Coluna da Maria Coutinho – Assuntos do cotidiano

A saúde, o trabalhador, os desafios.

É dever do Estado assegurar a população qualidade de vida, além da prática curativa, com acessibilidade, igualdade, integralidade, universalidade e gratuidade, através de políticas capazes atender os princípios do Sistema Único de Saúde (sus). O programa criado em 1988, é lindo, mas não funciona como deveria.

As falhas de gerenciamento…

…do SUS, o torna precário e em nada muda a realidade daqueles que dependem exclusivamente desse serviço. A precariedade compromete o zelo no atendimento da população. Nas filas de espera por consultas, exames e cirurgias aparecem os nós críticos do fluxograma.

A pandemia…

…delatou o caos da saúde no Brasil. O sistema colapsou com alto nível de doentes e mortandade por Coronavírus. Sem espaço de isolamento, sem recursos humanos e sem dinheiro, os servidores agiram heroicamente.

Tragédia e os corvos.

Espatifando a decência tinha as organizações criminosas, alvos de denúncias por desvio de verbas, superfaturamentos de mascaras, aventais, EPIs, contratos de hospitais, respiradores, falta de oxigênio, etc.

Ser bom é uma escolha.

Na contramão da imoralidade, estavam os trabalhadores da saúde garantindo a intervenção nas intercorrências. Uniram forças e venceram os limites da tragédia no frágil contexto laboral. Sem direito ao descanso, férias e nem feriados, lutavam contra o tempo salvando vidas.

Salve, salve honrosos servidores…

… da saúde. Sem home office, na linha de frente, éticos e empáticos. Longe das famílias, expostos ao contágio, exaustos, porém resistes. As orações e os louvores aliviavam o sofrimento mental. O ciclo pandêmico no hospital Regional do Alto Acre foi marcado por feridas, dores, coragem, resiliência e fé.

Os profissionais de saúde…

…agiam atenuando o inferno manifesto na tragédia por Covid-19. Impossível contabilizar socorristas infectados, e ou, mortos por complicações do Coronavírus. Com a alta letalidade do vírus, os vivos não davam conta de enterrar os mortos.

Estamos em outro momento…

… aos poucos tudo volta ao “normal”. A alegria de viver é possível, as famílias recuperam o tempo, a economia dá sinais de crescimento.  Hoje, socializar é possível, mas também é hora de ressignificar a vida por um universo humanizado.

O momento também é…

…de reconhecer a importância dos trabalhadores da saúde. No Acre a resiliência dessa classe está para além da pandemia. São esses profissionais com salários corroídos pela inflação, que permanecem na ponta do leito, protagonistas éticos, em alerta, se virando como podem, medicando, aferindo, entubando, etc.

A roda não pode ser quadrada.

Como fazer política sem pensar em investimento público? Montar o palco no cenário da saúde com os melhores profissionais e resultados incríveis, é impossível com a precarização das condições laborais e proventos defasados. Realidade que impede a qualidade da assistência prestada.

Trabalhadores da saúde no Acre…

…, não precisam de aplausos, mas sim, de respeito, condições para trabalhar, salários justos. Com as perdas salariais e acumulo de serviços, a queda na qualidade de vida dos servidores é fato. Nos hospitais e unidades básicas são recorrentes usuários aflitos, equipes reduzidas, servidores mal remunerados e fragilizados emocionalmente.

Conversando com a sociedade.

Greve é o nome que se dá a paralisação da força produtiva do empregador. Isso acontece quando a classe trabalhadora luta contra a violação de seus direitos.

Os profissionais da saúde…

… paralisaram os serviços para se fazer ouvir. A categoria peleja por tratamento digno, concurso, correção do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração, reestruturação das condições de serviços, etc. O Acre precisa se curvar com justeza e através de políticas ética para a categoria símbolo de resistência em cenários caóticos.

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Publicado por
Da Redação