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Banco Mundial alerta para dano permanente do desmatamento na Amazônia
Relatório sugere mudança no modelo de gestão para evitar pior cenário

fotografia aérea Floresta amazônica, plantação
O Banco Mundial defendeu que a revisão do modelo de crescimento da Amazônia possibilitará maior proteção da floresta e da biodiversidade. O documento “Equilíbrio Delicado Para a Amazônia Legal Brasileira: Um Memorando Econômico”, divulgado pela instituição nesta terça-feira (9), aponta que o desmatamento na região está atrelado a atividades como a pecuária, a ampliação da fronteira agrícola e a mineração.
Segundo a publicação, o incremento do desmatamento poderia levar a floresta a um ponto onde não seria mais possível reverter seus efeitos nocivos.
A instituição aponta que o desmatamento coloca em risco o valor da floresta em pé no Brasil, estimado em mais de 317 bilhões de dólares por ano. Esse valor seria equivalente, segundo o documento, a até sete vezes o valor estimado da exploração privada ligada à agricultura extensiva, à exploração madeireira ou à mineração.
O chamado “valor da floresta em pé” se refere ao dinheiro que circula pela exploração de serviços como o turismo ou a produção de produtos não madeireiros, além do armazenamento de carbono.
“Enquanto bem público, o valor da floresta tropical brasileira inclui seus serviços ecossistêmicos, os quais, somente para a região da América do Sul, são estimados em 20 bilhões de dólares anuais. Esses serviços incluem a chuva necessária para a agricultura da região e a proteção contra a erosão do solo e os incêndios”, diz o estudo.
“Os valores públicos globais associados à floresta em pé são ainda maiores, principalmente devido ao papel da Amazônia Legal como sumidouro de carbono: o valor anual do armazenamento de carbono é estimado em 210 bilhões de dólares, com o valor de opção e existência ligado à biodiversidade e cobertura florestal somando outros 75 bilhões de dólares. Os valores de uso privado sustentável da floresta em pé são estimados em 12 bilhões de dólares anuais. Portanto, o custo da inação é alto, tanto na Floresta Amazônica quanto nos outros biomas da Amazônia Legal”, acrescenta.
Elaborado ao longo de três anos, o material diz ainda que o aumento de renda da população da Amazônia Legal tem relação direta com uma maior proteção da floresta, modos de vida tradicionais e redução do desmatamento. Para tanto, o documento destaca a necessidade de fomentar um maior crescimento da produtividade, tanto no Brasil quanto nos estados amazônicos.
Para o banco, esse aumento da produtividade nas áreas rurais e urbanas exigirá uma transformação estrutural. O estudo defende que a redução da pobreza na região deve estar atrelada a um modelo de desenvolvimento não se apoie apenas na extração de recursos naturais.
“O sucesso de longo prazo no combate ao desmatamento exigirá uma transformação estrutural mais ampla da economia, que reduza o foco na fronteira agrícola, por meio do fortalecimento dos setores de manufatura e serviços”, disse o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Johannes Zutt, durante a apresentação do documento.
Créditos rurais
O documento afirma também que as políticas de crédito rural promovem a agricultura de forma ineficiente devido tanto à fragmentação dos programas de crédito quanto às distorções decorrentes de sua vinculação, o que reduziria a produtividade.
O texto defende a adoção de regras para reduzir o impacto direto do crédito rural no desmatamento. Prega também que, para gerar crescimento agrícola com a sustentabilidade ambiental e fiscal, o apoio do governo ao financiamento agrícola deve se concentrar no apoio fiscal a agricultores menores e mais produtivos, além da revisão dos subsídios e incentivos a programas de empréstimos para grandes propriedades agrícolas. Nesses casos, o direcionamento deve se concentrar em atividades como agricultura de baixo carbono e métodos agroflorestais.
“Em relação ao duplo objetivo de atender à demanda global de alimentos e conter o desmatamento, a intensificação agrícola assume um papel importante, pois implica que mais demanda pode ser atendida com a mesma quantidade de terra. Este memorando demonstra que promover ganhos de produtividade agrícola em todo o Brasil aumenta a produção de alimentos e reduz o desmatamento. A principal razão é que a maior parte desse aumento na produção vem das regiões agrícolas mais consolidadas do Brasil, onde o desmatamento é menos preocupante porque restam poucas florestas naturais e os mercados de terras estão relativamente maduros”, diz o Banco Mundial.
Mercado fundiário
O banco diz ser necessário corrigir “distorções” no mercado fundiário, que fomentam o atual modelo de crescimento, muitas delas vinculadas ao processo de colonização do Brasil ou a suas políticas históricas industriais e comerciais.
Entre os pontos elencados estão, por exemplo, a redução da insegurança fundiária, com a titulação definitiva de terras para assentados; a tributação fundiária inadequada; deficiências na aplicação da legislação que prevê a preservação da integridade das áreas protegidas ou territórios indígenas; e a garantia de que pelo menos 80% das propriedades privadas no bioma Amazônia permaneçam preservadas.
A peça que faltava nesse quebra-cabeça seria essa transformação estrutural, ou seja, aquilo que está subjacente ao desenvolvimento, essencialmente essa mudança da produção agrícola para atividades econômicas mais sofisticadas. É por isso que o relatório também mostra o papel das pequenas e grandes cidades no desenvolvimento da Amazônia, disse o economista e coordenador do relatório, Marek Hanusch.
Outro ponto destacado é a necessidade de destinação das terras que aguardam designação, como unidades de conservação, terras indígenas, assentamentos de reforma agrária, terras passíveis de regularização fundiária ou outra categoria de posse. Essas áreas não destinadas apresentam índices mais altos de desmatamento vinculado à grilagem de terras.
“Um modelo de crescimento mais equilibrado e uma política com foco na intensificação agrícola são internamente compatíveis e podem criar um ambiente mais propício para a regularização fundiária que favoreça mais fortemente a conservação das terras naturais em vez da grilagem e da agricultura extensiva. O financiamento para a conservação poderia fornecer mais incentivos”, diz o texto.
Transporte
O banco defende ainda uma redução dos custos de transporte, especialmente com a redução na construção de estradas e ampliação das hidrovias, por serem um meio de transporte de mercadorias eficaz e relativamente econômico, “podendo inclusive ajudar a reduzir os custos ligados à distância da Amazônia Legal a outros mercados no país”.
“Hidrovias são importantes para não precisar construir estradas, que aumentam o desmatamento”, disse Hanusch.
Indígenas
O documento fala também sobre a necessidade de maior atenção aos povos tradicionais, como os quilombolas, e aos indígenas. Esse último grupo soma cerca de 380 mil pessoas, o que equivale a 1,5% da população da Amazônia Legal, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O texto destaca que a preservação de modos de vida tradicionais constitui uma riqueza a mais da região e aponta a necessidade de se elaborar mecanismos de recompensa desses grupos por seu papel na preservação ambiental.
“Diversas comunidades indígenas ainda vivem em completo isolamento em partes remotas da floresta. Outros grupos tradicionais da Amazônia Legal são as comunidades ribeirinhas e quilombolas. Esses grupos tendem a manter fortes laços culturais com as terras naturais da região. Ao mesmo tempo, tendem a ter renda mais baixa e acesso mais precário aos serviços públicos. O desenvolvimento inclusivo na Amazônia Legal deve prestar muita atenção aos povos tradicionais da região, independentemente do fato de eles optarem por adotar a vida urbana, manter seu modo de vida rural tradicional, ou ambos”, diz o documento.
Edição: Marcelo Brandão
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Motociclista fica ferido após colisão com carro durante ultrapassagem em Rio Branco
Lucas Rodrigues, de 27 anos, foi arremessado após bater em veículo que fazia conversão; ele sofreu fratura na clavícula e escoriações
Um motociclista de 27 anos ficou ferido na noite desta terça-feira (8), após se envolver em um acidente de trânsito na Avenida Amadeo Barbosa, no bairro Areial, região do Segundo Distrito de Rio Branco.
A vítima, identificada como Lucas Rodrigues de Melo, pilotava uma motocicleta Honda CG 160 Fan, de cor preta e placa SQQ-0F70, no sentido Centro-bairro, quando tentou realizar uma ultrapassagem pela direita. Durante a manobra, colidiu com um veículo Jeep, de cor cinza e placa QLZ-8J05, que sinalizava conversão à direita para acessar uma rua transversal.
Com o impacto, Lucas foi arremessado e caiu sobre a calçada de uma empresa próxima. Ele sofreu uma fratura na clavícula esquerda, além de múltiplas escoriações pelo corpo.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e enviou uma ambulância de suporte avançado ao local. Após os primeiros atendimentos, o motociclista foi encaminhado ao pronto-socorro da capital, em estado de saúde estável.
Policiais do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran) estiveram na ocorrência, isolaram a área para os trabalhos periciais e colheram informações para apurar as responsabilidades no acidente. O motorista do carro permaneceu no local e prestou socorro à vítima. Ambos os veículos foram liberados após os procedimentos de praxe.
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Mulher é encontrada morta dentro de casa em Rio Branco; causa pode ter sido infarto
Jucineia da Silva Parada, de 44 anos, foi achada sem vida por familiares; hipótese inicial é infarto, mas caso segue sob apuração da Polícia Civil
Jucineia da Silva Parada, de 44 anos, foi encontrada morta na tarde desta terça-feira (8), dentro do quarto de sua residência, situada na Rua Tarauacá, no bairro Belo Jardim, em Rio Branco. A principal suspeita é de que a morte tenha sido causada por um infarto, mas a Polícia Civil investiga outras possibilidades.
O corpo da mulher foi localizado entre duas camas, com a porta da casa aberta. A descoberta foi feita pela irmã da vítima, Aurilene da Silva, de 47 anos, e pelo cunhado Luiz Ney, de 36, que tentaram reanimá-la com massagem cardíaca até a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que apenas pôde confirmar o óbito.
De acordo com relatos, o celular da vítima foi encontrado debaixo da cama e há informações preliminares de que ela teria passado a noite anterior com um namorado. A equipe médica identificou marcas nas pernas da vítima, possivelmente em decorrência do tempo em que permaneceu imóvel.
Ainda segundo vizinhos, Jucineia enfrentava problemas com dependência química e, apesar de já ter buscado tratamento, não conseguiu se livrar do vício.
A Polícia Militar isolou o local para os trabalhos da perícia criminal. Em uma análise inicial, não foram identificados sinais evidentes de violência no corpo. O cadáver foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para realização de exames cadavéricos, que devem confirmar a causa da morte.
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) acompanha o caso e aguarda o laudo pericial para determinar se houve crime.
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Adolescente sofre traumatismo craniano grave após colidir bicicleta motorizada com ônibus em Rio Branco
Acidente ocorreu na tarde desta terça-feira (8) no bairro Mocinha Magalhães; jovem de 15 anos foi intubado e levado em estado grave ao Pronto-Socorro
Um grave acidente envolvendo uma bicicleta motorizada e um ônibus foi registrado na tarde desta terça-feira (8), no cruzamento da Rua Tarauacá com a via principal do bairro Mocinha Magalhães, em Rio Branco. Um adolescente de 15 anos, que retornava da escola e levava outro jovem na garupa, sofreu traumatismo cranioencefálico (TCE) grave após colidir violentamente contra a lateral do coletivo.
Segundo testemunhas, o ônibus se aproximava de uma parada quando o adolescente tentou atravessar a pista principal, mas não conseguiu frear a tempo, colidindo com força na parte traseira do veículo. Com o impacto, o jovem sofreu afundamento de crânio e caiu desacordado.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e enviou uma ambulância de suporte avançado. A equipe médica intubou e estabilizou o adolescente ainda no local, encaminhando-o em estado grave ao Pronto-Socorro de Rio Branco.
A área foi isolada por agentes do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran) para a realização da perícia. A bicicleta motorizada, segundo informações, foi retirada por colegas da vítima antes da chegada das autoridades.
O motorista do ônibus permaneceu no local, acionou a empresa responsável e colaborou com os trabalhos periciais. O caso será investigado para apurar as circunstâncias do acidente.
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