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Brasil cria primeiro remédio a partir de organismo vivo contra efeito de quimioterapia
Remédio reduz efeitos colaterais de quimioterapia e ajuda pacientes a recuperar imunidade
BBC Brasil
Uma droga de produção inédita no Brasil, que reduz os efeitos colaterais do tratamento de câncer, deve chegar ao mercado no ano que vem, depois de ter sido aprovado há pouco mais de um mês pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O Fiprima (filgrastim) é o primeiro medicamento biossimilar inteiramente desenvolvido no Brasil — e o primeiro da América Latina. Biossimilares são parecidos a medicamentos biológicos, que por sua vez são produzidos a partir de um organismo vivo, e não apenas por meio da manipulação química de sais em laboratório. Isso torna o seu desenvolvimento muito mais complexo.
Para se ter uma ideia, em todo o mundo existem apenas 20 biossimilares registrados, incluindo o produto brasileiro, que são considerados uma nova fronteira para a indústria farmacêutica global.
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A nova droga é uma versão de um medicamento biológico originalmente desenvolvido pela Roche, cuja patente expirou no início dos anos 2000.
Ela é indicada para pacientes que apresentam o sistema imunológico comprometido pela realização de tratamento quimioterápico. O medicamento permite o restabelecimento da imunidade, evitando o surgimento de doenças infecciosas oportunistas.
O novo biossimilar foi desenvolvido pela Eurofarma. Por meio de um acordo de transferência de tecnologia, será produzido pela Fiocruz e distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Com a produção própria, o Ministério da Saúde diz esperar economizar R$ 9,3 milhões por cinco anos.
Glóbulos brancos
O remédio é fundamental para os pacientes submetidos a tratamentos quimioterápicos e que acabam apresentando uma contagem muito baixa de neutrófilos — glóbulos brancos que ajudam no combate às infecções.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 12 milhões de pessoas são diagnosticadas com câncer em todo o mundo a cada ano. Apenas no Brasil, o Inca estima 580 mil novos casos em 2015.
A aprovação do remédio foi publicada no último dia 20 de outubro no Diário Oficial da União. O desenvolvimento do biossimilar contou com financiamento de R$ 12 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e levou dez anos para ser concluído.
Organismo vivo
Remédios biológicos como o Fiprima são muito mais complexos do que os remédios tradicionais justamente porque não são sintéticos. Ou seja, não dependem apenas de uma manipulação de substâncias químicas em laboratório para serem produzidos.
Os remédios biológicos são em geral proteínas produzidas por um organismo vivo — que pode ser uma bactéria, uma levedura ou uma célula de mamífero. Os cientistas alteram geneticamente esses organismos vivos para que passem a produzir exatamente aquela substância de que precisam e nada mais. Eles cultivam, então, os organismos para que se transformem em “fábricas” de proteínas.
“Os primeiros remédios biológicos surgiram nos anos 80”, explica a vice-presidente da Eurofarma, Martha Pena.
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“Quando parecia que a indústria farmacêutica tinha começado a ficar limitada, que tínhamos resolvido parte das doenças e que outras, simplesmente, não conseguiríamos resolver, surgiu essa nova tecnologia que nos permitiu interferir em mecanismos biológicos, receptores de células, algumas formas de vírus.”
Tanto é assim, diz Martha Pena, que a Filgastrima foi um dos primeiros medicamentos biológicos desenvolvidos no mundo e, só agora, foi possível criar uma cópia. No caso, o Fiprima.
A farmacêutica tem hoje uma parceria em andamento com o Instituo Bio-Manguinhos, via Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), que garante o abastecimento do mercado público e a transferência de tecnologia. Segundo Martha, o mercado privado deve absorver 50% das vendas do biossimilar e o governo, a outra metade.
“O processo de transferência (de tecnologia) prevê a incorporação das diversas etapas de produção paulatinamente”, explicou o diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Artur Couto.
“Neste caso, podemos dizer que o início dos processos se dá imediatamente a obtenção do registro por parte da Fiocruz, o que tem prazo para ocorrer até 12 meses após a assinatura do contrato. Estamos trabalhando para ter o contrato assinado ainda no primeiro semestre de 2016.”
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Isenção liberada: 5 carros que podem ficar livres do IPVA com a nova lei nacional
Câmara dos Deputados aprovou PEC que isenta o IPVA para carros com 20 anos ou mais, impactando milhões de veículos em todo o país
Renato Soares – newsmotor.com.br
O debate sobre isenção do IPVA volta ao centro das atenções em 2026, desta vez com uma mudança estrutural que pode alterar definitivamente o bolso de milhões de brasileiros.
A Câmara dos Deputados aprovou a PEC 72/2023, proposta que cria uma regra nacional para dispensar do imposto todos os carros com 20 anos ou mais de fabricação.
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A iniciativa promete unificar legislações estaduais, reduzir desigualdades e liberar proprietários de veículos antigos de uma cobrança que, em muitos casos, representa uma parcela pesada do orçamento familiar.
Caso a medida seja promulgada pelo Congresso, cerca de 6,7 milhões de veículos distribuídos por todo o país passarão automaticamente a integrar o grupo de isentos do IPVA 2026.
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Para muitos motoristas, trata-se de um alívio financeiro aguardado há anos, especialmente em estados onde o critério de idade para isenção ainda é superior ao novo limite nacional.
O que muda com a nova regra do IPVA?
A aprovação da PEC estabelece um marco importante: todos os estados deverão adotar o prazo de 20 anos de fabricação como requisito mínimo para isenção do IPVA.
Na prática, modelos de 2005 ou mais antigos deixarão de pagar o imposto imediatamente assim que a regra entrar em vigor.
Contudo, é importante destacar que a mudança não interfere em estados que já possuem leis mais vantajosas. Regiões como Alagoas, Minas Gerais, Pernambuco, Santa Catarina e Tocantins já concedem isenção para veículos com idade inferior a 20 anos e, portanto, seguirão aplicando seus critérios atuais.
Modelos que podem ser beneficiados pela isenção do IPVA
Entre os milhões de automóveis que se enquadrarão na nova regra, alguns modelos chamam atenção tanto pela relevância histórica quanto pela presença marcante nas ruas brasileiras. Veja cinco deles:
1. Volkswagen Gol G3 – a geração que marcou época
O Gol G3, lançado no início dos anos 2000, é lembrado por muitos brasileiros como um dos modelos mais elegantes já produzidos pela Volkswagen.
Com design modernizado, painel com iluminação azul e mecânica confiável, o hatch continua circulando em grande número no país. Em estados onde ainda há cobrança de IPVA para veículos dessa idade, o modelo será um dos grandes beneficiados.
2. Ford Fiesta (3ª geração nacional) – o popular que inovou
Fabricado em 2005 na terceira geração nacional, o Ford Fiesta reuniu design contemporâneo, lanternas elevadas e bom aproveitamento interno.
O modelo também entrou para a história como o primeiro veículo nacional com tecnologia flex, graças ao projeto Amazon. Com a nova lei, seus proprietários poderão comemorar o fim do imposto anual.
3. Chevrolet Astra – robustez que atravessou os anos
Ícone do segmento de hatch médio no início dos anos 2000, o Chevrolet Astra conquistou fama pela durabilidade e desempenho consistente. A segunda geração, ainda numerosa nas ruas, está entre as principais candidatas à isenção nacional do IPVA.
4. Fiat Palio (3ª geração) – o campeão de vendas
O Fiat Palio 2005 permaneceu por anos entre os carros mais vendidos do Brasil. Com mecânica acessível, manutenção barata e ampla distribuição, é um dos modelos mais numerosos que deverão ser contemplados pela nova regra. Sua isenção terá impacto direto no orçamento de milhares de famílias.
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5. Honda Civic (7ª geração) – o sedã que virou sinônimo de confiabilidade
O Honda Civic 2005, marcado pelo design sóbrio, ótimo espaço interno e resistência mecânica, alcançou status de referência no segmento.
Com a implementação da PEC, donos do sedã japonês poderão se livrar de valores de IPVA que variam entre estados, mas que ainda representam custo significativo ao longo do ano.
Um alívio para milhões de brasileiros
Se confirmada, a nova Lei Nacional do IPVA representará não só economia para os proprietários, mas também uma forma de harmonizar as regras tributárias em todo o país.
Veículos antigos, que fazem parte do cotidiano de milhões de famílias, finalmente terão um tratamento fiscal uniforme, e mais justo.
A mudança reforça a importância histórica e social da frota nacional envelhecida, que continua ativa e relevante para a mobilidade de grande parte da população.
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Austrália: tiroteio deixou 16 mortos e 40 feridos, incluindo policiais
Um dos suspeitos morreu e o outro foi detido. Tiroteio aconteceu durante evento judaico na praia de Bondi, em Sydney, na Austrália
O tiroteio que terminou com 16 mortos na Austrália, durante uma celebração do festival judaico de Hanukkah, neste domingo (14/12), na praia de Bondi, em Sydney, também deixou 40 feridos, incluindo dois policiais e uma criança.
Dois homens atiraram e mataram 15 pessoas que comemoravam a data no local. Um dos suspeitos morreu e o outro foi detido em estado crítico.
Durante uma coletiva de imprensa, o comissário da polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon, classificou o evento como um “incidente terrorista”. Segundo ele, a polícia investiga se há um terceiro suspeito envolvido e informou que os feridos foram levados para diversos hospitais de Sydney.
“O estado de saúde desses agentes e dos demais feridos é grave”, afirmou Lanyon.
Entre os mortos, está o rabino Eli Schlanger, de 41 anos, nascido em Londres, noticiaram os jornais britânicos The Guardian e BBC News. Um israelense também morreu durante o ataque.
As autoridades australianas não confirmaram oficialmente que o ataque teve como alvo específico a comunidade judaica, mas o chefe da Associação Judaica da Austrália classificou o ocorrido como “uma tragédia que era totalmente previsível”.
O Itamaraty disse que, até o momento, não há informação sobre brasileiros atingidos.
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Bolsonaro faz ultrassom e médicos recomendam cirurgia, diz advogado
De acordo com advogado do ex-presidente, foram identificadas duas hérnias inguinais e Bolsonaro terá que passar por cirurgia para tratamento
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou por exames de ultrassonografia na tarde deste domingo (14/12) na sede da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília. De acordo com a defesa do ex-mandatário, foram identificadas duas hérnias inguinais e a equipe médica recomendou que ele seja submetido a um procedimento cirúrgico.
“Os exames identificaram duas hérnias inguinais, e os médicos recomendaram que ele seja submetido a um procedimento cirúrgico, a única forma de tratamento definitivo para o quadro”, disse o advogado João Henrique de Freitas pelas redes sociais.
Nesse sábado (13/12), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou a entrada de um médico com aparelho ultrassom portátil na cela onde Bolsonaro cumpre pena, para a verificação da existência de hérnia inguinal bilateral. A permissão foi requerida pelos advogados do ex-presidente na última quinta-feira (11/12).
A hérnia inguinal é o deslocamento de uma parte do intestino ou de tecido abdominal por uma abertura na região da virilha. Ela costuma causar um inchaço local e pode provocar dor ou desconforto, principalmente ao esforço.
Bolsonaro está preso desde 22 de novembro na Superintendência da PF, na capital federal. Ele começou cumprindo prisão preventiva em regime fechado no local por causa dos episódios da vigília e da tornozeleira. Após o trânsito em julgado do processo, em 25 de novembro, sobre a trama golpista, Jair Bolsonaro passou a cumprir a sentença em regime fechado.
Novo pedido da defesa
O pedido de ultrassom foi feito depois do ministro do STF dizer que os documentos apresentados pelos advogados para pedir nova cirurgia em Bolsonaro eram antigos e determinar que a PF faça perícia médica oficial, no prazo de 15 dias, para avaliar a necessidade de imediata intervenção cirúrgica. O prazo ainda está correndo.
A defesa do ex-presidente apresentou, em 9 de dezembro, petição na qual pede autorização para que ele realize procedimentos cirúrgicos no hospital DF Star, em Brasília. Os advogados também pediram que Bolsonaro ficasse no hospital pelo “tempo necessário” para ter recuperação adequada.
Depois da primeira decisão do ministro, a defesa alegou, na última quinta-feira, que “recebeu pedido médico específico e atualizado, subscrito pelo Dr. Claudio Birolini, requisitando, em caráter de urgência, a realização de ultrassonografia das regiões inguinais direita e esquerda, para constatação de hérnia inguinal bilateral”.
Os advogados ressaltavam na solicitação que o intuito era acelerar e “viabilizar a instrução pericial oficial, fornecendo elementos diagnósticos atualizados sem necessidade de deslocamento”.
O documento solicitava que o médico Bruno Luís Barbosa Cherulli “ingressasse nas dependências da Superintendência da Polícia Federal portando equipamento portátil de ultrassom, a fim de realizar os exames de ultrassonografia das regiões inguinais direita e esquerda”.









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