Contrariando os evangélicos, federações e entidades religiosas são unânimes pela não reabertura dos templos

Após o governador Gladson Cameli publicar decreto permitindo a reabertura dos templos religiosos para o público, mas com a capacidade de fiéis limitada em 20%, diversos seguimentos religiosos se manifestaram em nota sobre o fato.

Centros espíritas, ayahuasqueiros, religiões de matriz africana e a Igreja Católica emitiram comunicados, a maioria pelo não retorno das atividades em virtude da pandemia de covid-19.

A Câmara Temática das Culturas Ayahuasqueiras de Rio Branco, órgão do Conselho Municipal de Políticas Culturais do Município de Rio Branco, que articula lideranças das diversas denominações religiosas ligadas aos três mestres fundadores, Raimundo Irineu Serra, Daniel Pereira de Mattos e José Gabriel da Costa, disse que “as casas religiosas só reabrirão e retomarão as suas cerimônias quando as autoridades sanitárias atestarem que a pandemia está sob controle ou que uma vacina esteja acessível a toda a população”.

E acrescenta que “seguiremos realizando nossas orações em casa, por nós e por toda humanidade” e ressalta que “estas medidas visam manter o bem-estar, a saúde e a vida dos integrantes de nossas comunidades, bem como dos demais cidadãos”.

Já a Federação de Religiões de Matriz Africana (FEREMAAC) decidiu em assembleia virtual que a reabertura de terreiros, searas, roças e outros templos só serão reabertos para a manutenção, “bem como ritos internos, obedecendo às orientações da OMS – Organização Mundial da Saúde”.

A Federação diz, ainda, que a medida visa “manter a saúde e a vida dos membros e correligionários das Casas de Santo, informamos que está sendo produzida uma Cartilha com o objetivo de colaborar com o bom funcionamento das mesmas”.

A Federação Espírita do Estado do Acre (FEEAC) também comentou a decisão de Cameli. Disse que “considerando que no atual momento o distanciamento social é a maneira mais eficaz de proteção contra a SARS-CoV-2 (COVID-19), torna público que continuará mantendo suas atividades de forma virtual, priorizando assim, a segurança de seus trabalhadores, simpatizantes e frequentadores. E ainda, recomenda às suas casas afiliadas que mantenham todas as suas atividades de forma on-line, utilizando-se de todos os recursos tecnológicos possíveis ao seu alcance”.

A Diocese de Rio Branco se posicionou contra a reabertura dos templos. Disse que “desde o dia 18 de março de 2020, antes mesmo do primeiro decreto do Governo do Estado, tomamos a difícil decisão de manter as nossas igrejas fechadas. Desde então, submetemo-nos às decisões do Governo, no que se refere às medidas para enfrentamento da pandemia, sem criar mecanismos para driblar a lei e, procuramos seguir todas as orientações das autoridades sanitárias. Em nenhum momento pressionamos o Governo ou as prefeituras, para acelerar o processo de reabertura das igrejas, porque acreditamos que ainda não é o momento para isso. Ademais, o “efeito sanfona” de abrir e depois ter que fechar, poderá trazer perdas irreversíveis para o nosso povo”, diz a Igreja Católica.

Os representantes católicos são enfáticos em afirmar que não ignoram a crise econômica e sanitária que vive o Acre, mas é necessário prudência e sabedoria neste momento para evitar mais perdas de vidas humanas.

“Porém, precisamos ser prudentes e sábios, para não nos deixarmos ser conduzidos por outros interesses, pois nosso interesse principal sempre será a defesa da vida acima de tudo. Reconhecemos o esforço das nossas autoridades constituídas, e confiamos na capacidade técnica dos profissionais envolvidos no enfrentamento da COVID-19, que dirão a hora mais segura para darmos o passo de reabertura das nossas igrejas. Enquanto isso, vamos nos reinventando para manter vivas a fé e a esperança do nosso povo, sem, contudo, colocar em risco as suas vidas”, enfatizam os líderes católicos.

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Noticias da Hora