Bebê prematuro morre após parto em ramal rural de Cruzeiro do Sul; família relata demora e falhas no atendimento do Samu

Mãe deu à luz às margens de um ramal após tentativas frustradas de contato com o Samu; equipe de socorro chegou sem suporte adequado, e criança não resistiu.

Uma tragédia marcou a zona rural de Cruzeiro do Sul nesta terça-feira, 4, quando uma mulher grávida de pouco mais de 7 meses deu à luz a um bebê prematuro às margens de um ramal. O recém-nascido, com apenas 30 semanas e 1,7 kg, não resistiu e morreu dentro da ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A família relata dificuldades para acionar o socorro e critica a demora e a falta de suporte adequado.

A mãe, moradora do Ramal dos Caracas, estava na Vila Lagoinha quando entrou em trabalho de parto. Segundo Tancleilson Pereira da Silva, amigo da família, o Samu não foi contatado diretamente, e a Polícia Militar precisou ser acionada para pedir uma ambulância. A equipe que chegou ao local não estava equipada para atender emergências obstétricas, e uma segunda viatura foi solicitada. No entanto, quando a equipe avançada chegou, o bebê já havia falecido.

“A mãe teve o bebê na beira da rua, e a criança ficou muito debilitada com o tempo de espera. A primeira ambulância não tinha condições de atender, e, quando a segunda chegou, já era tarde”, relatou Tancleilson. Ele destacou que o hospital mais próximo, em Santa Luzia, fica a menos de 20 minutos da Vila Lagoinha, mas o socorro demorou horas para chegar.

O gerente geral do Samu Regional Juruá, médico Luiz Augusto Barreiros, explicou que o caso foi atendido por uma equipe básica, já que não há suporte avançado disponível na região. Ele ressaltou que o recém-nascido era um “prematuro extremo”, com baixíssimas chances de sobrevivência mesmo em ambiente hospitalar. Barreiros também citou a falta de sinal telefônico no local como um fator que dificultou o atendimento.

O caso levanta questionamentos sobre a estrutura de atendimento de emergência em áreas rurais e a necessidade de melhorias para evitar tragédias como essa. A família aguarda respostas das autoridades sobre as falhas no socorro.

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Assessoria