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Em meio a crescimento do rebanho bovino, Acre prevê R$ 200 milhões em investimentos no setor de proteína animal

Parceria com o Banco da Amazônia e investimentos privados devem permitir que a capacidade de abate e exportação chegue ao dobro do atual

Rebanho bovino do Acre ultrapassa as 5,2 milhões de cabeças de gado. Foto: Indea-MT

Em meio ao aumento de 5% no rebanho bovino do estado, o governo do Acre prevê investimentos de R$ 200 milhões no setor de proteína animal neste ano, o que, consequentemente, vai ampliar a capacidade de abate e exportação no estado.

A Secretaria de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict) avalia que os investimentos já confirmados irão permitir que a empresa Dom Porquito, por exemplo, dobre a produção e gere até 500 novos empregos

“O aumento da produção animal exige também o crescimento da produção de grãos, como milho e soja, que são a base das rações. A cadeia produtiva se fortalece como um todo e gera mais riquezas para o estado”, destacou o secretário Assurbanípal Mesquita.

Conforme o governo, os investimentos que irão impulsionar no estado são:
  • R$ 82 milhões em crédito para o financiamento de 250 galpões de suínos e 40 de aves, em parceria do Banco da Amazônia (Basa) com produtores rurais;
  • R$ 120 milhões para modernizar das linhas de produção e ampliação da capacidade de abate das indústrias frigoríficas bovinas, permitindo chegar ao abate de 3,5 mil animais por dia, com a geração de 3,2 mil empregos diretos.

“Há de se destacar o empreendedorismo industrial. Empresários que, mesmo diante de crises e da dificuldade que é fazer indústria na Amazônia, têm a coragem de investir graças a uma gestão que valoriza a livre iniciativa. A liberdade de produzir, aliada à responsabilidade socioambiental, está moldando o futuro da nossa economia”, acrescentou o secretário.

Aumento do rebanho

A criação de bovinos teve um resultado positivo em 2024 no Acre. Isso foi o que divulgou o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf). Os dados fazem parte da declaração anual de rebanho.

O médico veterinário do Idaf, Renan Viana, diz que esse número representa um crescimento acima do esperado.

“As expectativas foram superadas, então esse crescimento aí em torno de 5% desse total em relação ao ano anterior, e graças às campanhas massivas e educativas do Idaf. A importância do produtor declarar o rebanho para a gente ter todo esse controle sanitário e fazer as ações de vigilância sanitária“, avalia.

Atualmente esse rebanho é composto por quase 5,2 milhões de cabeças de gado. A regional do Baixo Acre, onde fica a capital Rio Branco, representa 51% desse rebanho. A campanha de declaração deste ano deve ser feita entre outubro e novembro e a expectativa é de mais crescimento.

Dados do IBGE apontam que a agropecuária representa quase 22% do Produto Interno Bruto (PIB) do Acre. Para continuar o crescimento, o Idaf informou que essa declaração é importante para acompanhar a situação econômica do estado e controlar doenças como a febre aftosa.

“A manutenção do estado de zona livre da febre aftosa sem vacinação, uma das exigências é a gente manter esse controle sanitário, e visando aí a gente salvaguardar o patrimônio pecuário do estado Acre,” conclui.

Exportação

Em fevereiro de 2024, o Acre recebeu autorização para exportar carne bovina para o Canadá. A decisão é da Agência Canadense de Inspeção Alimentar (CFIA).

Acre, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia, além de 14 municípios do Amazonas e cinco de Mato Grosso, são as áreas beneficiadas pela decisão. O estado de Santa Catarina já era autorizado para a exportação.

De acordo com o Mapa, essas são zonas reconhecidas como livres de febre aftosa sem necessidade de vacinação e com aval da Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH).

O Acre já tem licença para exportar carne bovina para outros países como Peru, República Dominicana, Arábia Saudita, Uruguai, Paraguai e a ilha de Hong-Kong.

Pela decisão, os estados poderão importar carne bovina maturada, desossada e sem linfonodos para o país do extremo norte da América. Antes, porém, os estados deverão atualizar os certificados de exportação para cumprir com os requisitos.

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Publicado por
G1 Acre