Com G1
O dólar inverteu o sinal e passou a cair nesta quarta-feira (6), abaixo dos R$ 5,70. O início das negociações teve forte alta, acompanhando uma valorização da moeda americana no mundo todo após a vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, mas o movimento perdeu força ainda pela manhã.
A vitória de Trump provocou um aumento expressivo nos juros futuros americanos e, como consequência, o dólar também dispara frente a outras moedas no mundo todo.
Por aqui, o dólar comercial chegou a bater os R$ 5,86 no começo da manhã, mas recuou no início da tarde, quando era negociado perto dos R$ 5,70. O dólar turismo, que é a moeda utilizada para quem vai viajar ou fazer compras internacionais em dólar, é vendido acima dos R$ 6.
“O real já era uma das moedas que mais acumulava perda dentre os emergentes nos últimos dias em função de questões domésticas, logo, o espaço para desvalorização foi bem menor do que outros casos, como o peso mexicano e o chileno”, diz Matheus Pizzani, economista da CM Capital.
Também está no radar do mercado a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC). O colegiado deve promover uma nova alta na Selic, taxa básica de juros, hoje em 10,75% ao ano, e isso ajuda a segurar um pouco o preço do dólar.
“Estamos em vias de um anúncio de política monetária que certamente irá no sentido de apertar ainda mais os juros no campo doméstico, mantendo o Brasil como uma praça atrativa mesmo em meio ao cenário de força do dólar, ganho dos treasuries e perspectiva de juros mais elevados nos Estados Unidos”, diz Pizzani, da CM Capital.
Às 14h, o dólar caía 0,79%, cotado a R$ 5,7012. Na mínima do dia, chegou a 5,6972. Na máxima, a R$ 5,8619.
No dia anterior, a moeda caiu 0,63%, cotada a R$ 5,7464.
O dia é de alta generalizada no dólar pelo mundo, com investidores esperando por um fortalecimento da moeda norte-americana nos anos de governos de Donald Trump. Isso porque o republicano defende uma política protecionista com a economia dos EUA, diminuindo o comércio com a China e aumentando as tarifas de importações para outros países, como o Brasil.
“Trump tem batido muito mais forte contra a China e tem atuado para restringir, principalmente, exportações de tecnologia acessível para o país asiático. Ele também tem ameaçado punir países que comecem a operar na moeda chinesa”, explicou Welber Barral, consultor especializado em