No Acre, o sindicato da categoria alega que ações realizadas pela Polícia Federal (PF-AC) devem ser suspensas e até canceladas por causa da falta de recursos.
Ao G1 a assessoria do Ministério da Justiçainformou em nota que as informações dadas pela associação dos delegados não é verdadeira.
“De 2011 a 2015, o valor total empenhado para gastos com a Polícia Federal cresceu mais de 25%. Desconsiderando o gasto com pessoal, esse crescimento foi de mais de 32%. E, no próximo ano, o orçamento da instituição será maior do que o de 2015”, aponta em nota.
No Acre, o delegado Jacob Melo lamenta a situação atual das unidades. Ele relata que falta até comida para os detentos e que já chegou a gastar R$ 60 do próprio bolso comprando alimentos para um deles.
“Existem unidades em que o delegado que fica durante o dia paga a comida do preso. Para alimentar um preso já gastei R$ 60 em três dias. Também tenho minha família para alimentar. Além disso, não há dinheiro para novas ações ou investimentos”, disse.
O delegado conta ainda que faltam móveis nos locais em que trabalham e que não há recursos para pagarem a conta de energia, por isso, desligam as luzes do corredor e até o ar-condicionado para racionar.
“Já faz tempo que sentimos isso, a cada ano o ministério retira mais recursos da Polícia Federal. Isso está acabando com nossas condições de fazer qualquer operação. Cada vez o efetivo policial é menor e agora sofremos esse corte orçamentário. Não temos cadeiras, nem agentes e vivemos de doações de móveis de outros órgãos. Falta até água às vezes”, conta.
Ações devem ser paralisadas
Na carta, o sindicato destaca que projetos estratégicos para a segurança com o Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant) e o Centro Integrado de Inteligência Policial e Análises Estratégicas (Cintepol) já estão em processo de descontinuidade por falta de recursos.
No Acre, Melo relata que faltam viaturas e agentes para investigações realizadas no estado. Com o corte, ele destaca que algumas ações devem ser paralisadas.
“Todas as operações em geral estão sofrendo. Como o recurso já está curto nós temos que tirar de onde não tem. Tenho várias investigações que estão paradas por falta de agentes e recursos. A situação é preocupante e mesmo com pouco recurso, ainda conseguimos fazer o trabalho que fazemos”, finaliza.
‘Ministério da Justiça desmente categoria’
Ainda em nota, a assessoria informou que por meio de ofício assinado pelo secretário-executivo, Marivaldo Pereira, “o ministério desmente, de forma categórica, outras colocações divulgadas pela ADPF à Imprensa, ao deixar claro que não há qualquer paralisação de projetos ou atividades estratégicas na Polícia Federal por falta recursos ou em razão de eventual corte no orçamento daquela instituição”, destaca.
E diz ainda que pretende manter o orçamento igual ao executado em 2014 e que o ministério tem dado prioridade à Polícia Federal, de forma a ter sido necessário cortes em outras áreas.
Fonte: G1 Acre