Por Raoni Alves, G1 Rio
A presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Susana Cordeiro Guerra, anunciou nesta terça-feira (28) que o questionário completo do Censo Demográfico 2020 terá um total de 76 perguntas. O número representa 32% menos questionamentos em relação ao formulário original, que teria 112 questões.
Realizado a cada dez anos, o Censo Demográfico tem abrangência nacional. Os pesquisadores do IBGE visitam os domicílios pelo país para obter dados sobre as características dos moradores, nível de estudo, trabalho, entre outras informações.
A última edição do Censo foi em 2010. O IBGE estima que a população tenha aumentado em cerca de 10,4% desde então.
Na pesquisa do próximo ano o questionário básico terá 25 perguntas. Em 2010 foram 34 questões. Já o formulário de amostra terá 76 questões, 34 perguntas menos do que o censo 2010.
Susana Cordeiro confirmou que os 190 mil pesquisadores do IBGE vão visitar um total de 71 milhões de domicílios, em 5570 municípios de todo o Brasil.
Durante a coletiva de imprensa na sede do órgão, foram divulgados os temas que estarão nos questionários básicos e de amostra do Censo 2020. São eles:
O diretor de Pesquisas do IBGE, Eduardo Rios-Neto, afirmou que o órgão deu prioridade para a qualidade do questionários e não se ateve ao número de perguntas.
“Essa numerologia não é a principal questão. O principal é a qualidade do questionário e as dimensões coletadas. Muito mais que a questão de números de perguntas é o tempo de coleta dos dados. Esse é o grande desafio do Censo”, afirmou o diretor.
“Outro ponto fundamental é a declaração etária. No caso dos idosos, e o Brasil vem passando por um envelhecimento populacional, você consegue informações para o cálculo da expectativa de vida e questões como de previdência e saúde pública para o idoso. Por isso a declaração de idade e a enumeração são os princípios que guiam o questionário básico”, completou Rios-Neto.
Durante outra coletiva de imprensa, na segunda-feira (27), Eduardo Rios-Neto adiantou ter apresentado proposta ao conselho consultivo do instituto prevendo a redução do número de perguntas.
Rios-Neto afirmou que o foco será na “celeridade” e que não levou em conta um possível corte orçamentário.
“O modelo está muito próximo do fecho. É mais ajuste. Foi uma questão mais de redução do que de ampliação. É uma questão de adaptação de quesitos, bem técnico. Serão ajustados por uma questão de operacionalidade”, disse Rios-Neto.
Em abril, o IBGE chegou a falar em redução de 25% no orçamento previsto para a pesquisa, que inicialmente era de R$ 3,1 bilhões.
Na época, a presidente do instituto, Susana Cordeira Guerra, declarou que o tamanho do corte ainda não estava definido.