A votação para presidente continua no final deste domingo (20) na Venezuela, depois de um dia em que algumas seções ficaram vazias e adversários do presidente Nicolas Maduro fizeram denúncias de fraude.
O processo eleitoral deveria terminar oficialmente às 18h (19h de Brasília), mas algumas escolas ficaram abertas bem depois desse horário em várias partes do país, mesmo sem filas de votantes.
Embora 20,5 milhões de pessoas estivessem aptas a votar, um grande número de abstenções deve favorecer a reeleição de Nicolás Maduro para mais 6 anos de mandato. Ainda não há um balanço oficial, mas o resultado do pleito pode sair ainda nesta noite.
A maioria da oposição decidiu boicotar a eleição e retirou candidaturas, o que também deve contribuir para a reeleição de Maduro. Apenas Henri Fálcon, Javier Bertucci e Reinaldo Quijada seguiram com as candidaturas.
O pleito ocorreu também para cidadãos venezuelanos residentes no exterior. Em diversos países, houve protestos contra o governo de Maduro, que ocupa o cargo desde 2013, após a morte de Hugo Chávez.
A medida fez com que venezuelanos procurassem rotas clandestinaspara comprar mantimentos no Brasil.
Maduro chegou para votar pouco antes das 6h ao colégio Miguel Antonio Caro, em Caracas, ao lado da esposa, Cilia Flores, e de vários colaboradores.
“Fui o primeiro votante da pátria (…) sempre em primeiro nas batalhas pela nossa soberania, pelo direito à paz”, declarou o líder chavista.
Segundo pesquisa da Atlantic Council divulgada em 5 de abril, quase a metade dos venezuelanos avaliava não votar nas eleições presidenciais – o voto não é obrigatório no país.
A Frente Ampla Venezuela Livre, um dos grupos de oposição ao governo do país, afirmou ainda no meio do dia que a participação era de apenas 12% e denunciou a presença de aliados do chavismo em 85% das seções eleitorais, o que violaria um acordo firmado entre os candidatos antes do pleito.
Pontos de votação visitados pelas agências internacionais de notícias AP e Reuters tinham baixa participação, mas o governo não divulgou um balanço ainda.
Segundo o ministro das Comunicações, Jorge Rodríguez, mais de 2,5 milhões de venezuelanos já votaram e a participação é “excelente”.
Agências internacionais e membros da oposição apontaram irregularidades nos chamados “pontos vermelhos” instalados pelo partido de Maduro, com objetivo de checar quem votou por meio do “carnê da pátria” – usado para ter acesso aos programas sociais do governo.
Durante a campanha, Maduro chegou a prometer “prêmios” para quem participar da eleição. Não há informação oficial, mas testemunhas afirmaram que o prêmio seria de 10 milhões de bolívares – cerca de US$ 13 no mercado paralelo.
O ex-pastor evangélico Javier Bertucci afirmou ter recebido mais de 1.400 denúncias de irregularidades, todas elas documentadas.