Desenvolvimento sustentável: Bolsonaro defende mais investimentos na Amazônia

A Tribuna

O presidente Jair Bolsonaro destacou ontem, em evento voltado a investidores estrangeiros, o “potencial econômico ímpar da região Norte”, que segundo ele, ainda está muito aquém da sua realização. A declaração foi dada em videoconferência durante a cerimônia de abertura do Fórum de Investimentos Brasil (BIF) 2021, evento organizado pela Apex- -Brasil, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e governo federal.

O presidente citou a região ao falar das “oportunidades únicas” de investimento que o País oferece ao mundo. Na ocasião, ele de fendeu a e xploraç ão sustentável das riquezas na Amazônia brasileira, apontando essa estratégia como ferramenta de superação do que classifica como “paradoxo amazônico, em que baixo desenvolvimento contrasta com a riqueza ambiental única no planeta”.

“O Norte, com potencial econômico ímpar, mas ainda muito aquém d a sua realização . E m ocasião mais recente, durante a última Cúpula do Clima, chamei a atenção do paradoxo amazônico, em que o baixo desenvolvimento econômico contrasta com a riqueza ambiental única no planeta. A adequada remuneração dos ser viços ambientais prestados na região amazônica; a concretização da bioeconomia; e a exploração sustentável dos recursos florestais, minerais e agrícolas, de forma inovadora, são imperativos para superarmos esse paradoxo. Nunca tive dúvidas de que é falso considerar opostos o desenvolvimento e a sustentabilidade”, defendeu o presidente.

“Desejo, sim, ver investimento à ciência, a tecnologia e a inovação se converterem em aumento de emprego e renda para as populações amazônicas. Em minhas viagens ao Nor te e ao Nordeste tenho acompanhado as obras de infraestrutura que contribuirão para o desenvolvimento destas regiões. Obras norteadas pela sustentabilidade que buscam melhor integrar o País e trazer crescimento econômico”, complementou.

Na mesma linha, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou a defesa aos investimentos para a Amazônia durante a sua apresentação durante o evento com investidores internacionais. “Quere – mos ajuda e investimento de fora para construir futuro digital e verde. Uma árvore viva vale mais que uma morta, biofármicos, turismo, economia verde, tudo girará em torno da Amazônia”, afirmou.

Segundo o ministro, a reforma tributária mudará o eixo das isenções tributárias da energia “fóssil e suja” para a economia verde e digital. Apesar das críticas internacionais ao aumento do desmatamento no Brasil durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, Guedes disse que o meio ambiente é um tema de cisivo para economia brasileira. “Vamos nos tornar centro da economia sustentável. A Amazônia será centro de provisão de serviços para economia do meio ambiente”, completou.

O ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, foi outro a participar do evento e ressaltar a preocupação do governo em atrair investidores para amazônica. Ele destacou a importância do meio ambiente e afirmou que “é preciso buscar caminhar no c aminho da conservação e o desenvolvimento da região amazônica, local onde vivem 20 milhões de pessoas.”

*Bolsonaro vê um “paradoxo amazônico”, “em que baixo desenvolvimento contrasta com a riqueza ambiental única no planeta

Presidente diz que país já retomou a recuperação

Aos potenciais investidores, Bolsonaro disse que a economia brasileira já retomou a recuperação e que o País também voltou a gerar empregos. “Meu governo tem o compromisso com reformas e projetos para reduzir o custo Brasil.”

Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a taxa de desemprego atingiu o nível recorde de 14,7% no primeiro trimestre e que 14,8 milhões de brasileiros estavam em busca de trabalho no período.

O presidente afirmou que sua administração tem buscado maior conexão com os fluxos globais de comércio e investimento e reforçou que deseja o ingresso do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), instituição multilateral que tem sede em Paris.

Assim como tinha enfatizado durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima, organizada no mês passado pelo presidente americano Joe Biden, o chefe do E xe cutivo brasileiro voltou a falar do “paradoxo amazônico” e pregado que é necessária uma “adequada remuneração” para o desenvolvimento econômico da região, aliado à sustentabilidade.

Segundo Bolsonaro, a meta de atração de investimentos para o País no fórum é expressiva, com a apresentação de 60 projetos que têm o potencial de obter US$ 72 bilhões em direcionamento de recursos.

Efeitos da crise são minimizados

Ainda durante o seu discurso, o presidente Jair Bolsonaro garantiu que a pandemia não vai comprometer, a longo prazo, a economia brasileira e destacou o potencial econômico brasileiro e as seguranças jurídica e econômica que vigoram no país. “A atual crise sanitária enseja preocupações, mas não tem o poder de comprometer o longo prazo de uma das maiores economias do mundo. O Brasil está, mais do que nunca, preparado para oferecer oportunidades únicas a investidores de todo o mundo por suas potencialidades, assim como por sua segurança jurídica e econômica que busquei fortalecer durante o meu governo”, disse.

O presidente destacou as “metas expressivas” do fórum, que conta com a participação de 101 países. Segundo o presidente, serão apresentados, ao longo do evento, 60 projetos com um potencial de investimentos de US$ 72 bilhões. “Além disso, a partir destas propostas desenvolvidas aqui, espera-se que o País receba, aproximadamente, US$ 50 bilhões em investimentos e gere 22 mil empregos entre 2021 e 2022. Como uma das dez maiores receptoras de investimentos estrangeiros diretos do mundo, a economia brasileira já retomou o seu crescimento e geração de empregos. A participação de tantos executivos de empresas globais relevantes neste evento, reflete o interesse que partilhamos ao ver o Brasil produzir cada vez mais e melhor”, explicou.

Bolsonaro falou ainda sobre os seus compromissos com reformas e projetos estruturantes para reduzir o custo Brasil. “Trata-se de aperfeiçoar normas e políticas para melhorar o ambiente de negócios. Para isso, desenhamos soluções tributárias que asseguram a estabilidade macroeconômica em contexto de desafios orçamentários. Engajamos o setor privado, nacional e estrangeiro, na solução de nossos conhecidos gargalos logísticos e de infraestrutura. Queremos maior abertura e liberdade econômicas, mais competição e maior estímulo a iniciativa privada, reservando-se ao Estado, ao mesmo tempo, o papel que lhe cabe nas várias politicas públicas essenciais ao desenvolvimento”, discursou.

“É com esse foco que temos buscado, em meu governo, negociar acordos econômicos amplos e modernos, que nos conectem ainda mais aos fluxos mundiais de comercio, investimentos, tecnologias e ideias. Queremos políticas públicas de êxito, internacionalmente reconhecidas e baseadas em evidência empírica, além de modernizar e tornar mais transparente e simples nossa legislação. Por essa razão, entre outras, queremos nos tornar membros da OCDE. Defendemos um sistema multilateral de comercio, sem protecionismo, fundamentado em regras. Por isso buscamos fortalecer a OMC. Desejamos intensificar a interação econômica com nossa região, o que significa um Mercosul e uma América do Sul mais dinâmicos, livres e democráticos”, completou.

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Assessoria