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Casal viaja por três cidades de avião e táxi para fazer o ‘Enem dos concursos’; ‘Foi muito chão para chegar até aqui’, diz farmacêutica

Luiz Paulo e Carla saíram de Envira no Amazonas e fizeram as provas em Cruzeiro do Sul no Acre. Casal já havia levado quase três dias para fazer essa viagem em maio.

Gastrônomo Luiz Paulo da Silva e farmacêutica Carla Menezes viajaram quase 300 km entre AM e AC para conseguir fazer a prova — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Três cidades, um trecho de avião, uma viagem intermunicipal de táxi e quase 300 km de distância. Essa foi a jornada do casal Luiz Paulo da Silva e Carla Menezes para conseguir fazer as provas do Concurso Nacional Unificado (CNU) neste domingo (18).

Os dois vivem na cidade de Envira, no interior do Amazonas, onde pegaram um voo em um avião de pequeno porte até a cidade de Feijó no Acre. De lá, eles precisaram ainda alugar um táxi para cruzar mais 276 km até chegar em Cruzeiro do Sul (AC) onde fizeram o ‘Enem dos Concursos’.

Embora a prova tenha sido aplicada em oito cidades amazonenses, o município acreano era a opção mais próxima para que eles pudessem participar do certame.

“Foi muito chão para chegar até aqui, mas vai dar certo”, comenta a farmacêutica com a esperança de que o esforço seja recompensado.

Aliás, esforço esse que é ainda maior levando em consideração que o casal já havia feito essa viagem no começo de maio e acabou tendo de retornar para casa sem fazer a prova por causa do adiamento do concurso, em virtude das enchentes no Rio Grande do Sul.

Na ocasião, Carla e Luiz Paulo enfrentaram uma jornada de três dias de barco entre Amazonas e Acre e depois seguiram de ônibus para Cruzeiro do Sul. Dessa vez, porém, com a seca do Rio Envira não foi possível percorrer o trecho por via fluvial.

Apesar do cansaço, o casal acredita ter grandes chances de conseguir ingressar no serviço público federal.

“Achei meu desempenho bom nessa primeira etapa, o tema da redação teve um nível de dificuldade um pouco maior, mas estou esperançoso e achei boa prova e bem favorável”, enfatiza Silva.

A opinião é compartilhada por Carla que disse só ter tido um único problema. “Esperava um nível de dificuldade bem maior, mas quando vi achei que fui bem. Só achei difícil o horário, a gente teve que chegar ainda a noite no local, mas foi tranquilo”, conta.

A situação ocorreu porque as provas foram aplicadas ao mesmo tempo em todo o território nacional. Como o Acre possui um diferença de duas horas a menos em relação ao horário de Brasília, isso significa que os portões foram abertos às 5h30 da manhã e fecharam às 6h30 com a prova da manhã iniciando 7h. Isso forçou os candidatos a chegarem de madrugada nos locais de prova.

Candidatos tiveram de chegar ainda de madrugada aos locais de prova no Acre — Foto: Júnior Andrade/Rede Amazônica Acre

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Publicado por
G1 Acre