Após coletiva que apontou linchamento, delegados agora avaliam hipótese de execução por facção; especialistas questionam versão inicial
A coletiva foi concedida horas depois da barbárie cometida contra Yara, que foi morta no meio da rua na Cidade do Povo e teve a cabeça esfacelada a machadadas. Foto: cedida
O brutal assassinato de Yara Paulino da Silva, 27 anos, morta a pauladas e machadadas na Cidade do Povo na última segunda-feira (24), ganhou novos desdobramentos. O caso, inicialmente apresentado como linchamento em coletiva de imprensa na terça-feira (25), agora é investigado pela Polícia Civil como possível execução por facção criminosa.
As contradições do caso:
- Coletiva inicial: Delegados Leonardo Ribeiro e Alcino Junior apresentaram a tese de linchamento poucas horas após o crime
- Nova hipótese: “Temos informações de que pode ter sido ligada a facções, mas não podemos afirmar ainda”, declarou o delegado Ribeiro
- Cena do crime: Imagens mostravam populares nas proximidades quando Yara foi assassinada com violência extrema
Especialistas questionam versão:
Repórteres experientes na cobertura policial apontam inconsistências:
- Execuções faccionistas geralmente não deixam testemunhas
- Membros de facções dificilmente permaneceriam no local aguardando a polícia
- A brutalidade do método (machadadas) é atípica para linchamentos populares
Fatos confirmados:
- Yara foi assassinada com violência incomum na via pública
- A vítima tinha uma filha desaparecida, cujo paradeiro segue desconhecido
- O corpo apresentava a cabeça esfacelada por golpes de machado
Próximos passos:
A Polícia Civil deve:
- Cruzar dados de inteligência sobre facções atuantes na região
- Investigar possíveis ligações da vítima com grupos criminosos
- Reanalisar depoimentos de testemunhas presentes no local
Contexto preocupante:
O caso expõe a complexidade da violência no Acre, onde:
- Linchamentos já foram registrados anteriormente
- Facções criminosas ampliaram atuação nos últimos anos
- Métodos brutais de execução tornaram-se mais frequentes
Enquanto as investigações continuam, familiares e moradores da Cidade do Povo aguardam respostas sobre o verdadeiro motivo do crime que chocou o estado. O IML já liberou o corpo de Yara para sepultamento.
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