O ex-diretor da empreiteira citou no depoimento a participação dos ex-tesoureiros do PT João Vaccari Neto e Paulo Ferreira. Ele disse ainda que o pedido de propina soou como “uma imposição”, “uma pressão” e que não houve ameaça direta por parte de Berzoini, mas que “percebeu-se que poderia haver algum tipo de situação desconfortável para nós [Andrade Gutierrez]”.
Para deputado federal Elizeu Dionízio (PSDB-MS) a postura de coação e de ameaça da sigla não soa como novidade. “O PT sempre teve essa atitude truculenta, essa postura hostil e corrupta de administrar a coisa pública. O que está acontecendo agora é que tudo isso está vindo à tona com essas delações”, afirmou.
O tucano disse que a atitude de Berzoini representa “o DNA do PT”. “Eles não só assaltam o povo brasileiro como ainda tentam atrapalhar toda e qualquer investigação que exista contra eles, inclusive obstruindo a Justiça”, disse.
A empreiteira acabou acatando parte do pedido do ex-presidente do PT e aceitou pagar um percentual sobre contratos futuros com o governo federal. Parte dos pagamentos foi feita por meio de doações oficiais ao PT.
Machado é um dos ex-dirigentes da empreiteira que aceitou fechar acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito da Operação Lava Jato. Além dele, o ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, também aceitou contribuir com a Justiça.