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Brasil

Dólar cai a R$ 4,97, menor nível desde setembro; Ibovespa tem alta

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Moeda americana fechou o dia a R$ 4,9731 na venda; já o índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 1,69%

O dólar à vista recuou mais de 1% nesta quarta-feira (1º) e voltou a encerrar uma sessão abaixo dos R$ 5 no Brasil, com as cotações acompanhando a queda da moeda dos EUA no exterior em meio a alívio nas taxas de juros dos títulos norte-americanos, em dia de decisão de política monetária no Fed e também no Banco Central do Brasil.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9731 na venda, em baixa de 1,34%. Este foi o maior recuo percentual em um único dia desde 10 de outubro, quando o dólar caiu 1,47%. A cotação de fechamento desta quarta-feira é a menor desde 25 de setembro, quando a divisa dos EUA encerrou a R$ 4,9669.

Já o Ibovespa fechou em alta, devido ao cenário externo, com o Federal Reserve mantendo os juros nos Estados Unidos na faixa de 5,25% a 5,50% e evitando sinais claros sobre as próximas decisões, enquanto, no Brasil, uma bateria de resultados corporativos também ocupou as atenções.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,69%, a 115.052,96 pontos. Na máxima do dia, chegou a 115.433,25 pontos. Na mínima, a 113.156,7 pontos. O volume financeiro nesta sessão em véspera de feriado no Brasil somou R$ 24,8 bilhões.

Movimento do dólar

A moeda norte-americana à vista oscilou em queda no Brasil durante praticamente toda a sessão. Às 9h06, ela marcou a cotação máxima de 5,0464 reais (+0,12%), mas rapidamente migrou para o negativo em sintonia com o exterior.

Lá fora, o dólar também cedia ante boa parte das divisas de países emergentes e exportadores de commodities em função da queda dos rendimentos dos Treasuries.

O movimento era motivado por novos dados sobre a economia norte-americana: o Relatório Nacional de Emprego da ADP mostrou que foram abertos 113.000 empregos em outubro no setor privado, ante 89.000 empregos adicionados em setembro. Apesar da aceleração na margem, economistas consultados pela Reuters previam a criação de 150.000 postos de trabalho em outubro.

Os números do ADP contribuíram para uma percepção mais positiva sobre o controle da inflação nos EUA, o que pesou sobre os yields e sobre o dólar.

Além disso, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou planos para aumentar o tamanho de seus leilões de dívida, mas “gradualmente”, em movimento que não pressionou os mercados como em um anúncio anterior.

“O Tesouro dos EUA mudou as emissões, pressionando menos a parte longa da curva (de juros norte-americana). E tivemos os dados da economia. Isso ajudou a retirar parte da pressão da curva”, comentou Adauto Lima, economista-chefe da Western Asset.

Durante a tarde, a decisão de política monetária do Federal Reserve ampliou o viés de baixa para a curva de juros norte-americana. O Fed anunciou a manutenção de sua taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,50%, como esperado, mas deixou a porta aberta para outro aumento no futuro, se necessário.

Ao mesmo tempo, destacou as condições financeiras mais restritivas enfrentadas pelas empresas e pelas famílias, o que está em sintonia com a leitura de que o avanço dos yields pode já estar atuando para controlar a inflação no EUA, dispensando novas elevações de juros.

“A avaliação é de que a subida recente dos (rendimentos dos títulos de) 10 anos, de alguma forma, traz um aperto adicional nas condições financeiras e ajuda no serviço de controle (da inflação nos EUA). A consequência disso é que moedas estão se fortalecendo ante o dólar no resto do mundo”, pontuou Lima, ao avaliar os efeitos da comunicação do Fed sobre a relação entre dólar e real.

Após a decisão do Fed, o dólar renovou mínimas ante a divisa brasileira. Às 16h32, o dólar à vista marcou a mínima de 4,9684 reais (-1,43%).

O recuo esteve em sintonia com o dólar index, que reflete a relação da divisa norte-americana ante outras moedas fortes e, após o Fed, zerou os ganhos registrados ao longo do dia.

Movimento da bolsa

O Fed optou novamente pela manutenção dos juros, mas deixou a porta aberta para outro aumento, reconhecendo a surpreendente força da economia norte-americana e afirmando que a inflação permanece elevada, embora destacando condições financeiras mais restritivas enfrentadas pelas empresas e pelas famílias.

Na visão do economista-sênior do Inter, André Cordeiro, no comunicado, o Fed não deu indícios firmes sobre os próximos passos, apenas reforçou que está pronto para mudar a direção da política monetária se necessário e que acompanhará de perto os desenvolvimentos econômicos e os eventos internacionais.

“A decisão foi sem surpresas, com o Fed mantendo o discurso de dependência dos dados”, acrescentou.

Em coletiva de imprensa, o chair do Fed, Jerome Powell, afirmou que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) agirá com cautela, embora ainda não estivesse confiante de que as condições financeiras fossem restritivas o suficiente para manter a inflação tão baixa quanto o banco central gostaria.

Para o economista-chefe da Kínitro Capital, Sávio Barbosa, a reação positiva do mercado pode ser explicada pela visão de que Powell não demonstrou uma intenção mais explícita de aumentar as taxas de juros ao não endossar as projeções do Fomc, que indicam tal movimento.

Em Wall Street, o S&P 500, uma das principais referências do mercado acionário norte-americano, fechou em alta de 1,050599%.

No mercado de dívida, o rendimento do Treasury de 10 anos marcava 4,7656% no final da tarde, de 4,875% na véspera, tendo também no radar o anúncio sobre leilões de títulos do Tesouro norte-americano.

Ainda nesta quarta-feira, o Banco Central do Brasil anuncia sua decisão sobre a Selic, com as expectativas apontando um corte de 0,50 ponto percentual, para 12,25% ao ano.

De acordo com economistas do Bradesco, desde a sua última decisão, em meados de setembro, a evolução do cenário macroeconômico apresentou comportamentos divergentes para o balanço de riscos do BC, mas a dinâmica da inflação doméstica seguiu favorável e continuou desacelerando.

“Ao nosso ver, esse comportamento benigno da inflação de curto prazo deve trazer conforto para o BC seguir com o corte planejado de 0,50 ponto”, afirmou a equipe chefiada por Fernando Honorato Barbosa, que manteve previsão de Selic terminal de 11,75% e 9,25% ao ano em 2023 e 2024, respectivamente.

A alta do Ibovespa nesta quarta-feira ocorre após o principal índice do mercado acionário brasileiro acumular um declínio de quase 3% em outubro, com os últimos pregões do mês pressionados por preocupações fiscais.

Para estrategistas do BTG Pactual, à medida que o final do ano se aproxima, a combinação de mercados globais voláteis e uma situação fiscal preocupante no Brasil poderá impedir que investidores estrangeiros e locais façam alocações mais estruturais de longo prazo em ações brasileiras.

“Apesar do Ibovespa ser negociado com ‘valuations’ muito atraentes, a falta de fluxos de dinheiro mais significativos para as ações poderá manter o mercado lateral durante os próximos meses”, afirmaram Carlos Sequeira e equipe em relatório enviado a clientes com as recomendações de ações para novembro.

Copyright © Thomson Reuters.

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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau

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Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada 

A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.

A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.

Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.

A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.

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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal

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Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada 

O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.

O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.

Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).

As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.

Assinatura eletrônica

O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.

A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.

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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho

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Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada 

Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.

Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.

O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

Veja vídeo:

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