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Câncer: EUA querem rótulos com aviso de risco de doença em bebidas alcoólicas

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Comunicado oficial aponta que relação direta entre consumo de álcool e risco da doença está bem estabelecida para pelo menos sete tipos dela

A Coreia do Sul implementou, em 2016, avisos gráficos sobre seus danos à saúde. A Tailândia possui sistema abrangente de rotulagem, com vários alertas, desde 2010. Foto: internet

Olhar Digital

Na sexta-feira (3), o cirurgião-geral e principal porta-voz do governo dos Estados Unidos para questões de saúde pública, Vivek Murthy, enfatizou a necessidade de que bebidas alcoólicas tenham rótulos avisando sobre seu potencial para câncer.

O alerta é ponto de partida importante para regularizar o setor, assim como já vemos com o tabaco, relembra a Exame.

Em comunicado oficial, o médico disse que “a relação direta entre o consumo de álcool e o risco de câncer está bem estabelecida para pelo menos sete tipos da doença, independentemente do tipo de bebida consumido (cerveja, vinho ou destilados)”.

Relação entre câncer e bebidas alcoólicas
  • O relatório aponta que cerca de 100 mil casos de câncer e 20 mil mortes por ano nos EUA estão ligados ao consumo de álcool;
  • Ainda segundo Murthy, a bebida representa a terceira causa mais comum de câncer evitável por lá, e fica atrás somente do tabaco e da obesidade;
  • O mercado financeiro foi abalado por este anúncio, com as ações de empresas de bebidas alcoólicas, como Diageo, Pernod Ricard, Anheuser-Busch InBev e até a Heineken, registrando queda de até 3% após o comunicado ter sido publicado;
  • Em resposta ao conselho do médico, o Conselho de Bebidas Destiladas dos Estados Unidos (DISCUS, na sigla em inglês) citou relatório recente da Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina: “Os atuais avisos de saúde em produtos alcoólicos já informam há muito tempo os consumidores sobre os riscos potenciais do consumo de álcool”, frisou a vice-presidente de ciência do DISCUS, Amanda Burger.

Voltando ao relatório estadunidense, são sete os tipos principais de câncer ligados ao álcool:

  • Mama;
  • Garganta;
  • Fígado;
  • Esôfago;
  • Boca;
  • Laringe;
  • Cólon.

As recomendações atuais nos EUA são de duas doses ou menos por dia para homens e uma dose ou menos por dia para mulheres. Contudo, o médico aconselha que esse padrão seja reavaliado. Ele ainda aborda várias ações para abordar a questão, como uma atualização nos rótulos de advertência existentes, pois, desde 1988, focam apenas nos riscos durante a gravidez e na operação de máquinas.

O comunicado também propõe ampliação de iniciativas educativas sobre os riscos de contrair câncer, intensificação de triagens médicas visando identificar consumo em excesso e ampliar o encaminhamento de pacientes para tratamento quando isso for necessário. Quem decidirá sobre uma eventual mudança no sistema é o Congresso dos EUA.

Mas há um porém: a poucos dias da destituição de Joe Biden do cargo de presidente dos EUA para a assunção de Donald Trump, Murthy deverá ser substituído por Janette Nesheiwat, indicada pelo presidente eleito.

Em contrapartida, Trump tem um histórico contrário às bebidas, visto que ele perdeu um irmão para o alcoolismo e não consome nada alcoólico, além de alertar acerca dos riscos do álcool.

Já o indicado dela para a Secretaria de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., costuma frequentar sessões do Alcoólicos Anônimos (AA) e se mostra à disposição para lutar contra a dependência química, algo que já enfrentou no passado.

E no resto do mundo?

A declaração de Murthy foi baseada no relatório Global Status Report for Alcohol and Healthda Organização Mundial da Saúde (OMS), que explica que o número de países que pedem avisos sobre saúde e segurança nos rótulos de bebidas alcoólicas subiu bem na década passada, indo de 31 em 2014 para 47 em 2018.

Mas não são só advertências para câncer que são exigidas em outras nações. Por exemplo, a África do Sul determina que tais produtos tenham avisos sobre riscos de seu consumo durante a gravidez, desde 2009.

A Coreia do Sul implementou, em 2016, avisos gráficos sobre seus danos à saúde. A Tailândia possui sistema abrangente de rotulagem, com vários alertas, desde 2010. Por último, desde 2013, a Turquia também possui advertências sobre os riscos.

Trump, que alerta sobre riscos do álcool, pode apoiar posicionamento de rotulagem que adverte sobre o câncer provocado pelo álcool (Imagem: Evan El-Amin/Shutterstock)

Brasil

Por aqui, a regulação não é tão abrangente, apesar de que, em outubro de 2022, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter implementado novas regras relacionadas a rotulagens nutricionais de alimentos e bebidas não alcoólicas, como os grandes avisos sobre teor de açúcar, glúten, etc. Isso porque as bebidas alcoólicas seguem sem nenhum tipo de exigência.

Na verdade, no caso delas, isso é opcional, sendo obrigatório apenas o valor nutricional de seus produtos.

Setor se preocupa com a economia

Além da possível mudança nos rótulos, as empresas de bebidas alcoólicas já vêm enfrentando problemas nos EUA. As vendas cresceram durante a pandemia de Covid-19, mas estão em descendência, somadas às possibilidades de aumento das taxas atuais.

Para Blake Droesch, analista da eMarketer, “os rótulos de advertência não serão um golpe mortal imediato para os fabricantes de bebidas alcoólicas, mas irão agravar as ameaças de longo prazo para a indústria”.

Além disso, existe a concorrência, por exemplo, da canábis, bem como uma tendência de diminuição no consumo por parte das pessoas mais jovens. O que vem proporcionando certo alento ao setor são as bebidas com menor teor alcoólico ou com ausência de álcool, como a Heineken 0.0, que obteve crescimento de dois dígitos em 16 países em 2024.

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19ª Copa AAJJ de Jiu-Jitsu reúne mais de 400 atletas e destaca nova equipe da Baixada da Sobral

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No último dia 14 de dezembro, foi realizada, na quadra de esportes da ABB, a 19ª edição da Copa AAJJ de Jiu-Jitsu, evento já tradicional no calendário do jiu-jitsu acreano. A competição reuniu mais de 400 atletas, com disputas em diversas categorias, abrangendo desde crianças até adultos, e contou com a participação de inúmeras equipes consagradas do estado.

Entre os destaques do evento esteve a equipe Magno de França Atitude, representante do núcleo da Visual Academia, localizado na Baixada da Sobral. Apesar de ser uma equipe recente no cenário competitivo, com apenas um ano de existência, o grupo demonstrou alto nível técnico e surpreendeu pelos resultados expressivos.

Mesmo levando um número reduzido de atletas, a equipe alcançou um desempenho notável: a cada três competidores inscritos, dois subiram ao pódio, índice que a colocou à frente de equipes maiores, algumas com o dobro ou até o triplo de atletas inscritos. O resultado evidenciou a qualidade técnica do trabalho desenvolvido.

O excelente desempenho é atribuído à atuação dos instrutores e à coordenação do supervisor do projeto, o major da Polícia Militar Magno de França. O núcleo conta com dois instrutores faixas-pretas: o perito criminal Charles França e o professor de jiu-jitsu Antônio José, conhecido como professor Tony, ambos com longa trajetória no ensino da modalidade no Acre.

Além de atletas e disseminadores do jiu-jitsu, o major Magno de França e o perito criminal Charles França atuam há mais de 20 anos no ensino de modalidades de lutas policiais, o que contribui significativamente para o aprimoramento técnico aplicado ao jiu-jitsu.

Os bons resultados se estenderam por todas as categorias, das infantis às adultas. Um dos grandes destaques individuais foi o atleta Raísson, que se consagrou campeão na categoria pesadíssimo adulto. O atleta já vinha de uma conquista anterior no Campeonato Acreano, promovido pela Federação de Jiu-Jitsu do Estado do Acre, realizado nos meses anteriores.

Com isso, o núcleo de jiu-jitsu da Visual Academia / Magno de França Atitude passa a deter atualmente dois títulos importantes na categoria pesadíssimo adulto: o da Copa AAJJ e o da Federação de Jiu-Jitsu do Estado do Acre, consolidando-se como uma equipe promissora e de alto nível técnico no cenário do jiu-jitsu acreano.

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Consumidor pagará menos na conta de luz em janeiro

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De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a adoção da bandeira verde reflete um cenário de segurança energética, no qual não há necessidade de acionamento intensivo de usinas termelétricas

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta terça-feira (23) que o ano de 2026 começará sem custo extra na conta de energia para a população. Em janeiro, será aplicada a bandeira tarifária verde.

A agência reguladora destacou que apesar de o período chuvoso ter iniciado com chuvas abaixo da média histórica, em novembro e dezembro houve no país, de um modo geral, a manutenção do volume de chuvas e do nível dos reservatórios das usinas.

“Em janeiro de 2026 não será necessário despachar as usinas termelétricas na mesma quantidade do mês anterior, o que evita a cobrança de custos adicionais na conta de energia do consumidor”, explicou a Aneel.

Neste mês de dezembro já houve a redução na bandeira tarifária vermelha no patamar 1 para amarela.A medida reduziu em R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (KW/h) consumidos e passou a R$ 1,885.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a adoção da bandeira verde reflete um cenário de segurança energética, no qual não há necessidade de acionamento intensivo de usinas termelétricas. Essas unidades, além de apresentarem custo de geração mais elevado, utilizam combustíveis fósseis e contribuem para a emissão de gases de efeito estufa.

“Apesar da crescente participação de fontes renováveis como solar e eólica na matriz energética brasileira, a geração hidrelétrica segue como base do sistema elétrico nacional. A capacidade de produção das usinas depende diretamente do volume de chuvas que incide sobre as principais bacias hidrográficas, fator que tem se mostrado”, lembra a pasta.

Custos extras

Criado em 2015 pela Aneel, o sistema de bandeiras tarifárias reflete os custos variáveis da geração de energia elétrica. Divididas em cores, as bandeiras indicam quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional (SIN) gerar a energia usada nas residências, em estabelecimentos comerciais e nas indústrias.

Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, não há nenhum acréscimo. Quando são aplicadas as bandeiras vermelha ou amarela, a conta sofre acréscimo a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumido.

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Prefeitura de Rio Branco assina contratos de R$ 850 mil para auxílio emergencial durante seca

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Acordos para cestas básicas e combustível foram firmados em dezembro e publicados no DOE; recursos, autorizados por portaria federal, poderão ser usados até março de 2026

Os recursos poderão ser utilizados até 15 de março de 2026, conforme estabelecido pela Portaria nº 2.817 do governo federal, que autorizou o repasse de verbas à capital. Foto: captada 

A Prefeitura de Rio Branco assinou dois contratos emergenciais, no valor total de R$ 850.875, para atender famílias em situação de vulnerabilidade durante a seca que atinge o Acre. Os acordos foram firmados em dezembro de 2025 e publicados no Diário Oficial do Estado (DOE) na última terça-feira (23/12), após correções de informações.

Destinação dos recursos:
  • R$ 825 mil para aquisição de cestas básicas, contratadas com a empresa A. A. Souza Ltda;

  • R$ 25.875 para fornecimento de combustível à Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), firmado com o Jaguar Auto Posto Acre Ltda.

As contratações foram feitas por meio da Dispensa de Licitação nº 06/2025, com fundamento na Lei nº 14.133/2021, que permite procedimento direto em situações de calamidade pública. A justificativa aponta a estiagem prolongada e o risco de desabastecimento de água, reconhecidos por atos municipais, estaduais e federais ao longo de 2025.

Os recursos poderão ser utilizados até 15 de março de 2026, conforme estabelecido pela Portaria nº 2.817 do governo federal, que autorizou o repasse de verbas à capital. A seca foi classificada como desastre natural, levando a prefeitura a decretar situação excepcional em agosto, posteriormente reconhecida pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec).

Os contratos foram firmados pelo secretário municipal da Casa Civil, Valtim José da Silva, pelo coordenador da Comdec, tenente-coronel Cláudio Falcão de Sousa, e pelos representantes das empresas fornecedoras.

Embora as medidas atendam a uma resposta imediata, especialistas apontam a dependência de ações paliativas diante da falta de políticas estruturais para enfrentar os efeitos da estiagem. A cada nova ação emergencial, fica evidente a vulnerabilidade da cidade e a necessidade de planejamento que vá além da lógica da urgência.

A Comdec deverá prestar contas sobre a aplicação dos recursos. Enquanto isso, a população aguarda a implementação de soluções de longo prazo para conviver com os períodos de seca, que têm se intensificado nos últimos anos.

Os contratos emergenciais reforçam a gravidade da crise hídrica no Acre e a necessidade de ações coordenadas entre município, estado e União para mitigar os impactos sobre as famílias mais pobres.

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