Com medida do BNDES, Acre pode ficar livre do pagamento de financiamento até dezembro

Uma exigência apenas do BNDES é que isso não prejudique as obras em andamento financiadas pela instituição. Até o momento o BNDES apresentou ações que somadas chegam a R$ 138 bilhões, no enfrentamento da crise.

Presidente do BNDES, Gustavo Montezano, que visa suspender até dezembro os pagamentos de financiamentos contraídos junto ao banco.

Com assessoria

BNDES também se comprometeu a acelerar a liberação de empréstimos solicitados por Estados que já estavam tramitando no banco

Acre e mais doze estados da federação podem ser contemplados com uma decisão anunciada hoje (8) pelo presidente do BNDES, Gustavo Montezano, que visa suspender até dezembro os pagamentos de financiamentos contraídos junto ao banco.

A medida diz, ainda, que cabe ao chefe do Executivo, no caso o governador Gladson Cameli, requisitar por ofício a suspensão do pagamento de parcelas das operações diretas.

Além do Acre, os estados do Amapá, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, poderão ser contemplados.

A medida visa alavancar a economia dos estados afetadas pelo novo coronavírus, bem como fortalecer ações no combate à Covid-19, doença causada pelo vírus. Uma exigência apenas do BNDES é que isso não prejudique as obras em andamento financiadas pela instituição. Até o momento o BNDES apresentou ações que somadas chegam a R$ 138 bilhões, no enfrentamento da crise.

O BNDES decidiu estender para Estados e municípios o programa de suspensão dívidas com o banco até o fim do ano, disse nessa segunda feira o presidente da instituição, Gustavo Montezano. Os empréstimos do banco aos Estados somam quase R$ 4 bilhões e tanto o principal quanto os juros a serem pagos foram suspensos até o fim do ano.

“Existem Estados com suspensão de pagamento obtido na justiça e também terão direito ao ‘stand still’ até o fim do ano. O programa vale para quem tem dívida vencida e não paga e com pagamento em dia”, disse o presidente do BNDES em entrevista online.

O programa de suspensão dos passivos até o fim do ano com o banco já tinha sido lançado para empresas e até sexta feira já somava mais de R$ 9 bilhões em recursos aprovados.

O BNDES também se comprometeu a acelerar a liberação de empréstimos solicitados por Estados que já estavam tramitando no banco. Ao todo, as demandas somam R$ 456 milhões. “Vamos acelerar as liberações”, disse Montezano.

O presidente do banco de fomento anunciou nesta segunda-feira uma terceira rodada de apoio ao setor produtivo, mas muitas iniciativas já eram de domínio público, como apoio à armazenagem ao setor sucroalcooleiro e financiamento de R$ 2 bilhões para empresas fornecedoras de grandes companhias que operaram no Brasil, além de um fundo garantidor de até R$ 20 bilhões para agilizar e baratear o crédito para micro, pequenas e médias empresas.

Uma novidade foi a criação de uma linha de R$ 2 bilhõe para financiar empresas de saúde.

Segundo Montezano, outras medidas de apoio devem ser anunciadas em breve após conversas e consultas ao setor produtivo. “Isso não se exaure aqui.”

Vendas de ações

O presidente do BNDES disse que alguns sinais de retomada do mercado de capitais começaram a ser dados nos últimos dias e a expectativa é que se essa melhora se consolidar, o banco vai reiniciar o processo de venda de participações societárias.

Antes da pandemia, o banco havia encaminhado a estruturação da venda da participação na JBS, mas o processo foi suspenso com a instabilidade do mercado.

“(Venda de) Participação na JBS e em outras mais maduras foram paradas…a gente já vê retomada de liquidez e chegando a uma normalidade a gente retomará o desinvestimento na JBS e da carteira, afirmou Montezano. “Sobre JBS, não decidimos nada para ano que vem e acompanhamos mercado e não colocamos prazo para desinvestimento”, acrescentou.

Sobre as ajudas setoriais, para companhias aéreas, montadoras de veículos e empresas de energia elétrica, elas seguem em andamento, disseram executivos do BNDES que participaram da entrevista.

No caso das aéreas, as conversas com as Latam, Gol e Azul devem prosseguir até o começo de julho. Em relação ao setor elétrico, a expectativa é que a Aneel autorize a ajuda de até 16 bilhões de reais até semana que vem. Já sobre as montadoras, as negociações ocorrem individualmente e os executivos não deram detalhes.

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Publicado por
Marcus José