Detenta degolada dentro de presídio do Acre jogou café no rosto de companheira de cela, diz polícia

Em depoimento, as presas afirmaram que mataram Jamilly após ela jogar café quente no rosto de uma delas.

Por Aline Nascimento

As duas companheiras de cela de Jamilly Ferreira Barbosa, de 39 anos, achada morta dentro da Unidade de Regime Fechado Feminina, no domingo (22), foram levadas para a Delegacia de Flagrantes de Rio Branco (Defla) e ouvidas pelo delegado plantonista após o crime. Em depoimento, as presas afirmaram que mataram Jamilly após ela jogar café quente no rosto de uma delas.

Esse teria sido o motivo para o crime. Além disso, as suspeitas alegaram que eram ameaçadas de morte por Jamilly e temiam ser mortas por ela enquanto dormiam. A informação foi confirmada pelo delegado que ouviu as presas, Adriano de Morais.

“Elas confessaram. Disseram que a Jamilly tinha sinais de perturbação mental e de abstinência de drogas. Tinha comportamento anormal como pegar em fezes e querer jogar nelas, colocar objetos na vagina e ameaçá-las de morte. Inclusive, querer jogar água no ventilador para pegar fogo. Ontem [domingo, 22], a Jamilly, depois de receber o café da manhã, jogou café quente no rosto de uma delas”, contou o delegado.

Jamilly foi achada morta com um corte no pescoço e nos pulsos na manhã de domingo.

O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) confirmou que a detenta tinha problemas mentais e não deixava as companheiras dormirem.

Ainda conforme o instituto, a unidade penitenciária feminina não tem ala de saúde mental, mas que Jamilly era acompanhada por uma equipe de saúde mental.

O Iapen-AC afirmou que vai se posicionar sobre as alegações das presas em depoimentos ainda nesta segunda-feira (23).

Pedidos de mudança

Após ter o rosto queimado pelo café, a suspeita jogou Jamilly em cima da cama e a degolou com uma lâmina do aparelho de barbear. A outra detenta, então, de posse da lâmina, cortou os pulsos da vítima.

“As duas são companheiras, um casal. Uma está presa por homicídio e a outra por latrocínio. Elas foram para audiência de custódia e devem ter voltado para o hospital. Devem ser indiciadas por homicídio, já que as duas participaram do ato”, complementou o delegado.

Ainda segundo a polícia, as suspeitas alegaram que já tinham solicitado transferência da cela à direção da unidade. A reportagem recebeu uma denúncia, na segunda (23), afirmando que, na verdade, Jamilly que tinha pedido para mudar de cela.

De acordo com a denúncia, o pedido foi atendido, levaram Jamilly para outra cela, mas, após um período, colocaram ela novamente com as duas detentas suspeitas.

“Alegaram [suspeitas] que pediram várias vezes para que trocassem ela cela, mas ninguém nunca atendeu esse pedido. Disseram que não podiam dormir à noite com medo da Jamilly matá-las”, frisou Morais.

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Publicado por
G1 Acre