Saúde Estadual informou que amostra deve ser enviada à Fiocruz para contraprova nesta segunda-feira (9). Menina de 4 anos que apresentou sintomas da doença está isolada em casa.
As amostras coletadas de uma menina de 4 anos que mora em Assis Brasil, no interior do Acre, e está com suspeita de sarampo ainda vão ser encaminhadas, nesta segunda-feira (9), para contraprova na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A previsão, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, é que o resultado saia entre 15 e 20 dias.
Conforme a técnica do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), Renata Meirelles, as coletas de sangue, swab e urina foram encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em Rio Branco, e, seguindo protocolo do Ministério da Saúde, serão enviadas à Fiocruz, no Rio de Janeiro, para nova testagem e contraprova.
“A criança está evoluindo bem, realmente foi um caso notificado, apresentou sintomas para sarampo, febre, manchas avermelhadas pelo corpo, tosse e coriza. Todas as ações diante de um caso suspeito de sarampo foram tomadas, como a notificação, bloqueio vacinal, e essa criança hoje está isolada, porque ainda está em período de transmissibilidade, caso seja confirmado. Nós realizamos a investigação junto ao município, também junto às autoridades sanitárias do Peru, já que é uma região de fronteira, e no final de semana, uma equipe do PNI Estadual fez um mutirão de vacinação”, informou Renata.
Durante o mutirão foram aplicadas mais de 300 doses de vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola, em pessoas de 6 meses a 39 anos. Somando com as doses contra a Covid-19 e Influenza, foram mais de 700 doses de vacinas aplicadas na ação.
Sobre a criança que foi notificada com suspeita de sarampo, Renata informou que ela tem as duas doses da vacina tríplice viral, por isso, o cenário epidemiológico é “favorável” para o estado acreano.
“Além disso, no Peru não temos casos confirmados de sarampo e nem no estado do Acre. Os nossos últimos casos confirmados de sarampo foram no ano de 2000 e no Brasil só temos casos confirmados no Amapá e em São Paulo no ano de 2022.”
Os últimos casos confirmados de sarampo no Acre ocorreram no ano de 2000, com o registro de três casos no município de Acrelândia, um em Mâncio Lima, um em Plácido de Castro e seis em Rio Branco, totalizando 11 casos.
Conforme dados do PNI Estadual, ao analisar uma série histórica dos últimos 8 anos dos casos notificados de sarampo, nota-se uma regularidade no número de notificações, mantendo uma média entre dois e cinco casos notificados. O ano de 2015 não apresenta essa similaridade, já que não houve nenhum caso notificado no decorrente ano.
No ano de 2018, o Acre relatou 64 casos distribuídos nos municípios de Plácido de Castro, Rio Branco, Capixaba, Acrelândia, Senador Guiomard e Tarauacá, sendo todos descartados por critério laboratorial. O município de Rio Branco apresentou o maior número de notificações, totalizando 51 casos.
Já em 2019, 11 casos foram registrados no estado, pelos municípios de Cruzeiro do Sul, Feijó, Plácido de Castro e Rio Branco, sendo que todos também foram descartados por critério laboratorial, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. E nos anos de 2020 e 2021, não houve notificações de sarampo.
O sarampo é uma doença viral e imunoprevenível, ou seja, a melhor forma de prevenção é através da vacinação, no qual confere imunidade a 95% da população que recebe as duas doses da vacina tríplice viral, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde.
No Acre, no ano de 2021 a cobertura vacinal do tríplice viral com a 1ª dose foi de 58,62%, com um total de 9.543 doses aplicadas e de 25,32% da 2ª dose, o que corresponde a 4.122 pessoas imunizadas.
Para o ano de 2022, o Acre já recebeu cerca de 54 mil doses de vacina contra o sarampo para imunizar crianças. Os imunizantes foram enviados pelo Ministério da Saúde desde o início da campanha, no dia 4 de abril. No último sábado (29), as equipes de Saúde da capital acreana, Rio Branco, realizaram o ‘Dia D’ de imunização e atenderam em vários pontos.
Conforme o PNI, ainda não há números sobre a vacinação contra o sarampo no estado, em virtude de atualização a nível de sistema.
Colaborou Kelton Pinho, da Rede Amazônica Acre.