Cientista político acreano sai em defesa do voto eletrônico

Cezar Negreiros

O cientista político Nilson Euclides, professor do Curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Acre (Ufac), disse que estas críticas dos bolsonaristas e dos setores conservadores da sociedade acreana de fraude nas urnas eletrônicas reflete o cenário desfavorável nas eleições do próximo ano.

Como o governo Bolsonaro não consegue responder os últimos escândalos que abalaram o Palácio da Alvorada e dar uma resposta a política fracassada de combate a pandemia de covid-19, busca desesperadamente desmoralizar as instituições, em busca de colher dividendos políticos. “Acho essas ameaças infundadas, porque há 25 anos começamos com o voto eletrônico que permitiu a alternância do poder no país, mas não temos nenhum registro de fraude que comprometesse a vontade soberana dos eleitores”, declarou Euclides.

O sociólogo destacou que esse grupo político que tomou de assalto o poder não contará com o mesmo cenário favorável em 2022. Destacou que a eleição de Bolsonaro levou em conta uma conjuntura favorável como aconteceu com o governo Donald Trump nos Estados Unidos da América, mas que não se repetiu no pleito seguinte. “A sociedade brasileira elegeu um governo de ultradireita que até agora não conseguiu demonstrar capacidade para governar o nosso país”, observou o professor universitário.

A questão do voto impresso suscitou intermináveis debates na sociedade acreana, mas a palavra final caberá aos parlamentares no Congresso Nacional decidir se a votação do próximo ano será impresso ou não. Para os especialistas, o maior problema é o custo de substituição das urnas eletrônicas nos 5.568 municípios antes do pleito presidencial. Em caso de dúvidas poderia estabelecer algumas cidades como laboratório do voto impresso para dirimir definitivamente estas dúvidas suscitadas pelas direitas conservadoras e os grupos religiosos fundamentais no país que buscam colocar em chegue a inviolabilidade das urnas eletrônicas.

Auditagem

A empresa de tecnologia que porventura venha ganhar a licitação de confecção desta nova urna eletrônica, com uma impressora anexada para contabilizar voto a voto impresso pode não ter com o tempo suficiente para atender a demanda das seções eleitorais nos 5.568 municípios brasileiros.

O principal obstáculo do retrocesso do voto impresso será o custo de produção das novas urnas eletrônicas com a instalação do mecanismo que permita a instalação da impressora. Antes da votação das eleições gerais, a Justiça Eleitoral sorteia algumas urnas eletrônicas para que os partidos e representantes da sociedade civil possam acompanhar a auditagem dos votos dadas a cada candidato no software programado com o nome e o número dos postulantes a cargos majoritários e proporcionais que estão no páreo da disputa eleitoral.

Durante a votação, uma nova auditagem é realizada com o resultado de cada urna eletrônica instalada na seção eleitoral que permite a totalização paralela em tempo real, em todos os pleitos eleitorais, mas nenhuma irregularidade foi detectada pelos especialistas em informática.

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Publicado por
A Tribuna