O governador Tião Viana (PT) encaminhou à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) projeto que cria uma autarquia interestadual envolvendo nove Estados, que de imediato cria 21 novos cargos comissionados, que serão bancados pelos cofres do Acre. Denominado de Consócio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, a proposta terá salários que variam de R$ 3.500 a 18 mil.
Deputada oposicionista, Eliane Sinhasique (PMDB) considerara “estranha” uma proposta cujo discurso acompanha o governo há 20 anos entrar na Casa como regime de urgência. “Desenvolvimento sustentável no Acre é um engodo em sua gênese e prática. Não resolvemos nem os nossos problemas, agora vamos resolver o dos outros”, criticou a parlamentar, informando que serão gastos R$ 4,4 milhões na montagem inicial da estrutura administrativa.
A autarquia, segundo a proposição, terá um escritório em Brasília e núcleos administrativos em todos os nove Estados, objetiva o aprimoramento da infraestrutura viária entre os associados, a construção de programas regionais de educação e a assistência técnica rural para o fortalecimento do pequeno produtor, entre outros.
“Os serviços públicos relacionados, ou seja, agropecuária, logística, industrialização, educação, empreendedorismo e a inovação, foram justamente o que o Acre no fez nas últimas décadas”, enfatizou Sinhasique, que tem dossiês sobre planos de manejo, saneamento básico e do setor produtivo.
A mensagem será apreciada na próxima semana, segundo a assessoria técnica da Mesa Diretora. Nenhum deputado da base de sustentação do governo respondeu aos questionamentos de Sinhasique. “Precisamos discutir profundamente o papel dessa possível nova fonte de despesas, que diminuirá o nosso já combalido orçamento”, pontou a deputada.
