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Conselho do Meio Ambiente do Amazonas revoga normas que permitiam uso de mercúrio na extração de ouro

Decisão atende recomendação do MPF após constatar riscos de contaminação em áreas de garimpo; laudos apontam níveis de mercúrio acima do limite da OMS em comunidades do Rio Madeira.

Garimpeiros usam mercúrio no processo de lavra do ouro (Foto: MPF/Divulgação)

O Conselho Estadual do Meio Ambiente do Amazonas (Cemaam) decidiu revogar duas normas que autorizavam o uso de mercúrio na extração de ouro no estado. A medida atende a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), emitida após um inquérito que investigou os impactos ambientais e à saúde causados pela substância.

De acordo com o MPF, a revogação tem como objetivo proteger o meio ambiente e a população amazônica, diante das evidências de contaminação por mercúrio em regiões de garimpo. Laudos da Polícia Federal confirmaram a presença do metal em amostras de água, sedimentos e cabelos de ribeirinhos do Rio Madeira, com níveis superiores aos limites estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

As normas estaduais revogadas estavam em desacordo com a legislação federal e com compromissos internacionais firmados pelo Brasil, como a Convenção de Minamata sobre Mercúrio, que prevê a eliminação gradual do uso do metal em atividades industriais e de mineração.

O MPF informou que continuará acompanhando as ações do governo estadual e, em caso de descumprimento, poderá ajuizar ação civil pública para garantir a proibição total do uso e da circulação do mercúrio na atividade garimpeira no Amazonas.

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Publicado por
Da Redação