Por Iryá Rodrigues
O técnico de enfermagem Fábio Souza acabou ferido com uma martelada na cabeça durante um atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), nesse domingo (12), em Rio Branco.
Era para ser um atendimento como qualquer outro, mas quando a equipe chegou ao local do chamado, na Rua Pedro Alvares Cabral, no bairro Estação Experimental, já foi recebida com as agressões. Segundo o coordenador do Samu, Pedro Pascoal, o paciente psiquiátrico estava em um surto e quando percebeu a aproximação dos atendentes arremessou um martelo em direção à ambulância.
O martelo acabou atingido a cabeça do técnico de enfermagem, que precisou ser levado ao Pronto-socorro da capital para receber atendimento. O atendente precisou levar pontos na cabeça e está afastado do trabalho por ao menos três dias para poder se recuperar.
Pascoal falou sobre a importância das equipes do Samu serem sempre acompanhadas pela Polícia Militar para evitar esse tipo de situação. “Para esse tipo de ocorrência, nós sempre pedimos apoio da PM. Na maioria das vezes, o Samu chega primeiro que a Polícia Militar e isso acaba colocando a equipe em risco.”
“A Polícia chegou a informar uma vez a regulação do SAMU, que não são treinados para esse tipo de ocorrências”, disse um servidor do SAMU.
A reportagem entrou em contato com o Presidente do Sindicato dos Condutores de Ambulâncias e Supervisor de Frota do SAMU, Ayache, para saber do adicional de periculosidade que os servidores não estão recebendo por parte do governo do Acre. A entidade informou que todos os documentos foram encaminhados à Secretaria de Saúde que ainda não emitiram uma resposta.
“Nós já entramos com a documentação no governo para valorização dos servidores, devido a gente ver, presenciar tudo que eles passam. Como eu havia falado antes, a Polícia Penal tem uma gratificação para servidores que fazem transporte de apenados, e o SAMU também faz faz transporte de presidiários. Os servidores do Hospital de Saúde Mental do Acre (HOSMAC) têm uma gratificação para quem trabalha com pacientes psiquiátricos, inclusive os servidores do SAMU também trabalham com esses pacientes, inclusive em via pública e pacientes muitas das vezes com armas branca, ripas, tijolos e martelo. Nós já solicitamos ao governo, estamos em negociação com o governo para conseguir essa valorização desses servidores. Nossos profissionais correm esses riscos de vida, de tentativas de homicídios, roubos, agressões. Espero a sensibilidade do governo em ver a necessidade desses servidores, em valorizá-los”, concluiu.