Da ContilNet
Uma informação do site Amazônia Real está repercutindo em todo o Brasil: os empresários da região Sul do país deixaram de buscar imigrantes no abrigo Chácara Aliança, em Rio Branco, para trabalhar em empresas de abate de animais e da construção civil.
Sem propostas de emprego, o abrigo, que tem capacidade para 200 pessoas, está superlotado desde o mês de setembro.
Sem propostas de emprego, o abrigo, que tem capacidade para 200 pessoas, está superlotado desde o mês de setembro
De acordo com informações, nesta quinta-feira (30) havia 450 refugiados, entre mulheres e homens, sendo 315 imigrantes do Haiti, 130 do Senegal e cinco da República Dominicana. Mas, o lugar chegou a alojar 700 pessoas no início de outubro.
Em entrevista à Amazônia Real, o secretário de Estado de Desenvolvimento Social do Acre, Antônio Torres, disse que, sem o apoio dos empresários do Sul, a solução para amenizar a superlotação no abrigo foi aumentar o envio dos estrangeiros para São Paulo, cidade que também acolhe os imigrantes.
O secretário Antônio Torres afirmou que, em média, partem de Rio Branco quatro ônibus rumo à capital paulista. O gasto com o frete de cada veículo é de R$ 32 mil. Ele disse que, quando a Chácara Aliança acomodou 700 estrangeiros, dez veículos foram fretados pelo governo para transportá-los a São Paulo. No mês de setembro, foram gastos R$ 600 mil só com o transporte de imigrantes.
Já o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Nílson Mourão, afirma que o governo procura atender os imigrantes da melhor forma possível, mas com a superlotação do refúgio, problemas como a falta de água e transbordamento da fossa séptica estão surgindo.
“Então, a estrutura acaba não suportando, mas estamos fazendo o possível para garantir o abrigo para eles”, disse.
Um estudo do Conselho Nacional de Imigração (CNIg), em parceria com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), divulgado este ano, diz que a maioria desses imigrantes trabalha na área da construção civil e da indústria, principalmente de cidades do Rio Grande do Sul, como Bento Gonçalves e Lajeado. Os empregadores declaram estar satisfeitos com o desempenho deles.