomando todas as medidas necessárias para assegurar a sua continuidade e também proteger a saúde dos seus colaboradores e clientes, incentivando que o contato com a empresa seja realizado prioritariamente pelo site energisa.com.br ou pelo Call Center, 0800 647 7196. Vale ressaltar ainda que a companhia já conta com planos de contingência para garantir o fornecimento de energia elétrica e atender a todas as emergências.

Deputados criticam duramente ação da Energisa, que tem intensificado os cortes no fornecimento de energia aos consumidores

“Estão olhando para a arrecadação e não para a crise humanitária”, diz autor do PL que visa suspender os cortes

Autor do projeto de lei que visa suspender os cortes de água e energia no Acre pelos próximos 90 dias, levando em consideração o decreto de emergência de saúde pública publicado no último dia 16, o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) comentou a nota divulgada pela Energisa. Ele frisou que a empresa é “insensível” e “predatória”.

“Essa nota nada tem a ver com nossa proposta que é suspender os cortes. Eles estão gastando tempo e esforço da equipe na fiscalização e não no fornecimento da energia. Estão olhando para a arrecadação e não para a crise humanitária que se abate sobre os mais pobres. Energia insensível, suas atitudes revelam sua prática predatória na arrecadação”, diz o parlamentar.

O projeto de lei foi protocolado na última quinta-feira, 19, pela manhã. Na sexta-feira, 20, os deputados se reuniram para aprovar o decreto legislativo que reconhece estado de calamidade pública no Acre, permitindo assim que o governo agilize as ações de combate a COVID-19.

A perspectiva é que os deputados voltem a se reunir na segunda ou terça-feira para apreciar o PL de Edvaldo Magalhães. A matéria deve ser aprovada por unanimidade, a exemplo do que ocorreu no Paraná e Mato Grosso, em que os deputados estaduais aprovaram matérias semelhantes à apresentada no Acre.

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