Pontes e ruas poderão ser bloqueadas durante o protesto em Cobija.
A escassez de combustíveis no departamento de Pando, na Bolívia, tem impactado diretamente o contrabando de gasolina para o Brasil, especialmente nas cidades fronteiriças como Epitaciolândia e Brasileia, no Acre.
Historicamente, muitos brasileiros atravessavam a fronteira até Cobija, capital de Pando, para adquirir gasolina a preços significativamente mais baixos, devido aos subsídios oferecidos pelo governo boliviano. Esse combustível era então trazido ilegalmente para o Brasil, abastecendo um mercado paralelo que se beneficiava da diferença de preços.
No entanto, nos últimos meses, a Bolívia enfrenta uma crise no abastecimento de combustíveis, atribuída à escassez de dólares no país, dificultando a importação de gasolina e diesel. Essa situação levou o governo boliviano a mobilizar o exército para vigiar postos de combustíveis e coibir o contrabando, especialmente nas regiões fronteiriças.
Além disso, medidas como a diferenciação de preços para estrangeiros e restrições na venda de combustíveis têm sido implementadas para controlar o consumo e evitar o desvio para o mercado ilegal.
Como resultado, o contrabando de gasolina para o Brasil diminuiu consideravelmente, afetando aqueles que dependiam dessa atividade para complementar sua renda. A situação também tem gerado filas e protestos em postos de combustíveis na Bolívia, refletindo a gravidade da crise energética no país.