A campanha do Dia Mundial do Rim é essencial para incentivar a realização de exames preventivos e a adoção de medidas que possam evitar complicações futuras. Foto: Marcus José
O Dia Mundial do Rim, celebrado sempre na segunda quinta-feira de março, está chegando! Em 2025, a data cai no dia 13 e marca uma importante oportunidade para conscientizar a população sobre a saúde renal e a prevenção da Doença Renal Crônica (DRC). Criada há 19 anos pela Sociedade Internacional de Nefrologia, a iniciativa surgiu em um momento em que pouco se falava sobre a importância dos rins para o bem-estar geral.
No Acre, a cidade de Brasiléia, na regional do Alto Acre, é um dos destaques na promoção da campanha. A ‘Clínica do Rim’, referência na região, realiza anualmente ações que visam alertar a população sobre os cuidados necessários para manter a saúde renal em dia. A iniciativa reforça a importância de hábitos saudáveis, como hidratação adequada, alimentação balanceada e controle de doenças como diabetes e hipertensão, que podem impactar diretamente a função dos rins.
Em Brasiléia, a Clínica do Rim promove palestras, distribuição de materiais informativos e atendimentos gratuitos durante a campanha, engajando a comunidade e destacando a importância de cuidar desses órgãos vitais. A ação é um exemplo de como a conscientização pode salvar vidas e melhorar a qualidade de vida da população.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), um em cada 10 brasileiros sofre de doenças renais, sendo mais comuns os cálculos renais, infecções, cistos, tumores e a insuficiência renal. Foto: Marcus José
Neste Dia Mundial do Rim, a mensagem é clara: cuidar dos rins é cuidar da saúde como um todo. A prevenção e o diagnóstico precoce são as melhores armas para combater a DRC e garantir uma vida mais saudável e equilibrada.
Atualmente, cerca de 20 milhões de brasileiros possuem alguma perda no funcionamento dos rins e em torno de 140 mil pacientes já estão em tratamento de diálise, e muitos continuam à espera de um transplante.
Apesar de ser uma campanha mundial, na Regional do Alto Acre a Lei Estadual 10.375, como em todo o Brasil estabeleceu a Semana do Rim, que acontece sempre na segunda semana de março. Este ano é o 15º ano da ação, e tem como tema: Saúde renal para todos: ame seus rins, dose sua creatinina.
Os rins são órgãos responsáveis por filtrar o sangue para controlar a quantidade de água e de sal no corpo, eliminar toxinas, ajudar a controlar a pressão arterial e produzir hormônios que impedem a anemia e a descalcificação óssea, além de eliminar medicamentos e outras substâncias ingeridas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), um em cada 10 brasileiros sofre de doenças renais, sendo mais comuns os cálculos renais, infecções, cistos, tumores e a insuficiência renal.
Essas doenças se instalam no organismo a partir de hábitos erradamente comuns na vida das pessoas, como a falta de ingestão de líquidos, o consumo exagerado de sal, alta ingestão de analgésicos, além de infecções urinárias recorrentes, diabetes e a hipertensão arterial.
De acordo com a SBN, estudos realizados apontam que a prevalência de doença renal crônica é de 7,2% para as pessoas acima dos 30 anos, e entre 28% a 46% em indivíduos acima de 64 anos.
Segundo a médica Jarinne Nassarala, sócia proprietária da ‘Clinica Rim’ no acre, relatou que DRC acomete de maneira similar em homens ou mulheres. “O principal fator que interfere no aparecimento da DRC é a idade. Por isso, se essa doença for investigada em pessoas mais jovens, a prevalência será menor; se mais velhos, será maior. Pode-se estimar que na população adulta do Brasil devem existir cerca de 10 milhões de pessoas com DRC pré-clínica. Isto é, elas já têm o funcionamento dos rins comprometido, mas não sabem que isso esteja ocorrendo. Como quase todas as doenças crônicas, a DRC é assintomática na fase inicial”, explicou.
A médica destacou ainda que após os 30 anos de idade, o rim vai perdendo sua capacidade de filtrar o sangue. “Essa perda é acelerada em algumas situações, principalmente nas pessoas que têm diabetes, pressão alta, cálculo renal ou outras doenças renais. Os rins normais filtram cerca de 100 a 120 ml de sangue a cada minuto. Quando essa filtração cai para menos de 90 ml/min já há sinal de alerta. Quando a filtração cai para abaixo de 60 ml/min isso quer dizer que o paciente já perdeu cerca de 50% da capacidade filtrante dos rins. A partir deste ponto a DRC já está instalada e se ela não for interrompida o paciente vai evoluir para a DRC grave, quando os rins já não têm mais eficiência para filtrar o sangue”, afirmou a Dra. Jarinne Nassarala.
Com isso, segundo ela, o corpo começa a acumular substâncias tóxicas e as únicas alternativas são a diálise (rim artificial) ou o transplante renal.
É disse mais. “Por isso é muito importante detectar a DRC nos estágios iniciais para impedir a evolução para esses quadros terminais que sempre vão levar à perda de qualidade de vida e, mais adiante, a óbito. Esse diagnóstico precoce é feito com exame simples de urina e dosagem de creatinina”, finalizou Dra. Jarinne Nessarala.