‘Aqui me sinto bem’, diz imigrante em novo abrigo na capital do Acre

Haitiano Osnic Cezaire, de 26 anos, diz que abrigo em Rio Branco é melhor.
Pelo menos 20 pessoas trabalham em regime de plantão no local.

G1

Transferência de imigrantes do abrigo em Brasiléia para Rio Branco começou no último sábado (12)
(Foto: Caio Fulgêncio/G1)

A transferência para Rio Branco dos imigrantes que estavam alojados no município de Brasiléia, distante 232 km, começou no último sábado (12). Na ocasião, 240 pessoas, dentre haitianos, senegaleses e dominicanos, chegaram ao Parque de Exposições Marechal Castelo Branco. A expectativa da Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) é que mais 240 cheguem no local durante este domingo (13). O restante deve ser encaminhado ao novo abrigo na segunda-feira (14).

Há oito dias no Acre, o haitiano Osnic Cezaire, de 26 anos, diz que a estrutura do abrigo na capital é melhor que o de Brasiléia. Ele conta que a alimentação também é boa. Porém, a única coisa que ainda falta é a emissão do restante da documentação para que ele possa seguir viagem. “Aqui, eu me sinto bem. A única coisa que me falta é a carteira de trabalho”, diz.

O haitiano Osnic Cezaire, de 26 anos, diz que abrigo na capital é melhor que o de Brasiléia
(Foto: Caio Fulgêncio/G1)

Osnic pretende ir para Brasília (DF). Ele possui um amigo na capital federal e almeja conseguir emprego, principalmente, na área da construção civil. Mas não descarta outras possibilidades que porventura surgirem.

“Eu trabalho na construção de casas de todo tipo e também como jardineiro, mas o que eu encontrar, eu trabalho. Vim buscar uma vida melhor, tenho família e pretendo ajudar. Penso em trazê-los. O que eu quero é trabalhar para ter dinheiro. Esse é meu único pensamento”, conta Osnic.

Estrutura do abrigo
No Parque de Exposições, somente da Seds, que coordena o abrigo, estão trabalhando pelo menos 20 servidores, que se dividem em esquema de plantão, de acordo com secretário da pasta, Antônio Torres. “Estamos com mais de 20 pessoas envolvidas. Também temos alguns da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). Estamos com equipes da Saúde, que auxiliam na vacinação. E contamos com o apoio da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros fazendo a segurança durante a noite”, explica.

Durante a estadia no abrigo, os imigrantes recebem três alimentações diárias. Para o banho, são usadas estruturas construídas durante o período em que os atingidos pela cheia do Rio Acre estiveram no local.

Estrutura construída para os banhos das mulheres no abrigo de Rio Branco (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

No que diz respeito aos serviços oferecidos no local, o secretário explica que, ao chegarem, é feito o cadastramento das informações pessoais e vacinação. No entanto, a Seds aguarda uma resposta da Polícia Federal e Receita Federal para que o restante da documentação seja feita no alojamento.

“Estamos aguardando uma resposta para que seja implantado aqui dentro a emissão da documentação, para facilitar. Eles terão a documentação com mais agilidade e podem seguir viagem também em um tempo mais curto”, explica.

Destino dos imigrantes
Com a cheia do Rio Madeira, em Rondônia, e as dificuldades no tráfego pela BR-364, única via terrestre de acesso entre o Acre e o resto do país, o número de imigrantes no município de Brasiléia aumentou, chegando a mais de 2,5 mil.

O Governo do Acre, para tentar amenizar a situação, passou a usar os voos fretados que trazem alimentos de primeira necessidade ao estado para levar os imigrantes de avião a Porto Velho (RO) de onde seguem viagem para São Paulo (SP) e outros estados do sul e sudeste.

Abrigo fechado
Com a transferência dos imigrantes, o abrigo em Brasiléia será fechado em definitivo. De acordo com o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Nilson Mourão, os imigrantes que chegarem ao estado serão orientados a seguir para Rio Branco.

Local reservado para o banho dos homens (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

 

 

 

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Publicado por
Alexandre Lima