Com ANF
“No caso da Bolívia, segundo esta organização da ONU, o seu crescimento económico está estimado em 1,9% para este ano de 2024. Segundo este último relatório, o país está no penúltimo lugar em termos de crescimento económico na América do Sul, se tomarmos tendo em conta que a Argentina diminuiria -3,1% em 2024”, explicou o economista à ANF.
Organismo internacional divulgou o estudo ‘Novas projeções de crescimento económico para a América Latina e as Caraíbas 2024’, no qual projetou que o crescimento económico dos países da América Latina e das Caraíbas atingirá 2,1%. enquanto no nível sul-americano será de 1,6%.
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Nesse sentido, o especialista disse que o crescimento do país na América Latina e no Caribe está nos últimos cinco lugares, segundo o relatório, quem mais crescerá será a Guiana com 34,3%. Enquanto a Bolívia está acima da Colômbia 1,3%, Cuba 1,3%, Bahamas 1,8%, enquanto isso, o Haiti terá uma queda de -2,0%, assim como a Argentina -3,1%.
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“Se compararmos as informações dos demais países da América Latina e do Caribe, temos um crescimento muito menor em relação às demais nações, eu diria que estamos entre os cinco últimos lugares. Depois de nós em menor crescimento estão as Bahamas e nosso crescimento é reduzido e só vamos crescer um pouco mais que a Colômbia, um pouco mais que Cuba e isso é impressionante”, acrescentou.
O relatório da CEPAL é semelhante ao apresentado pelo Banco Mundial em 10 de abril deste ano, quando indicou que o crescimento económico da Bolívia será de 1,4%. Uma semana depois, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou que a economia da Bolívia crescerá 1,6%.
Contudo, o vice-ministro de Política Tributária, Jhonny Morales, afirmou que o produto interno bruto (PIB) da Bolívia crescerá 3,71% e refutou as projeções de entidades multilaterais.
Marketing econômico
Por outro lado, o especialista disse que o Governo não quer reconhecer a realidade económica que o país atravessa, antes dedica-se ao marketing político económico com indicadores positivos que não estão de acordo com o que a população percebe.
“Isso merece uma reflexão para além do discurso político e da imposição de marketing de indicadores positivos, isso nos dá uma outra perspectiva que é fruto da crise fiscal, da escassez de dólares e da crise político-social que a sociedade atravessa”, destacou.
Ao mesmo tempo, lembrou que desde a última administração as projeções do Governo não foram cumpridas, tendo em conta que estavam previstos 4,71%, mas apenas 3,1% foram alcançados. Considerou que a tendência é que haja uma diminuição e o risco é que entre numa fase de recessão e arrefecimento da economia.
“As metas não estão sendo cumpridas e a tendência é de queda. A economia está a arrefecer, mas existe a possibilidade de entrarmos numa recessão devido aos factores que já conhecemos: uma dívida pública elevada, um défice fiscal sustentado, a queda das reservas internacionais, uma escassez de divisas, a que se deve acrescentou o conflito político social, as baixas expectativas dos investidores estrangeiros”, explicou.