Delator da Odebrecht citou 51 políticos de 11 partidos

Cláudio Melo Filho atuava no relacionamento da empreiteira com o Congresso; entre os citados estão Temer, Jucá e Renan Calheiros.

G1

ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho citou em seu acordo de delação premiada com a Lava Jato 51 políticos de 11 partidos. Ele era o responsável pelo relacionamento da empresa com o Congresso Nacional. Homem de confiança de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa que está preso em Curitiba, Cláudio entrou na empreiteira como estagiário em 1989.

Formado em administração de empresas, Cláudio Melo Filho trabalhou em obras em Goiás e no metrô do Distrito Federal. Em 2004, assumiu a diretoria de relações institucionais substituindo o pai, Cláudio Melo – que foi quem o apresentou a alguns políticos com os quais se relacionaria por 12 anos.

No acordo de delação premiada com a Lava Jato, Cláudio diz que dava prioridade para as relações com políticos de grande influência no Congresso. Também identificava aqueles que chamada de “promissores”: políticos em ascensão e que, no futuro, poderiam defender os interesses da Odebrecht.

Em março, Cláudio Melo Filho foi levado pela Polícia Federal para prestar depoimento na 26ª fase da Lava Jato, batizada de operação Xepa, que descobriu o setor exclusivo para pagamento de propinas que funcionava na Odebrecht.

Em maio, o ex-diretor foi denunciado pelo Ministério Público Federal na operação Vitória de Pirro, acusado de oferecer R$ 5 milhões ao ex-senador Gim Argello para blindar executivos da Odebrecht na CPI da Petrobras. Porém, o juiz Sérgio Moro avaliou que as evidências eram frágeis e não aceitou a denúncia. O delator está em liberdade.

Cláudio Melo Filho também foi citado na operação Acrônimo, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais.

Delação

O acordo de delação que Cláudio Melo Filho está negociando com os investigadores da Lava Jato envolve a cúpula do PMDB em um esquema de repasse de propina em troca de apoio a projetos de lei de interesse da Odebrecht.

Segundo o delator, o “núcleo dominante” no Senado era formado por Romero Jucá (RR), pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (AL) e por Eunício Oliveira (CE). Na Câmara, Cláudio afirmou que concentravam as arrecadações Eliseu Padilha, Moreira Franco e Michel Temer.

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Publicado por
Alexandre Lima