A Polícia Federal prendeu em flagrante, na última segunda-feira (22), Jackson Renei Aquino de Souza, assessor parlamentar da Assembleia Legislativa de Roraima. Ele foi abordado ao deixar uma agência bancária em Boa Vista com R$ 700 mil em espécie. Segundo as investigações, o valor está relacionado a um dos maiores ataques cibernéticos já registrados no país, que teria desviado milhões de reais de instituições financeiras.
Jackson, que também atua como corretor de imóveis, teve a prisão convertida em preventiva durante audiência de custódia realizada no dia seguinte. A defesa do servidor não se manifestou até o momento.
Em nota, o deputado estadual Neto Loureiro (PMB), a quem Jackson é subordinado, afirmou que o assessor está de férias e que “não compactua com qualquer tipo de ato ilegal”. Já a Assembleia Legislativa informou que está adotando medidas para o desligamento imediato do servidor.
A operação teve início após a Coordenação de Repressão a Fraudes Bancárias Eletrônicas alertar a PF sobre o agendamento de um saque de R$ 1 milhão feito por Jackson. Durante as investigações, os agentes descobriram que R$ 2,4 milhões haviam sido depositados na conta poupança dele, montante que teria ligação direta com o ataque hacker.
Os depósitos foram realizados por duas empresas apontadas como suspeitas:
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R$ 1,85 milhão da SIS Pagamentos e Serviços, sediada em Curitiba (PR);
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R$ 600 mil da Bank Ben Pagamento Ltda, com sede em Gravataí (RS).
Em depoimento à PF, Jackson afirmou não conhecer as empresas envolvidas. Disse ainda que o valor seria proveniente de um garimpeiro venezuelano interessado na compra de uma fazenda em Roraima, e que teria apenas intermediado a negociação, utilizando sua conta bancária com a promessa de receber lucro.
A Polícia Federal segue apurando a real participação do assessor no esquema e investiga possíveis indícios de lavagem de dinheiro.