Brasil
Colômbia: Entenda a crise e os motivos dos protestos nas ruas
Manifestações se espalharam em diversas cidades do país após o anúncio de uma reforma tributária; últimos dias têm sido de violência, repressão e mortes no país
As manifestações na Colômbia, que chegaram ao oitavo dia nesta quarta-feira (5), começaram após o presidente Iván Duque anunciar uma reforma tributária que desagradou grande parte da população. Nos últimos dias, no entanto, os protestos ganharam novos contornos e continuam sendo fortemente reprimidos pela polícia local.
O governo de Duque vem sendo acusado pela oposição de tentar prejudicar as classes média e baixa em meio à pandemia do novo coronavírus.
Desde o anúncio da reforma – já suspensa – o país enfrenta uma forte onda de protestos, que levou milhares de pessoas às ruas. São 24 mortos até esta quinta-feira (6), de acordo com a Defensoria do Povo da Colômbia. Os protestos começaram em Bogotá, Medelín e Cali no último dia 29 e vários grupos ameaçam entrar em greve, como caminhoneiros e taxistas.
Devido aos protestos, Duque anunciou a revogação das medidas mais polêmicas da reforma nesta segunda-feira (3), com o objetivo de acalmar a situação nas ruas. Entre os pontos mais polêmicos da reforma estavam o aumento do ICMS sobre produtos e serviços.
Imagens da violência policial empregada para conter os manifestantes circulam na internet – a cantora colombiana Shakira se posicionou nas redes sociais e pediu para que o governo “pare de violar os direitos humanos”. “As balas jamais poderão silenciar a voz daqueles que sofrem. É imprescindível que não sejamos surdos ao clamor dos nossos”, escreveu a artista.
Nos últimos dias, no entanto, os protestos se transformaram em uma demanda por ações para combater a pobreza, a violência policial denunciada por manifestantes, entre outras questões importantes para os colombianos como saúde e educação.

Os protestos começaram em Bogotá, Medelín e Cali no último dia 29 e vários grupos ameaçam entrar em greve
O crescimento da pobreza, que alcançou 42,5% da população colombiana no ano passado em meio à pandemia da Covid-19, agravou desigualdades e interrompeu os ganhos do desenvolvimento da Colômbia. A população vivendo em extrema pobreza aumentou em 2,8 milhões durante 2020.
Renúncia do ministro da Fazenda
A intensificação dos protestos levou o ministro da Fazenda, Alberto Carrasquilla, a renunciar ao cargo nesta segunda-feira (3). Para o posto deixado por Carrasquilla, Duque anunciou o economista José Manuel Restrepo, que ocupava o cargo de ministro do Comércio, Industria e Turismo.
A renúncia de Carrasquilla aconteceu após Duque suspender o projeto de lei da reforma tributária – recentemente apresentado ao Parlamento colombiano. Carrasquilla é apontado como o principal idealizador da reforma, que não foi aceita por grande parte dos colombianos.
Pelas redes sociais, Duque afirma que “organizações criminosas se escondem atrás de protestos legítimos”. Nesta quarta-feira (5), quando Bogotá registrou mais um protesto violento, o presidente colombiano afirmou que a capital “sofre o ataque do crime organizado” e pediu “todo o peso da lei para àqueles que persistem na violência”.
Militarização e violências em cidades
No último sábado (1º), Duque ordenou a militarização das cidades “onde há alto risco para a integridade dos cidadãos”, que são os locais onde os distúrbios se tornaram mais violentos. “A assistência militar está consagrada na Constituição e na lei, e será mantida, em coordenação com prefeitos e governadores, até que cessem os atos de grave perturbação da ordem pública”, disse.
O ministro da Defesa, Diego Molano, disse que “a assistência militar à Polícia” será prestada inicialmente no sudoeste, centro e em Antioquia, de forma “temporária e excepcional”.

O crescimento da pobreza, que alcançou 42,5% da população colombiana no ano passado em meio à pandemia da Covid-19, agravou desigualdades e interrompeu os ganhos do desenvolvimento da Colômbia
A prefeita de Bogotá, Claudia López, rejeitou a militarização das ruas das cidades. O mesmo fez o prefeito de Medellín, Daniel Quintero Calle, que afirmou que a cidade “não solicitará assistência militar” e agradeceu ao Exército por continuar acompanhando “as tarefas de proteção da infraestrutura crítica nas periferias e áreas rurais da cidade”.
A Defensoria do Povo da Colômbia acompanha os protestos e greves de perto. Desde o dia 28 de abril, a entidade alega que há cerca de 350 feridos nos protestos – e 24 mortos. Até esta quarta-feira (5) outras 89 pessoas estavam desaparecidas. Cerca de 38 profissionais das forças de segurança da Colômbia também foram feridos.

Até esta quarta-feira (5) outras 89 pessoas estavam desaparecidas. Cerca de 38 profissionais das forças de segurança da Colômbia também foram feridos.
Segundo a Defensoria, há mais de 860 bloqueios de vias e ruas em todo o país. Na cidade de Tocancipá, em Cundinamarca, as vias foram liberadas com o auxílio da Defensoria para a passagem de um caminhão de oxigênio para cerca de 220 pacientes do Hospital Internacional da Colômbia, que necessitava desses insumos em até 48 horas.
Comentários
Brasil
Governo vai propor isenção de energia para até 60 milhões de pessoas

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O governo federal deve enviar ao Congresso Nacional, ainda neste semestre, um projeto de lei de reforma do setor elétrico brasileiro. Entre as propostas, está a ampliação da tarifa social, que hoje oferece descontos no pagamento da conta de energia para indígenas, quilombolas, idosos que recebem Benefício de Prestação Continuada (BPC) e famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal com renda até meio salário único.
A ideia é que haja uma isenção de pagamento de tarifa de energia elétrica para essas populações caso elas consumam até 80 kWh por mês, o que chegaria a 60 milhões de pessoas no país.
Atualmente, a isenção completa do pagamento em caso de consumo de até 50 kWh vale para indígenas e quilombolas, enquanto os idosos com BPC e as famílias do CadÚnico têm direito a descontos escalonados de até 65%, caso o consumo seja menor que 220kWh.
“Mais de 60 milhões de brasileiras e brasileiros serão beneficiados com a gratuidade de energia do consumo até 80 gigawatt por mês. Isso representa o consumo de uma família que tem uma geladeira, um chuveiro elétrico, ferro de passar, carregador de celular, televisão, lâmpadas para seis cômodos”, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em evento no Rio de Janeiro.
O ministro não explicou sobre o que será feito em relação aos descontos escalonados que hoje são aplicados para consumos até 220 kWh. Segundo ele, a ideia é subsidiar a política através da correção de “distorções internas do setor”.
“Se você vê o projeto como um todo, você vai ver que estamos fazendo ali uma completa e possível justiça tarifária, corrigindo as distorções dentro do setor. E isso não impacta praticamente o restante dos consumidores”.
Uma das distorções, de acordo com Silveira, é o pagamento sobre a segurança energética.
“O pobre paga mais que o rico na questão, em especial, da segurança energética, para se pagar Angra 1 e 2 e as térmicas. Só o pobre paga. Boa parte do mercado livre não paga por essa segurança energética ou paga pouco. Então, estamos reequilibrando essa questão do pagamento por parte do pobre, do mercado regulado e da classe média”.
Outra proposta do projeto de lei, que deverá ser encaminhada à Casa Civil da Presidência ainda este mês é dar mais liberdade de escolha para o consumidor, inclusive residencial, em relação à origem da energia que ele irá consumir.
“O cara vai poder comprar energia como compra em Portugal ou na Espanha. Ele escolhe a fonte energética que ele quer comprar, pelo celular. Ele vai poder escolher a fonte, o preço e ele vai poder pagar da forma que ele quiser. Pode pagar tanto através da distribuidora quanto pode emitir um boleto direto ou pagar pela internet”
Comentários
Brasil
Casa Branca esclarece que tarifas sobre a China chegam a 145%

REUTERS
Produtos vindos da China para os Estados Unidos agora estão sujeitos a uma tarifa de pelo menos 145%, esclareceu a Casa Branca nesta quinta-feira (10).
A tarifa “recíproca” de 125% anunciada pelo presidente Donald Trump sobre a China na quarta-feira se soma à tarifa de 20% que já estava em vigor.
Não estava claro na quarta-feira se as tarifas eram aditivas. A Casa Branca afirmou na quinta-feira que sim.
Trump vinculou essa tarifa de 20% à imigração ilegal e ao fluxo de fentanil para os EUA, nos quais ele acusa a China de ter um papel.
Além disso, Trump também aumentou as tarifas sobre produtos com preço inferior a US$ 800 vindos da China para 120% a partir de 2 de maio.
Comentários
Brasil
Maior apreensão de cocaína em 15 anos no Tocantins: 565 kg escondidos em caminhão de melancias
Operação conjunta prende 5 suspeitos de tráfico internacional e apreende armas e dinheiro; droga teria entrado no país por via aérea
Em uma das maiores operações contra o narcotráfico no Norte do país, a Polícia Federal e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/TO) apreenderam 565 kg de cocaína escondidos em um caminhão que transportava melancias. A ação ocorreu nesta quarta-feira (9) em Fátima do Sul, região central do Tocantins.
De acordo com as investigações, a droga teria entrado no Brasil por via aérea antes de ser ocultada na carga de frutas. Além da cocaína – maior apreensão do tipo no estado em 15 anos -, os agentes encontraram:
• Dinheiro em espécie
• Veículos usados na logística do tráfico
• 5 armas de fogo (incluindo pistolas e carabinas com numeração raspada)
Cinco suspeitos foram presos em flagrante e encaminhados à Superintendência da PF em Palmas. Eles responderão por tráfico internacional, associação ao tráfico e posse ilegal de armas, com penas que podem somar mais de 47 anos de prisão. A identidade dos envolvidos não foi divulgada.
Você precisa fazer login para comentar.