Construção de comportas na fronteira pode afetar ritmo de inundações no Alto e Baixo Acre, segundo coordenador da Defesa Civil

De acordo com Falcão, o uso de comportas no manancial pode afetar o ritmo das inundações nos municípios acreanos. A região sofreu quatro alagações nos últimos 11 anos.

De acordo com Falcão, o uso de comportas no manancial pode afetar o ritmo das inundações nos municípios acreanos. Foto: assessoria 

O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros e coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, Cláudio Falcão, disse que recebeu com temor a informação de que o governo federal da Bolívia fará intervenções no Rio Acre na região Perla Del Acre, Departamento de Pando, Cobija, na fronteira com o Brasil através de Epitaciolândia e Brasiléia, regional do alto acre no interior do Acre. De acordo com Falcão, o uso de comportas no manancial pode afetar o ritmo das inundações nos municípios acreanos.

“Tudo que acontece lá no Peru, na Bolívia e nos outros municípios que estão acima de Rio Branco, acaba afetando diretamente a capital acreana porque nós somos um dos municípios mais impactados que tem em toda a Bacia do Rio Acre. Fechando as comportas, vai chegar uma hora que vai ter que abrir, e abrindo, pode dar problema em tudo o que está abaixo”, disse o coronel em relação ao projeto do governo federal boliviano.

Como exemplo do que pode acontecer nos municípios banhados pelo Rio Acre, no Acre, com a implantação de comportas na Bolívia, o coordenador da Defesa Civil da capital lembrou a ocorrência da alagação histórica em Porto Velho no ano de 2014, a maior dos séculos XX e XXI. Autoridades reconheceram que a barragem da usina concentrou a força da água em uma única queda, aumentando a velocidade e o poder erosivo da água.

Cláudio Falcão, disse mais. “A hidrelétrica de Santo Antônio em Rondônia, por exemplo, já causou inundação em Porto Velho, porque a comporta vai segurar a quantidade de água necessária e depois vai ter que ir abrindo, e acaba tendo um impacto hidrológico bem grande para o que está abaixo. Enfim, não posso opinar maiores detalhes porque eu não conheço o projeto, de repente é um projeto que vai ajudar a eles lá e não vai prejudicar a gente, mas eu creio que é bem temeroso essa questão”, concluiu Falcão.

O vice-ministro da Defesa Civil da Bolívia, Juan Carlos Calvimontes, realizar sobrevoo sobre o rio Acre, na companhia de autoridades locais como a prefeita Ana Lúcia, de Cobija, e o prefeito Carlinho do Pelado, de Brasiléia.

Já pelo lado boliviano, o vice-ministro Calvimontes alertou sobre o risco crescente de o nível das águas subir durante o período de chuvas e afetar a população ribeirinha de Cobija. Ele reforçou que, embora as condições climáticas sejam semelhantes em ambas as margens do rio, a construção das encostas em Brasiléia tem sido uma ação positiva, que agora inspira os planos para proteger as comunidades em Pando, o ministério da Defesa Boliviana estará a frente do projeto que segundo vice-ministro da defesa civil boliviana, afirmou que o projeto custará ao governo federal, 90 milhões de Bolivianos sua primeira fase, ficando sobre responsabilidade da construção o ministério da Defesa Boliviana.

O vice-ministro da Defesa Civil da Bolívia, Juan Carlos Calvimontes, esteve com o prefeito Carlinho do Pelado, de Brasiléia, onde o convidou para participar das primeiras ações em Cobija. Foto: cedida 

A expectativa é que o novo projeto contribua para a segurança e o bem-estar das populações vulneráveis na região de fronteira, promovendo uma ação conjunta entre os governos brasileiro e boliviano.

Vídeo da coletiva de imprensa em Cobija com o vice-ministro de defesa Civil da Bolívia Juan Carlos Calvimontes:

O vice-ministro da Defesa Civil da Bolívia, Juan Carlos Calvimontes, realizou um sobrevoo sobre o rio Acre, na divisa entre o Departamento de Pando, na Bolívia, e o Estado do Acre, no Brasil, na semana passada. Acompanhado de autoridades locais, como a prefeita de Cobija, Ana Lúcia, e o prefeito de Brasiléia, Carlinho do Pelado, o sobrevoo teve o objetivo de realizar uma análise técnica das condições da região de fronteira.

Veja vídeo:

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Publicado por
Marcus José