Corpo de sueca deve ficar por uma semana no AC, diz polícia

Johanna Charlotte Eklöf, de 26 anos, foi atropelada na terça-feira (15).
Polícia diz que translado aguarda apenas trâmites de órgãos da Suécia.

Johanna Eklöf, de 26 anos, morreu em acidente na
terça-feira (15) em rodovia no Acre
(Foto: Reprodução/Facebook)

G1

O corpo da ciclista sueca Johanna Eklöf, de 26 anos, morta após ser atropelada na estrada de Epitaciolândia, no interior do Acre, deve esperar mais uma semana em Rio Branco à espera pelo translado, segundo o Departamento da Polícia Técnico-científica. A sueca e o namorado, Emil Böner, de 25 anos, percorriam o mundo de bicicleta e foram vítimas do acidente na manhã de terça-feira (15). Ele permanece internado no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb).

De acordo com o diretor-geral do Departamento de Polícia Técnico-científica, Haley Vilas Boas, o estado do Acre tomou todas as providências necessárias e aguarda apenas os trâmites de responsabilidade do Consulado e Embaixada da Suécia no Brasil, que possuem a incumbência da realização do transporte do corpo e do sobrevivente. O prazo de uma semana, diz o diretor-geral, seria o tempo necessário para esse procedimento.

“O IML se disponibilizou a dar todo auxílio ao Consulado da Suécia no Brasil e ele pediu para que mantivéssemos o cadáver sob refrigeração por, pelo menos, mais uma semana, para a entrada da documentação toda. É algo alheio ao IML, nós já concluímos o trabalho cadavérico, estamos apenas aguardando a documentação para fechar o boletim de ocorrência”, afirma.

Segundo o secretário de Polícia Civil, Carlos Portela, o Estado está dando todo o apoio necessário e o corpo vai ficar em Rio Branco o tempo que for preciso. Ele reitera que tudo o que estava na alçada do Acre foi desenvolvido.

“Nós nos dispomos a manter o corpo no estado o tempo que for necessário. Estamos prestando todo o apoio. Pode ser que demore alguns dias, mas é um procedimento que não temos a menor governabilidade. Mesmo se nós quiséssemos fazer o transporte, não poderíamos sem autorização deles. Temos que respeitar o protocolo, porque envolve estrangeiro”, fala.

O G1 entrou em contato com o Consulado da Suécia, localizado na cidade de Manaus, no Amazonas, mas foi informado que apenas a Embaixada, em Brasília, se posicionaria sobre o caso. Ao G1, o setor de Informação e Cultura da embaixada do país disse que está tratando do caso e em contato direto com o Ministério das Relações Exteriores da Suécia, que deve fazer o translado e que já está em contato com os familiares.

Nesta quarta-feira (16), o diretor clínico do hospital de urgência, Giovani Casseb, Böner – namorado de Johanna – deve ficar internado por mais uma semana. “Ele teve uma contusão cerebral, mas o procedimento não é cirúrgico e sim clínico”, afirmou.

Acidente ocorreu na manhã desta terça-feira (15) na BR-317 (Foto: Alexandre Lima/Arquivo pessoal)

Entenda o caso
O casal de ciclistas sueco, Johanna Charlotte Eklö, de 26 anos e Emil Böner, de 25, foi atropelado por um carro, na manhã de terça-feira (15). A mulher morreu no local, enquanto Böner foi encaminhado com fraturas expostas e traumatismo craniano para o Hospital de Urgência e Emergência, em Rio Branco.

O casal fazia tour de bicicleta pelo mundo e mantinham um site em que compartilhavam fotos dos locais que passavam e histórias de pessoas que encontravam em suas viagens. Na tarde da terça-feira (15), um internauta chegou a anunciar o acidente na página oficial do casal no Facebook.

Nesta quarta-feira (16), o delegado responsável pelo caso, Mardilson Vitorino disse ao G1 que o motorista que conduzia o carro que atropelou o casal estava a mais de 100 km/h. O motorista, José Ribamar Júnior, de 33 anos, prestou depoimento e foi indiciado por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. A velocidade máxima permitida no local do acidente era 80 km/h.

Por telefone, o motorista do carro José Ribamar Júnior falou ao G1 que ainda estava em choque com o ocorrido e que tudo aconteceu de forma muito rápida. Ele falou que saiu da cidade Brasileia em direção a Rio Branco sozinho no veículo e que os ciclistas apareceram subitamente na estrada.

“Nem sei como estou vivo aqui para falar, foi tudo muito rápido. O casal estava embaixo de uma árvore, em um local onde nem eu nem eles poderíamos nos visualizar. De repente, eles surgiram na minha frente. Essa cena vai ficar por muito tempo ainda na minha memória, nem consegui dormir ainda. Tomei medicamentos para tentar me acalmar”, disse.

Comentários

Compartilhar
Publicado por
Alexandre Lima