Conflitos deixaram 25 mortos em área da Venezuela perto do Brasil, diz prefeito

Polícia brasileira orienta manifestantes a retornarem para o lado brasieiro em conflito na fronteira com a Venezuela — Foto: Alan Chaves/G1 RR

Conflitos em localidades de região venezuelana próxima a fronteira com Brasil deixaram aproximadamente 25 mortos e 84 feridos desde sexta-feira, disse Emilio González, prefeito da municipalidade de Gran Sabana. Nessa região está Santa Elena de Uairén, a 15 quilômetros da fronteira com o Brasil, e Kumaparakay, a cerca de 85 km da fronteira, onde houve o primeiro conflito. Ele deu uma entrevista coletiva em Pacaraima (RR) no final da tarde deste domingo (23).

Emilio, que é um índio pemon, afirma que está sendo perseguido pelo governo de Nicolás Maduro, do qual é opositor. Ele veio para o Brasil por meio da mata, em rotas clandestinas e deixou a cidade de Santa Elena por volta das 18h de sábado, chegando a Pacaraima por volta das 11h deste domingo.

Emilio González, prefeito da municipalidade de Gran Sabana — Foto: Emily Costa/G1 RR

Segundo o prefeito, há uma ordem de prisão para ele, feita pelos chavistas. Ele afirmou que o município de Santa Elena está “tomado pelos pranes (chefes de facção), pelos sindicatos do governo” e que são “os pranes, sindicatos do crime (grupos que controlam as áreas de garimpo) e militares venezuelanos” que estão matando as pessoas.

“Neste momento estamos passando um momento difícil. Estamos em emergência. O narco governo de Nicolás Maduro está arremetendo contra um povo que necessita de paz e tranquilidade. O único rincão que tínhamos em Venezuela foi tomado por Maduro. Estão atacando. Tem sangue no caminho, nas ruas. Estamos sofrendo, portanto peço ajuda internacional porque estamos passando um momento difícil. Precisamos de ajuda”, disse.

Conflitos na fronteira

O exército venezuelano e manifestantes voltaram a entrar em confronto na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, em Pacaraima (RR), na tarde deste domingo. Os manifestantes jogaram pedras contra a Guarda Nacional Bolivariana, que respondeu com bombas de gás lacrimogêneo. Pouco depois, a Força Nacional do Brasil fez uma barreira de contenção para impedir o avanço dos manifestantes e interromper o confronto.

No sábado, um confronto já havia ocorrido no local depois que uma base do exército da Venezuela foi atacada por manifestantes. Os militares venezuelanos reagiram com bombas de gás lacrimogêneo.

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Publicado por
G1