O IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada) e a SBM (Sociedade Brasileira de Matemática) anunciaram nesta quinta-feira (25) o ingresso do Brasil na elite da matemática mundial. A União Matemática Internacional (IMU, na sigla em inglês) acaba de aprovar a entrada do país no Grupo 5, que reúne as nações mais desenvolvidas em pesquisa matemática.
O anúncio foi feito em entrevista coletiva realizada na sede do IMPA, no Rio, com a presença do diretor-geral do instituto, Marcelo Viana; do presidente da SBM, Paulo Piccione; da secretária-executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro; e do secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Elton Santa Fé Zacarias.
Da redação Marcus José com IMPA
O IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada) e a SBM (Sociedade Brasileira de Matemática) anunciaram nesta quinta-feira (25) o ingresso do Brasil na elite da matemática mundial. A União Matemática Internacional (IMU, na sigla em inglês) acaba de aprovar a entrada do país no Grupo 5, que reúne as nações mais desenvolvidas em pesquisa matemática.
O anúncio foi feito em entrevista coletiva realizada na sede do IMPA, no Rio, com a presença do diretor-geral do instituto, Marcelo Viana; do presidente da SBM, Paulo Piccione; da secretária-executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro; e do secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Elton Santa Fé Zacarias.
Também participaram do anúncio representantes da história da matemática brasileira, como Artur Avila, Medalha Fields 2014; Mauricio Peixoto, um dos pioneiros que fundaram o IMPA, em 1952; Jacob Palis, mais laureado profissional brasileiro da matemática; e Claudio Landim, diretor-adjunto do IMPA.
A candidatura do Brasil ao Grupo 5 foi apresentada em 2017 pelo IMPA e pela SBM ao organismo que congrega as sociedades matemáticas de países de todo o mundo. Atualmente, 76 nações são membros da IMU, criada em 1920 para promover a cooperação internacional em matemática.
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O diretor-geral do IMPA revelou esperar que a honraria represente um “passo para uma trajetória ainda mais ascendente” da matemática brasileira. “A pesquisa matemática brasileira é consolidada, se disseminou. Ao longo das décadas nossa capacidade de pesquisa e formação de pesquisadores cresceu muito. O fato de a matemática brasileira estar agora ao lado dos países de maior expressão e relevância na matemática global representa o reconhecimento da qualidade da pesquisa matemática feita no país”, disse Marcelo Viana.
A mudança de classificação dos países é decidida pela IMU após recomendação do Comitê Executivo. São analisadas informações como o número e a qualidade de programas de pós-graduação e sua distribuição territorial, o total de publicações científicas divulgadas em meios importantes e os nomes de destaque na área. O presidente da SBM destacou a qualidade dos pesquisadores matemáticos brasileiros. “São excepcionais”, afirmou Piccione.
A secretaria-executiva do Ministério da Educação definiu como um “orgulho para o país” o “trabalho que o IMPA vem fazendo”. “Precisamos formar bons professores de matemática, e a pesquisa matemática pode ajudar muito a alcançarmos este objetivo”, disse Maria Helena Guimarães de Castro.
O secretário-executivo do CTIC enalteceu o fato de o Brasil ser “um dos 20 maiores (países) produtores de pesquisas do mundo”. “O IMPA é uma instituição de excelência reconhecida mundialmente”, afirmou Zacarias.
O Brasil é membro da IMU desde 1954. Ingressou dois anos após a fundação do IMPA, que ocupa papel fundamental na consolidação do país no cenário internacional da matemática. Em pouco mais de meio século, ascendeu ao topo da classificação – subiu para o Grupo 2 em 1978; ao 3 em 1981; e, em 2005, ao Grupo 4.
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Nos últimos anos, houve considerável crescimento da publicação científica brasileira, além de distinções obtidas por seus pesquisadores com alguns dos principais prêmios mundiais – entre os quais se destaca a Medalha Fields, recebida por Artur Avila. Em 2006, logo após a promoção ao Grupo 4, representava 1,53% da produção matemática mundial (1.043 papers). Uma década depois, a produção nacional saltou para 2,35% (2.076 papers).
A entrada no Grupo 5 ocorre no ano em que o Brasil sediará, de 1º a 9 de agosto, o Congresso Internacional de Matemáticos (ICM na sigla em inglês) – mais importante encontro mundial da área –, pela primeira vez realizado no Hemisfério Sul. Na edição de 2014, Artur Avila, pesquisador extraordinário do IMPA, foi o primeiro brasileiro a receber a Medalha Fields, considerada o “Nobel” da Matemática.
Alemanha, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, França, Israel, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia
O Brasil ingressou na IMU em 1954, como membro do Grupo 1. Foi promovido ao Grupo 2, em 1978; ao Grupo 3, em 1981 e ao Grupo IV, em 2005.
Progresso notável da produção científica brasileira na área, em termos qualitativos e quantitativos.
Expansão do sistema de pós-graduação (mestrado e doutorado) em matemática no Brasil, em nível de qualidade compatível com os melhores padrões internacionais.
Crescimento da colaboração regional e internacional dos matemáticos brasileiros com colegas de todo o mundo e crescente papel internacional de nossas instituições
Confiança por parte da comunidade matemática mundial na maturidade da matemática brasileira e em sua capacidade para organizar grandes eventos, como o ICM2018.
Defensor da expansão de programas da entidade para melhorar o ensino de matemática no Brasil, Marcelo busca fechar uma parceria com o Instituto de Matemática, Ciências e Filosofia do Acre (IMCF).
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O Impa foi a primeira unidade de pesquisa criada pelo Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), em 1951. Recentemente, o instituto se destacou por um dos seus alunos, Artur Avila, ter conquistado a Medalha Fields, equivalente ao Prêmio Nobel da área, em 2014.
O governador Tião Viana é um grande defensor do ensino específico já na juventude, estimulando talentos e contribuindo com o desenvolvimento científico. O IMCF, criado em sua gestão, já recebeu mais de 10 mil alunos da rede pública e hoje possui cerca de mil em suas dependências.
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O convite para a visita de Marcelo ao Acre partiu do deputado federal Sibá Machado, que tem um histórico de busca de parcerias educacionais para o Estado e também acompanhou a agenda.
“O desenvolvimento está calçado no sistema produtivo e na capacidade de inteligência. O Tião criou o Instituto de Matemática do Acre, e agora o Impa se prepara para firmar convênios com o nosso estado para dinamizar o ensino desde a infância até quem queira chegar num doutorado”, conta Sibá.