Mais de oito meses após o brutal assassinato de Yara Paulino da Silva, o caso que chocou o Acre e ganhou ampla repercussão chega a uma nova fase na Justiça. Nesta terça-feira, 4, será realizada, na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar, a audiência de instrução e julgamento dos nove acusados de torturar e matar a jovem.
Yara foi espancada até a morte com golpes de ripa, em via pública, no Conjunto Habitacional Cidade do Povo, em Rio Branco, na tarde de 24 de março deste ano. Segundo as investigações, o crime foi cometido por membros de uma facção criminosa, após um boato falso de que ela teria matado a própria filha, de apenas 3 meses de vida.
Posteriormente, a ossada encontrada próxima à casa da vítima foi identificada como sendo de um cachorro, desmentindo completamente o boato.
Os réus Leiliane Alves da Silva, Maria Liberdade da Silva Siqueira Chaves, José Gabriel Lima do Nascimento, Mizael Bezerra Freire, Ismael Bezerra, Patrícia de Castro da Silva, Francisco Gleidson de Souza Nunes (Neném), Janderson Duque de Barros e Gabriel Souza Sales serão interrogados nesta terça-feira. Antes, serão ouvidas as testemunhas de acusação e defesa.
De acordo com a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Yara foi rendida dentro de casa, torturada e, ao tentar fugir, acabou sendo alcançada e morta diante de várias pessoas. O ex-marido da vítima, Mizael Bezerra, que também é pai da criança desaparecida, estaria presente na residência durante a sessão de tortura.
Os acusados tiveram a prisão temporária convertida em preventiva, e as investigações continuam. Até o momento, o paradeiro da pequena Cristina Maria, filha de Yara, segue desconhecido.