Coluna da Maria Coutinho

Suicídio

Quando abordamos a pauta à luz da racionalidade, admitimos que o assunto é complexo, delicado, sério, perigoso e difícil. Além de multifacetado é sobretudo, um grave problema de saúde pública.

Têm pessoas…

…tirando a própria vida diariamente, isso é fato. As interrogativas aparecem sob diferentes vertentes.   Entender que existem mensagens no ato suicida ou nas tentativas frustradas é muito importante. Há sofrimento interno e antes que o pior aconteça precisamos encontrar meios que desperte no ser humano o prazer de viver.

Valorizar a vida…

…é um exercício necessário nos dias atuais. Isso porque, vivenciamos a incerteza ancorada nas frustrações. As faces que conduzem a vida das crianças e jovens estão vazias. Temos famílias, adultos e idosos sem norte, reféns de batalhas perdidas. A esperança permanece de portas fechadas.

Por que os gritos não ecoam?

Porque o mundo está repleto de ódio, confuso, obscuro, repressor, frio, discriminador e implacável. Nesse universo os pedidos de socorro não reverberam mais, não dispomos de tempo para o outro. O sofrimento alheio é quase impossível perceber.

Como levantar a cabeça…

…e aguentar a dor de viver com lacunas sociais promovendo a solidão e a morte? Precisamos entender que o suicida não morre da noite para o dia, a autodestruição representa um meio de cura, para a dor que ele sente sozinho.

Somos mundos singulares…

…com narrativas, tramas, dramas nem sempre suportáveis. A carga emocional, em muitos casos representa um aramado que aprisiona sangrando ”almas”. Muitas pessoas não dispõem de recursos emocionais para lidar com frustrações.

Morte.

A morte é um tabu. Falar sobre a morte, mesmo que seja do outro, também causa desconforto. Porém, a temida “foice” é real, é a única certeza da qual não podemos fugir. Visitamos lojas e passamos horas montando nossos looks, mas não costumamos visitar funerárias para comprar caixões, salvo em caso de velório.

Suicídio.

Mas falar sobre suicídio é necessário e não podemos negligenciar essa realidade. O Brasil está enfermo, o mundo acamado, o ser humano adoecido. As queixas de transtornos mentais vêm aumentando diariamente, principalmente entre os jovens. A saúde humana está comprometida e precisamos reconhecer.

O suicídio precisa ser discutido…

…exaustivamente para que juntos, sociedade civil e representantes constituídos possam enfrentar esse desafio com projetos de alcance real. Precisamos de programas de prevenção ao suicídio urgente. Reconhecer e tratar é melhor que fechar os olhos.

Fatores que podem levar ao suicídio.

Nem sempre o depressivo comete suicídio. O uso de álcool, substâncias psicoativas, bullying, esquizofrenia, negação de gênero, conflitos familiares, crise financeira, tragédias, abuso sexual, física, discriminação, histórico familiar suicida e a internet com teores distorcidos são alguns fatores de riscos para o suicídio.

Evitando o suicídio.

Na ideação suicida, se percebe o discurso frequente sobre morte, isolamento, choro frequente, alteração do humor, etc. Ao primeiro sinal de tristeza duradoura fale, não tenha vergonha de expor sua dor, procure ajuda! Não se deixe permanecer na solidão, peça ajuda!

Criticar nunca! 

Familiares, professores e amigos que observarem esses comportamentos nas pessoas de convívio, faça algo para ajudar. A ajuda respeitosa e ética é indispensável. Ofereça um abraço, a escuta ou um olhar acolhedor. Marque consultas e se precisar acompanhe a pessoa até um profissional de saúde.

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Publicado por
Da Redação