A festa do Santos em Itaquera irritou conselheiros e organizadas. Corinthians não cede estádio para a final
PAULISTÃO SINCREDI
Marcelo Teixeira estava eufórico na madrugada.
Orgulhoso.
Não só pela vitória do Santos, diante do Bragantino, por 3 a 1, na semifinal do Paulista.
Mas pela torcida do clube, rebaixado para a Segunda Divisão, ter batido o recorde de presença nas arquibancadas em Itaquera.
44 mil e oitocentos e quatro torcedores.
Mais do que o melhor público do dono do estádio, o Corinthians, em 2024.
O raciocínio era lógico: fazer a partida que será mandante na final, também na Neo Química Arena.
Estava disposto a pagar entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão pelo aluguel do estádio.
Apesar da arrecadação de ontem ter chegado a R$ 3 milhões, o lucro santista foi de R$ 800 mil, por conta das despesas. Uma fortuna, se comparado ao que rendeu a partida das quartas, contra a Portuguesa, na Vila Belmiro: R$ 114 mil.
Mas ele não contava com a pressão enorme dos conselheiros e dos chefes das organizadas corintianas.
Exigiram que o presidente Augusto Melo não ‘expusesse’ o Corinthians.
Ou seja, deixasse um rival ganhar mais dinheiro e mostrasse a capacidade de colocar mais torcedores na arena de Itaquera, do que quem a construiu.
A ‘desculpa’ pública é que o Corinthians teria de cuidar do gramado.
Exatamente nesse período de decisão do Paulista.
A próxima partida do time é apenas no dia 9 de abril, contra o Nacional, do Paraguai, pela Sul-Americana.
E a resposta foi ‘não’.
Mais de 50 mil santistas lotaram o Morumbi contra o São Bernardo. São Paulo não cedeu novamente o estádio Raul Baretta/Santos
O presidente do São Paulo, Julio Casares, viveu o mesmo ‘drama’.
As organizadas e os conselheiros não querem que ceda, de novo, ao Santos, o Morumbis.
O clube do Litoral levou 50 mil pessoas para uma partida ainda da fase de classificação, contra o São Bernardo, no dia 25 de fevereiro.
A próxima partida do São Paulo é somente no dia 10 de abril, contra o Cobresal, pela Libertadores.
E ele também tem de ‘cuidar’ do gramado.
O irônico é que os santistas não depredaram a arena corintiana e nem a são paulina.
O presidente Marcelo Teixeira tentou a ajuda do presidente Reinaldo Carneiro Bastos, para que ele convença um dos presidentes rivais para liberar Itaquera ou o Morumbi.
Mas não houve jeito.
O Santos jogará a sua partida como mandante, na final do Paulista, na Vila Belmiro.
O recurso, para compensar o óbvio prejuízo, será aumentar o preço dos ingressos.
Teixeira não esperava essa reação das direções dos rivais.
Mas os conselheiros e chefes das organizadas venceram.
Nada de Itaquera ou de Morumbi.
Para não lembrar os vexames que Corinthians e São Paulo deram no Paulista.
Não quiseram ver a festa santista nas arquibancadas.
Postura lamentável.
A inveja venceu…