Eleitora ia votar quando escorregou e se feriu — Foto: Divulgação/Semsur
Por Aline Nascimento, G1 AC — Rio Branco
Uma enfermeira ganhou na Justiça do Acre uma indenização de R$ 10 mil por danos morais após ter fraturado o pé ao escorregar em ‘santinhos’, panfletos eleitorais.
O acidente ocorreu na votação do primeiro turno das eleições de 2018, quando a mulher ia votar em um colégio do bairro Mascarenhas de Morais, em Rio Branco.
A eleitora escorregou nos santinhos do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e fraturou um dos pés. Ela foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e não conseguiu registrar o voto.
A decisão é do 1º Juizado Especial Cível da Comarca de Rio Branco e cabe recurso. O valor total da ação deve ser pago pelos dois partidos.
O advogado do PT, Márcio André, disse que vai ser reunir com advogado do PSB para decidir a melhor estratégia a ser adotada.
Já o advogado Jeison Farias, representante do PSB, informou que vai recorrer da decisão porque o partido não concorda com a sentença.
“A responsabilidade não é dos partidos. O PSB não concorda com a decisão e vai recorrer”, resumiu.
A reportagem tentou contato com a enfermeira, mas ela informou que acompanha o pai em um tratamento médico e não podia falar. O advogado dela, Mateus Araripe, explicou que a cliente mora próximo do colégio e caminhava pela calçada quando caiu.
“Estava indo votar e tinha um monte de santinhos em frente da escola Diogo Feijó, que mora ali próximo. Escorregou, chamaram o Samu e foi para o hospital. Quando foi justificar o voto encaminharam ela para o Ministério Público e daí resolvemos entrar judicialmente”, confirmou.
Araripe alegou que o processo ainda está no prazo de recurso. O valor solicitado pela enfermeira foi de R$ 38 mil por danos morais.
“Fez fisioterapia, ficou afastada do trabalho e fazer vários procedimentos. Teve que comprar tênis especial e outras coisas em virtude da lesão”, concluiu.
Na decisão, a juíza de Direito Lilian Deise destacou que é de responsabilidade de cada partido o material da campanha eleitoral. Ainda segundo a Justiça, os partidos não apresentaram defesa sobre o caso.
“Não é verossímil acreditar que num amontoado tão grande de papéis tenha se dado por conta do descarte dos próprios eleitores, pelo contrário, a quantidade de panfletos é de tal monta que é perfeitamente crível que fora feito de forma coordenada pelos apoiadores dos partidos politico”, frisou a magistrada.