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Editorial: Fico espantado quando se fala numa tentativa de golpe de Estado

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Ives Gandra da Silva Martins*

Em 1953, eu queria ser historiador e entrar na faculdade da USP, até porque um dos meus professores, Eduardo França, foi um dos primeiros catedráticos da USP na matéria. Fui, porém, desaconselhado por três de meus professores de história, mostrando que, quando eu voltasse da França, onde fora estudar, poderia ter uma carreira como advogado, visto que o historiador examina fatos, e quem gosta de história termina sabendo sempre interpretá-los.

O meu amor pela história levou-me a ser guindado à Academia Paulista de História, exatamente na cadeira que fora do meu professor, Eduardo de Oliveira França, algo que me comoveu muito na época. Por que conto tudo isso? Porque ao examinar o que ocorreu no dia 8 de janeiro de 2023, fico espantado quando se fala numa tentativa de golpe de Estado.

Foi um movimento de manifestação política, absolutamente irracional por um grupo que terminou – não se sabe se houve infiltrados, porque não se conhecem os vídeos – numa quebradeira injustificável, como não se justificou a vandalismo na Câmara dos Deputados quando era presidente Michel Temer, realizada pelo pessoal de esquerda, porque não é assim que se faz política. Mas, de qualquer forma, a única coisa que seria rigorosamente impossível no dia 08, seria um golpe de Estado. Não tinham nenhuma arma. Encontraram uma faca com um deles, mas não havia nenhuma movimentação milita r que pudesse justificar um movimento golpista.

Tendo em vista que, muitas vezes, civis estavam às portas dos quartéis exigindo uma atuação por parte dos militares, todas as Forças Armadas, com tranquilidade, respeitaram a opinião, mas não tomaram medida nenhuma contra a ordem pública.

Eu mesmo dizia, desde agosto de 2022, que não haveria a menor possibilidade de golpe porque as Forças Armadas não participariam nunca de um golpe de Estado.

Fazia tal afirmação com conhecimento e certa autoridade, pois sou professor emérito da Escola de Comando de Estado Maior do Exército e dava aulas para os coronéis dentre os quais sairiam generais no fim do ano sobre direito constitucional. Por isso, sabia perfeitamente a mentalidade deles e que jamais, jamais, jamais as Forças Armadas tomariam qualquer medida contra a Constituição. Até porque, o curso no qual eu comecei a dar aulas em 1990 até 2022, foi criado em 1989, logo depois da promulgação da Constituição, para que os militares que iriam para o generalato, nas três armas, discutissem problemas naciona is e internacionais. Por isso, eu, um professor de Direito, fui convidado em 1990, recebi o título de professor emérito em 1994 e lecionei até 2022, dizia com toda tranquilidade que os militares jamais dariam um golpe.

Estou convencido que o presidente Bolsonaro nunca pretendeu dar um golpe, mas se pretendesse não teria conseguido apoio nenhum das Forças Armadas, cujos generais, 90%, pelo menos os generais daquela época, de 1990 a 2022, tiveram que suportar as minhas aulas e eu conhecia sua maneira de pensar. Por que eu digo isso? Porque não há golpe de Estado sem armas. Não há golpe de Estado sem tanques.
Vou dar um exemplo. Nos últimos cinco anos nós tivemos algo que impressiona. Em oito países da África, houve golpes de Estado, a saber: Sudão, Burquina, Guiné, Níger, Gabão, Chad, Zimbabue e Mali. Todos com forças armadas. Todos com tanques nas ruas e com soldados.

Um grupo desarmado de civis, cuja grande maioria não tinha nenhuma passagem pela polícia, fez uma baderna e teria que ser punido por isso, afinal, contestou de forma irracional. Como um amante da História, membro da Academia Paulista de História e ex vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo fundado em 1894, tendo escrito livros e artigos sobre História, inclusive um deles intitulado “O Estado, a Luz da História, do Direito e da Filosofia – Ed. Noeses”, sei, perfeitamente, que não haveria a menor possibilidade de um golpe de Estado. Mais do que isso, não seria possível um atentado viole nto ao Estado de Direito por um grupo de civis que, desarmado, não teria força nenhuma, porque não tinham apoio dos 330 mil homens que constituem as Forças Armadas do Brasil.

Por que trago esse assunto? Porque no próximo dia 8 vai se comemorar o primeiro aniversário de algo que, para mim, foi uma baderna que tinha que ser apurada. Algo que não enaltece a democracia, pois as pessoas que pensam que na violência podem resolver uma determinada situação merecem ser punidas, mas jamais como um golpe de Estado. Porque nunca houve na história do mundo um golpe de Estado sem armas, nem forças armadas. Digo isso porque como historiador sei que, daqui a 50 anos, o que vai valer para aqueles que examinarem essa questão serão os fatos da época, ou seja: gente desarmada não poderia dar um golpe de Estado e que as forças armadas nunca o fariam. As pessoas foram consideradas como golpistas sem ter força nenhuma. Golpe sem armas é rigorosamente impossível. Para mim, teriam que ser punidas como baderneiras. Mas não com as penas violentas com que foram condenadas; jamais com 17 anos de reclusão como participantes da tentativa de um golpe de Estado, como se tivessem posto em risco a estabilidade da democracia brasileira.

Quando um grupo de algumas centenas de soldados conseguiu afastá- los da bagunça sem disparar tiros, descobriu-se que um deles, segundo li nos jornais – e estou apenas reproduzindo o que eu li -, tinha uma arma, ou seja,uma faca.

Como amante da História, tenho a impressão de que, quando examinarem, daqui a 50 anos, as narrativas oficiais de que houve um violento atentado à democracia, os historiadores que analisarem os fatos, e não as narrativas, não serão muito generosos com aqueles que interpretaram mal os fatos históricos à luz de narrativas sobre o que ocorreu no dia 8 de janeiro de 2023.

*Ives Gandra da Silva Martins é Professor Emérito das Universidades Mackenzie, UNIP, UNIFIEO,UNIFMU, do CIEE/O ESTADO DE SÃO PAULO, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército – ECEME, Superior de Guerra – ESG e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região; Professor Honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia); Doutor Honoris Causa das Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs-Paraná e RS, e Catedrático da Universidade do Minho (Portugal); Presidente do Conselho Superior de Direito da FECOMERCIO & ndas h; SP; ex-Presidente da Academia Paulista de Letras-APL e do Instituto dos Advogados de São Paulo-IASP.

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Cachorro da raça Pitbull é assassinado no interior do Acre; tutora pede justiça

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A autônoma Daniele Souza utilizou as redes sociais para expressar sua indignação pela morte de Shangay, um cachorro da raça Pitbull de 9 anos. O animal foi assassinado na madrugada desta segunda-feira, 13, no município de Jordão.

Com tristeza e revoltada com o que aconteceu, Souza pede justiça para o amigo de quatro patas.
“Meu companheiro fiel, que nunca fez mal a ninguém, foi covardemente morto a tiro, deixando-me de coração partido e enraivecido pela impunidade que cerca esses atos praticados por gente tão cruel”, disse.

Em mensagem enviada ao NH, Dani encaminha o print de uma mulher que escultou os tiros. “Eu cheguei a ouvir o disparo, mas eu não imaginava que seria isso! No momento que aconteceu, eu pensei que os policiais iriam passar pra ver o que tinha acontecido, mas não passou nada, só ouvi uma moto, que passou bem rápido. Pelo barulho, fiquei com medo de abrir a janela pra ver o que era”.

A tutora disse que o animal era castrado e não oferecia perigo. “Como estava com um Pastor Alemão, os dois brigavam muito, ele ficou com a minha sogra, mas dava toda assistência. Peço JUSTIÇA para o meu amado amigo e para todos os animais indefesos que sofrem ou sofreram maus-tratos”.

Daniele cita leis que, segundo ela, só funcionam na teoria. “Não podemos permitir que esse tipo de violência continue impune em nossa sociedade. As autoridades devem agir com firmeza para identificar e punir na forma das leis Federal e Estadual (14.064/20 |4.177/23) os responsáveis por esse ato covarde. Solicito humildemente, que as leis de proteção aos animais sejam aplicadas com rigor e que o culpado seja responsabilizado pelo crime que cometeu”.

A mulher termina o desabafo dizendo que Shangay não merecia esse destino cruel. “É meu dever lutar por justiça em seu nome. Apelo às autoridades competentes para que possam agir com rapidez e eficiência neste caso, garantindo que a justiça seja feita e que meu amigo receba o respeito e a dignidade que ele merece.
Não podemos permitir que a violência contra animais seja ignorada ou minimizada. Eles são seres sensíveis que merecem nosso amor, cuidado e proteção”.

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Prefeitura de Epitaciolândia inaugura nova Escola José Joaquim Meireles na Associação Wilson Pinheiro II construída com RP

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Fazendo parte das atividades em comemoração aos 32 anos de emancipação político-administrativa de Epitaciolândia, o prefeito Sérgio Lopes acompanhado do Secretário de Educação Raimundo Nonato da Silva Gondim, Hiamar Pinheiro Secretária de Obras, Regiane Moreira Secretária de Administração, Jamiele Albuquerque Secretária de Assistência Social, Vereadores Pantico da Água, Marco Ribeiro e Rosimar Menezes entregou na manhã deste sábado, 11, mais uma escola na zona rural construída com recursos próprios. Forram investido o valor de R$ 300 mil reais para edificação de um prédio misto construído com em alvenaria e madeira de uso legal.

A Escola Municipal do Campo José Joaquim Meireles situada no Ramal Esperança na Associação Wilson Pinheiro, o novo prédio conta com 5 salas sendo 3 de aula, climatizadas, cozinha ampla, brinquedoteca, 2 banheiros com chuveiro além de uma dispensa na área da cozinha, um pátio amplo, no momento a escola atenderá 70 alunos, a estrutura funcional é composta por 3 professores, 1 merendeira, 2 motoristas e 2 monitores e Poço artesiano.

O que disseram:

Sentimento de Gratidão, assim definiu a professora Marcia Moura ao receber a nova Escola José Joaquim Meireles.

“Hoje o sentimento é de gratidão, nós iniciamos o trabalho aqui com a infraestrutura não favorável, mas hoje nós recebemos uma estrutura de altíssima qualidade, com salas de aula com condições para receber os nossos alunos, e assim podermos oferecer um ensino de qualidade para nossa comunidade.” Destacou a professora.

Para o Líder da Comunidade Severino Silva, essa obra demonstra o carinho e o compromisso que o prefeito Sérgio Lopes tem com os moradores da Reserva Extrativista Chico Mendes.

“O momento hoje é de muita gratidão. porque o que a gente tinha aqui na comunidade era uma escola muito pequena com 60 e poucos alunos que não tinha condição de dar aula com qualidade, com a situação precária da estrutura as crianças não estariam aprendendo o tanto que teria que aprender, então o momento hoje é de muita alegria, por isso, queremos em nome de toda a comunidade agradecer todas as pessoas que ajudaram agradecer também a comunidade pelo apoio e agradecer e em especial ao prefeito por tudo que ele faz pelas comunidades rurais e principalmente pelo carinho e i compromisso com os moradores da Reserva Extrativista Chico Mendes.” Disse o Senhor Silva.

Para o prefeito Sérgio Lopes, sempre que a gestão investe na educação está criando mecanismos sólidos para o avanço de toda a sociedade.

“Para nós é uma alegria muito grande cada obra que conseguimos executar e entregar para a sociedade, principalmente uma obra na educação, ela tem um sentido especial, estou aqui feliz, mas ao mesmo tempo carregado de emoção, pois é uma conquista para comunidade aqui da Reserva Extrativista Chico Mendes, lembrando que nós estamos inaugurando essa obra a Escola Municipal do Campo José Joaquim Meireles, uma escola com uma excelente estrutura toda climatizada, vamos montar aqui um laboratório de informática, nós estamos realizando tudo isso porque nós acreditamos de fato que a educação é o mecanismo mais sólido mais robusto de avanço de uma sociedade de conquista de um povo.” Pontuou Lopes.

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Vídeo de prefeita no Acre durante enchente em 2023 é usada como se fosse no RS

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Um perfil usado no Instagram, divulgou um vídeo onde aparece a atual prefeita do município de Brasiléia, localizado na fronteira do estado do Acre com a Bolívia, como se fosse uma das cidades do Rio Grande do Sul, que recentemente foi atingido por uma grande catástrofe natural. Até este domingo (dia 12), foram contabilizados 143 mortos e 125 desaparecidos, além dos prejuízos que ainda estão sendo calculados.

O vídeo em questão, mostra a prefeita Fernanda Hassem na enchente do ano de 2023, quando estava na frente de sua casa atingida pelas águas do rio Acre, que passou dos 13 metros invadindo a parte antiga da cidade. Além de prédios públicos, residências e comércios, a casa da gestora também foi alcançada.

Em 2023, foi a terceira enchente registrada desde 2012, enquanto a prefeita ajudava com toda sua equipe na retirada de moradores, esqueceu da sua na retirada de móveis entre outros bens.

Foi quando Fernanda resolveu fazer um vídeo mostrando o acontecido. Neste ano de 2024, cerca de 80% da cidade novamente foi assolada com o rio ultrapassando o nível de 2015, alcançando 15,58cm.

Segundo informações, a prefeita quer acreditar que houve um engano por parte da pessoa e espera que seja corrigido o mais breve possível.

Veja vídeo:

MATÉRIA RELACIONADA:

Prefeita Fernanda Hassem percorre centro histórico de Brasiléia e se reúne com Comitê de Crise

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