Coluna da Maria Coutinho

A sociedade virtual

Ao analisarmos o espaço virtual, logo pensamos em globalização, nesse cenário, constatamos o atrevimento ingênuo, de quem pensa ter o poder e a liberdade na palma da mão.   Veja bem, percorremos o mundo em fração de segundos, através da web, isso é fato! Postamos, compramos, curtimos, mandamos recadinhos, adicionamos amigos, programamos encontros, passeios, fazemos caras e bocas conforme nos convém.  Tudo isso é maravilhoso, é cômodo e pratico. No entanto, precisamos compreender que a internet é de domínio coletivo.

A web e a tecnologia de ponta…

…tudo isso é valoroso e representa inovações a serviço da humanidade. Mas não esqueçamos que o mundo virtual nos conduz a zona de conforto espetacular e perigosamente atraente. Esse encantamento da liberdade, das possibilidades e facilidades, veda a percepção do perigo. Veta a consciência de  fragilidade nas redes sociais. Portanto, crer na facilidade do poder contemporâneo, através da web desconsiderando o perigo, representa basicamente a comodidade da ilusão. Acessar pagina virtual e passear em terra de ninguém.

Estamos frágeis nas redes sociais…

…Realidade que pode surpreender qualquer um, independente de idade, cor, credo, etnia, sexo ou posição social. Ao acessarmos o mundo virtual, nosso universo, intimo, é violado. Na verdade saímos do anonimato. Nossa vida fica inteiramente exposta, com livre acesso a quem desejar vasculhar nossa intimidade.  Portanto, não resta duvidas, que a web tem suas vantagens porem, nos deixas expostos e frágeis.

Todo cuidado…

…Se não podemos evitar nossa exposição nas redes sociais, que sejamos mais criteriosos. Que fiquemos atentos ao acessarmos a internet. Que permaneçamos vigilantes aos conteúdos pesquisados por nossos pequenos. Que não construamos paredes de isolamento em nossas casas. Que estabeleçamos vias de acesso ao dialogo franco com nossos filhos. Que saibamos dizer não, com firmeza, quando necessário.

Filhos da tirania…

…sobre erros e acertos, quando a pauta é educação, considero a insegurança dos pais. Longe de generalizar, afinal, toda regra tem exceção, a superficialidade nas relações prevalecem. Observo que a afinidade familiar se apresenta desconstruída. Constato a tirania contemporânea, revitimando gerações. Vejo famílias desorientadas, indecisas quanto à forma politicamente correta para educar. Testemunho a incerteza desconstruir conceitos. E sem parâmetro educacional, a deriva permanecem muitos núcleos familiares.

O que estamos construindo…

… Crianças e adolescentes mal educados são rejeitados, portanto infelizes. Vejo o consumismo determinando o vazio social. A sensualidade estimulada precocemente. Valores éticos invertidos. O dialogo suprimido. A gentileza negligenciada. A afetividade obsoleta e a ostentação transformada em refugio do fracasso. Papo cabeça é estar rigorosamente na moda. É valorizar aparências. É fanfarrear. É colecionar brinquedos, roupas, calcados, adereços, maquiagens… É dispor da tecnologia de ponta, mas sempre, a frente de todos.  É gastar sem limites.  É ter e não ser.

Cultura negligenciada…

…e gerações alienadas. Por mais que tente, ainda não consegui encontrar pais incentivando os filhos a buscar crescimento intelectual. E raro são, os que estimulam a orientação espiritual. Não vejo incentivo por leitura e informação. Alias, numa sociedade capitalista, é democraticamente correto valorizar o consumismo e promover a insanidade.

Queria ver…

…o acordar das pessoas para essa fraqueza, que é intencionalmente plantada com o objetivo de resguardar poderosos. Fique atento, pois, trilhar caminhos percorridos por outros não refere à rota mais segura. Temos que encontrar nossa identidade. Não se permita nivelar por baixo. Leia e ensine a importância do conhecimento aos seus filhos. Pratique valores morais, espirituais e éticos.

A fábrica de Narciso…

…dentre inúmeros legados negativos, promovidos no mundo virtual, destacamos a necessidade de perfis padronizados, caracterizando visibilidade. Não é difícil constatar a ansiedade frenética de pessoas dependentes de curtidas em suas postagens, para se sentirem aceitas. Para se reconhecerem. Gente que fazem a impossível má tentativa de virar noticia. Posturas deprimentes.

E o que seria isso?

La no oco da vaidade, encontramos mundos vazios de amor próprio e credo, apoiados na ausência de valores morais. Egos estilhaçados e ancorados em padrões determinados na mídia. Pessoas que se valem do espaço web, na ilusão de provar sua importância no meio social. Temos, portanto, a construção transparente de refugio ao fracasso.

Mal temos tempo de conversar conosco…

Que tal um tempinho para uma conversa intima? Fazendo aquele balanço… Analisando tudo o que construímos… Jogando fora o lixo encalhado na curva da vida…  Revendo conceitos… Adotando posturas saudáveis… Ousando trilhar rotas menos danosas… Favorável à identidade sadia… Vamos construir o legado de honestidade?

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Publicado por
Alexandre Lima