“Deixaram R$ 65 milhões a pagar, contratos ilegais e ainda reclamam que o PS está lotado”, desabafa secretário de Saúde

Secretário de Saúde do Estado do Acre, Alisson Bestene – Foto: Alexandre Lima/Arquivo

O secretário estadual de saúde (Sesacre), Alysson Bestene, concedeu entrevista exclusiva ao site Folha do Acre na tarde de segunda-feira (4) para afirmar que 30 dias de gestão não são suficientes para reparar o estrago e vícios deixados por um grupo político que governou por 20 anos.

Alysson afirmou que mesmo diante do que considera “herança maldita” deixada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) a nova gestão irá trabalhar pela resolução dos problemas e otimização para a busca de bons resultados. A respeito de um dos maiores desafios da Sesacre, manter funcionando a contento o Hospital Geral de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), Alysson garantiu que a nova gestão manterá aberta às portas para atendimentos básicos e triagem como exige a lei e que tem trabalhado para que médicos especialistas atendam no Huerb.

“É uma luta imensa, realmente grande diante do sucateamento que pegamos a pasta, mas não é isso que nos desmotivará. Se for preciso trabalhar 20 horas diárias nós o faremos, mas iremos encontrar a solução para atendimento digno aos acreanos. Pessoas ligadas à gestão passada divulgaram fotos do Huerb lotado e de fato está lotado porque o espaço é pequeno diante da não conclusão da reforma e fica lotado porque nós não fechamos e nem iremos fechar as portas aos pacientes. Iremos colocar para dentro, com o acolhimento necessário e iremos buscar médicos para atender a todos. Claro que não temos médicos em número suficiente porque havia contratos mal feitos e o Pró-Saúde sequer poderia continuar”, diz.

Dívidas, contratos irregulares e recursos devolvidos

Bestene afirmou, ainda, à reportagem, que entre os problemas deixados pela ex-gestão está dívidas com fornecedores no valor de mais de R$ 65 milhões, além de contrato de trabalho irregulares.

“São dívidas e mais dívidas e nós estamos nos debruçando sobre estes contratos para ver a legalidade deles para evitar levar adiante alguns vícios. Com relação a contratos de trabalho havia casos em que os aditivos sequer tinham legalidade porque eram feitos e o servidor nem assinava e só era comunicado para trabalhar” diz.

Questionado sobre a retomada do funcionamento da Unidade de Câncer (Unacom), Alysson diz que está trabalhando para buscar recursos para que o hospital seja reformado e volte a atender. O secretário afirmou que o recurso que estava disponível para a Unacom foi devolvido por falta de projetos apresentados pela gestão anterior.

“Os recursos foram perdidos, com esse recurso não teríamos mais como contar, infelizmente, mas precisamos de uma maneira de buscar novos recursos e mecanismos para que os acreanos não precisem deixar o estado quando precisarem de tratamento oncológico”, diz.

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folha do acre