Caminhoneiros pedem intervenção do MPF-AC em greve da Suframa

Motoristas exigem medidas urgentes e pretendem fazer protestos.
Funcionários da Suframa estão em greve desde do dia 21 maio.

G1

Motoristas esperam greve da Suframa acabar para seguir viagem com mercadorias (Foto: Aline Nascimento/G1)

Os funcionários da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) no Acre, seguem por tempo indeterminado com a greve que foi deflagrada no dia 21 de maio. Nesta quarta-feira (10), os caminhoneiros que estão há pelo menos uma semana aguardando a liberação de carga, pediram a intervenção do Ministério Público Federal no Acre (MPF-AC), para que os trabalhadores passem a liberar uma demanda maior de mercadorias. Caso a situação não seja resolvida nesta quarta-feira (10), os caminhoneiros pretendem realizar protestos e possivelmente fechar a via.

Segundo o caminhoneiro Claudinei Kruge, que está parado com uma carga de embalagens de papelão, os motoristas têm apenas um banheiro para todos usarem e como a demanda é muito grande, alguns deles acabam fazendo as necessidades fisiológicas ao redor dos caminhões. Ele destaca que esta semana houve ocorrências de roubos no local onde os veículos estão estacionados e não há nenhum tipo de segurança.

“Queremos que algum órgão tome uma decisão para resolver essa situação, por isso, pretendemos fazer um protesto pacífico. Se o MPF-AC não aparecer para dar um parecer favorável para amanhã [quinta-feira (11)], vamos fazer uma manifestação sim e o fechamento da via é uma opção. Queremos que o governo passe a demanda para algum órgão competente que possa realizar esse trabalho ou entre em acordo com a Suframa para que as cargas sejam liberadas e em seguida o cliente venha liberar a documentação”, disse.

Há oito dias esperando atendimento, o motorista Fábio Roberto de Souza, que transporta uma carga de pisos, explica que um dos principais problemas enfrentados pelos caminhoneiros é a falta de segurança e os gastos com a alimentação. Ele conta que para economizar, se reuniu com mais nove pessoas e usam somente uma cozinha.

“Estamos aqui parados e não temos apoio nenhum. A gente se vira como pode, mas às 20h o banheiro fecha e não podemos mais nem tomar banho. Por isso, pedimos que os órgãos competentes nos ajudem, pois temos contas para pagar e estamos longe de casa e das nossas famílias”, destacou.

De acordo com o Ministério Público Federal no Acre (MPF-AC), nenhum pedido foi oficializado no órgão e não há previsão de nenhum representante ir ao local.

Caminhoneiros esperam liberação de mercadorias (Foto: Aline Nascimento/G1)

Greve por tempo indeterminado
De acordo com o vice-presidente do Sindframa, Renato Santos, a greve continua por tempo indeterminado. Ele destaca que os funcionários só irão retornar ao trabalho após derrubada do veto a um artigo da Medida Provisória 660, referente ao Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos servidores. Segundo ele, os funcionários da Suframa estão trabalhando da melhor forma possível para atender os caminhoneiros.

“Como falei no MPF-AC, estamos atendendo até mais do que os 30% exigidos pela legislação. Recebi a informação de que a votação para a derrubada do veto está agendada para terça-feira (16). A presença do MPF-AC não vai mudar nada, o órgão não tem o que fazer, pois estamos dentro do que a legislação exige, não há irregularidades”, explicou.

Ainda segundo Santos, recentemente, um juiz acatou o pedido de uma outra ação de caminhoneiros, onde cinco servidores da servidores da Secretaria de Estado da Fazenda foram disponibilizados para realizar alguns serviços.

“Esses cinco funcionários da Sefaz foram disponibilizados para fazer o serviço de 300 servidores da Suframa. O interessante é que o servidor da Sefaz recebe em média R$ 20 mil e o da Suframa, no mesmo nível, recebe R$ 5 mil, ou seja, eles recebem 400 vezes mais que nós. Estamos brigando pela estrutura do prédio, liberação de recursos para investimentos nas unidades e não apenas a questão salarial”, falou.

Segundo o MPF-AC a solicitação de intervenção dos caminhoneiros ainda não chegou ao órgão. Entretanto, explicou que já interviu em outras situações como essa, mas que só pode tomar as medidas necessárias após a formalização das exigências e análise da situação dos caminhoneiros.

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Publicado por
Alexandre Lima