Crimes na região de fronteira do Alto Acre, com execuções sumárias, preocupam o governador

 

Gladson Cameli diz que seu Governo não se exime de responsabilidade e que está agindo, mas lembrou que violência vem de mais de 20 anos sem política social, geração de emprego ou investimentos na Educação

Por Tião Maia, para O Alto Acre

O governador Gladson Cameli (PP) manifestou preocupações com os elevados índices de violência registrados nos últimos dias na região de fronteira, principalmente no Alto Acre. Nós últimos dias, quatro assassinatos e uma tentativa de homicídio, além do sequestro de um jovem, foram as principais ocorrências na região na deflagração de uma nova guerra entre facções – o que as autoridades de segurança negam existir.

Numa das ocorrências, na noite da última terça-feira (5), uma casa foi invadida por quase 10 pessoas fortemente armadas. Na casa haviam três indivíduos, os quais foram obrigados a permanecerem deitadas no chão e assim foram executadas com mais de 30 tiros. O caso foi registrado no bairro Leonardo Barbosa, em Brasiléia.

Ocorrências como esta fizeram com que o Governo do Estado deslocasse para o Alto Acre o secretário de Justiça e Segurança Pública, coronel Paulo Cézar santos, para reuniões de emergência com membros do Poder Judiciário e do Ministério Público na região. As reuniões ainda não foram concluídas.

As manifestações de preocupações com a situação por parte do governador foram feitas durante entrevista ao Jornal do Acre 1ª Edição, telejornal transmitido por volta do meio dia pela TV Acre, da Rede Amazônica, afiliada da TV Globo. Em entrevista à apresentadora Quésia Melo, Gladson Cameli disse que, em momento algum, exime a responsabilidade de seu Governo em relação atos de violência, mas lembrou que não pode ser responsabilizado por um problema que se arrasta nos mais de 20 anos. “Eu procuro governar sem olhar pelo retrovisor, sem buscar o passado. Mas o que está acontecendo hoje, com esse negócio de facções, é falta de geração de empregos, de investimentos em educação em políticas sociais nos últimos 20 anos. Eu estou no governo há pouco mais de três anos e, neste tempo, tivemos que enfrentar uma pandemia cruel, que não nos permitiu avançar nas políticas sociais que planejamos”, acrescentou. “Mas, em relação à segurança na fronteira, assim que assumi, criei o Gefron, uma guarnição para atuar na fronteira, que, aliás, nem é obrigação do governo estadual, já que o gerenciamento da segurança nas fronteiras do país é de responsabilidade do governo federal. Mas não nos permitimos esperar e estamos agindo. Como vamos agir também para conter esses casos de matanças. O Estado de Direito prevalecera”, disse.

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Publicado por
Da Redação