A Tribuna
A dez dias do início oficial da campanha eleitoral, em 27 de setembro, a disputa pelo “comando” da Prefeitura de Rio Branco fechou o prazo das convenções partidárias, encerrado na quarta-feira (16), com sete chapas majoritárias confirmadas.
Por se tratar de uma eleição pulverizada, o cenário do pleito municipal deste ano é considerado como mais competitivo se comparado às quatro últimas eleições.
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Agora os pré-candidatos a sucessão da prefeita Socorro Neri (PSC), tem até o dia 26 de setembro para pedirem os seus registros de candidatura ao Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC). Após às convenções, aguardam a confirmação do registro, as chapas encabeçadas por: Daniel Zen (PT), Jamyl Asfury (PSC), Jarbas Soster (Avante), Minoru Kinpara (PSDB), Roberto Duarte (MDB), Socorro Neri (PSC) e por Tião Bocalom ( PP).
Para o cientista político, Nilson Euclides da Silva o alto número de candidatos na disputa é consequência do fim das coligações para vereadores e deputados e da fragmentação dos grupos políticos na capital acreana, tornando o pleito o mais competitivo dos últimos anos eleitorais. “Com as mudanças nas regras eleitorais, a fragmentação de grupos políticos tradicionais e o racha da direita, o cenário não poderia ser outro. Se não houver nenhuma desistência até o registro das candidaturas, 2020 será o pleito com a maior quantidade de candidatos ao Executivo. Em 2016 foram 4, 2012, 6, 2008 e 2004 foram 4 e 3, respectivamente, por exemplo”, ressaltou.
Além do alto número de candidaturas, Rio Branco possui candidatos com vertentes ideológicas variadas e apesar do cenário parecer complexo, a variedade de nomes é benéfica ao eleitor que poderá fazer uma avaliação mais ampla na escolha de seus representantes, como explicou o cientista político, Nilson Euclides.
“O cenário é positivo. E quem ganha é o eleitor que terá inúmeras opções de candidatos para o cargo de vereador e prefeito. Com coligações eleitorais coesas e candidatos que se encaixam dentro das suas opções políticas, o eleitor terá uma noção mais ampla na hora de escolher seus políticos”, considerou.
Nos debates eleitorais, onde cada candidato tem a oportunidade de apresentar suas propostas em horário especial nos veículos de TV e rádio, a legislação estabelece que as emissoras convidem candidatos que pertençam a partidos com pelo menos cinco deputados federais. Na atual conjuntura, apenas dois partidos não atendem esse requisito. O convite fica a critério da emissora assim como a dinâmica adotada para transmitir de forma igualitária tantos candidatos.
Para Nilson, o desafio será para o eleitorado e postulantes que deveram ficar atentos e usar técnicas para conquistar o eleitor de primeira. No entanto, mesmo com tantas candidaturas o especialista garantiu que o eleitor não ficará confuso na escolha.
“Com tantas candidaturas, o eleitor tende a se concentrar naquele que for mais cirúrgico e relevante em sua proposta. Não adianta falar difícil com dados de difícil compreensão, isto obrigará os candidatos a serem menos prolixos e mais eficientes. Nessa eleição não terá a possibilidade de o eleitor ficar confuso, quem não toca o coração e a mente já é descartado de imediato”, disse o cientista político.
É importante destacar que a complexidade dos debates faz parte da democracia do país e deve ser interpretada como uma vantagem para o eleitor, que poderá escolher de forma consciente quem merece seu voto.
“Realmente é um desafio, colocar tantos nomes para se debater, mas é o grande desafio da democracia que pressupõe pluralidade, debates amplos e acima de tudo a vontade do eleitor. O importante é eleitor acreditar eu seu voto pode melhor ainda mais de quem mora na capital”, disse Nilson.