Covid-19: 2ª dose do teste da vacina da Pfizer começa a ser aplicada

A vacina de mRNA, tecnologia da Pfizer, é feita a partir do código genético do vírus

Do R7

A aplicação da segunda dose da vacina da Pfizer contra a covid-19 começou nesta segunda-feira (24). Os 500 voluntários selecionados em São Paulo para os testes clínicos da vacina devem receber a segunda dose em até 4 semanas, segundo informações do CEPIC (Centro Paulista de Investigação Clínica), responsável pela realização dos testes na cidade.

Diferentemente de outras pesquisas clínicas de vacinas contra a covid-19, restritas aos profissionais de saúde, o teste da Pfizer foi aberto ao público e qualquer pessoa poderia se candidatar como voluntário.

A Pfizer também está realizando os testes clínicos na instituição filantrópica Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), em Salvador, com mais 500 voluntários. Metade dos participantes recebe a vacina e a outra metade um placebo.

O reumatologista Cristiano Zerbini, diretor do Cepic (Centro Paulista de Investigação Clínica) e coordenador da pesquisa em São Paulo, explica que nem o voluntário nem o profissional que aplica a vacina podem saber se o que está sendo aplicado é o placebo ou não.

A tecnologia utilizada pela Pfizer, que está sendo desenvolvida em parceria com a empresa alemã BioNTech, é a de RNA mensageiro. Nunca utilizadas antes, as vacinas de mRNA carregam as informações para que as células do corpo do paciente produzam proteínas que fazem parte do vírus.

Uma vez que essas proteínas estão dentro do corpo, o sistema imunológico consegue gerar uma resposta de defesa.

A grande vantagem desse tipo de tecnologia é o menor tempo de produção, explica Mayra Moura, diretora da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e mestre em tecnologia de imunobiológicos. “Quando se produz uma vacina com vírus atenuado, por exemplo, é preciso cultivar esse vírus em laboratório e depois fazer o enfraquecimento dele, isso leva tempo. Na vacina de mRNA o corpo fará essa produção.”

Os participantes da pesquisa serão acompanhados durantes dois anos, mas os resultados dos testes e a distribuição da vacina em massa poderão ser feitos antes desse período, segundo o Cepic.

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Da Redação